TOP 50: os melhores álbuns de 2021!
Aqui está a nossa seleção com os trabalhos que chamaram a nossa atenção ao longo de um ano recheado de bons lançamentos.
30) Wild Dreams, do Westlife
Um dos meus grupos preferidos desde a adolescência, trouxe um álbum que há tempos não via. Mais animado e com mais composições próprias, além de contar com grandes nomes da atualidade assinando suas canções como, por exemplo, Ed Sheeran.
O grupo parece ter ganhando um novo fôlego, após se libertar das versões e de sua antiga gravadora, trouxe músicas como, "Starlight", que refletem bem a empolgação do grupo diante desse novo trabalho. Porém, em "My Hero", dá para ver bem a assinatura musical de Ed Sheeran, o que não é nada mal, já que essa parceria parece ter dado bastante certo. O álbum em sua totalidade está bem diferente do que o grupo costuma entregar, o que é ótimo já que agradou aos fãs de longa data e parte da crítica. [JS]
29) Meu Coco, do Caetano Veloso
A mensagem de um álbum começa pela capa. É assim que Meu Coco se apresenta, com a cabeça inúmeras vezes refletida de Caetano Veloso.
Convidando o ouvinte a mergulhar em seus pensamentos, a obra assume um caráter pessoal — próprio de Cateano — e minimalista. A sonoridade não é novidade: o artista mantém o ritmo de álbuns anteriores, como Abraçaço (2012). Tons graves rasgam o minimalismo das faixas, encontrando espaço entre o íntimo e desafio das composições.
Entretanto, nem mesmo Caetano é perfeito: a faixa "Você-Você" é, no mínimo, dispensável. E, apesar dos baixos do álbum, é sempre agradável acompanhar Caetano Veloso em toda sua glória. [BS]
28) Inside (The Songs), do Bo Burnhan
Um álbum que aborda, de maneira leve (e genial), diversas fases do período do isolamento social. As faixas são facilmente relacionáveis às situações vividas por todos nós - os altos, os baixos e os mais baixos da vida - durante a pandemia. [JM]
27) For the first time, do Black Country, New Road
Em seu trabalho de estreia, os britânicos do Black Country, New Road entregam um álbum marcado pelo experimentalismo.
Produzido por Andy Savours, For The First Time mescla, de forma bem interessante, elementos de post-punk, art-rock, jazz e até afrobeat. São apenas seis faixas, mas o septeto consegue pensar fora da caixa e entregar um dos álbuns mais marcantes de rock do ano, fazendo jus aos elogios da crítica especializada. Os quase dez minutos de "Sunglasses" são a prova disso. [JP]
26) Logo Ali, do Bemti
Sensível e aconchegante. Um disco narrativo que entrega a verdade de toda a inconstância do ser contemporâneo, os pólos completamente contraditórios que acompanham o nosso interior.
Toda essa história é contada por Bemti com letras primorosas e vocais emocionantes, acompanhado de sua já característica viola caipira de 10 cordas, enquanto conversa com grandiosos arranjos eletrônicos, de sopro e cordas, caminhando entre diversos gêneros musicais. [JM]
25) Solar Power, da Lorde
Depois de um longo período em hiato, a cantora neozelandesa abre o coração e põe vida ao sucessor do incrível e estrondoso Melodrama.
Solar Power é um álbum leve, intimista e minimalista, que bebe na fonte do folk pop e isso é mostrado tanto nos arranjos, quanto nas melodias e nas fotografias jogadas por Lorde nas praias no verão neozelandês.
A artista mostra um trabalho totalmente diferente do que foi feito em Pure Heroine e Melodrama, nos presenteando com uma sensação nova e gostosa em seu novo álbum, co-produzido com Jack Antonoff, que trabalhou com Taylor Swift e Lana Del Rey recentemente.
Solar Power é íntimo e nos mostra evolução de Lorde, suas batalhas internas e finais de relacionamentos. Ela entrega um trabalho sólido e gostoso de apreciar, um álbum que precisa ser entendido e digerido devagar para uma melhor imersão e entendimento do que a cantora nos quer mostrar. Uma artista com várias facetas e extremamente mutável. [HF]
24) Chegamos Sozinhos em Casa, do Tuyo
O segundo álbum cheio do trio paranaense Tuyo, dividido em dois volumes, é a consagração do grupo e chegou logo após eles terem participado do importante festival americano SXSW e recebido elogios rasgados do jornal The New York Times justamente por conta dessa apresentação.
A banda chegou ao seu auge mantendo sua personalidade e junção de estilos musicais com vocais belíssimos, mas apresentando um trabalho mais rico, com mais elementos sonoros, detalhes, camadas, texturas e participações especiais e produção impecável. O resultado é um som grandioso de altíssima qualidade, que tem tudo para ganhar o mundo ainda que todas as letras sejam em português brasileiro. Taí o reconhecimento dos gringos, merecidíssimo, que não me deixa mentir. As letras e a forma de cantar da Tuyo são muito, muito lindas e realmente tocantes. É como se a gente se apaixonasse escutando, mesmo quando falam de coisas mais sofridas e tristes, porque é uma beleza que atrai muito. É como se fosse uma música encantada, um canto de sereia, uma coisa magnética que puxa a gente. Imperdível.
Recomendo muito vê-los ao vivo também. Os fãs são muito apaixonados, cantam cada palavra a plenos pulmões e parecem estar em transe coletivo. A banda devolve sendo uma das mais simpáticas que eu já vi em cima de um palco, chorando junto, entregando tudo. É quase um culto e você sai de alma lavada! [BM]
23) Esculpido a Machado, do LEALL
Há uns tempos atrás eu vi o rapper LEALL questionando as listas de fim de ano que não colocariam Esculpido a Machado, seu disco de estreia. E o questionamento é válido.
O álbum é mais uma prova de como a cena do grime/drill está consolidada no Brasil, com elementos cada vez mais característicos daqui. Os versos soltados pelo carioca são cheios de verdade, em meio a um trabalho cercado de excelência. Por isso, como o próprio LEALL avisou, não lembrar de Esculpido a Machado no fim de 2021 beira o absurdo pra qualquer um que goste de rap. [RS]
22) SUCKAPUNCH, do You Me At Six
Os ingleses do You Me At Six sempre aparecem nas minhas listas e não é à toa, já que eles nunca decepcionam. Esse álbum é frenético e, talvez, essa seja uma boa definição para começar a falar dele.
Ele carrega questionamentos sociais e protestos feitos pelo vocalista Josh Franceschi em parceria com seus colegas de banda de loga data, ao compor cada canção desse álbum. Dentre as músicas preferidas, estão a faixa título "SUCKAPUNCH", "Beatiful Way", "WYDRN" e "Voicenotes", música que carrega um sentimento especial para quem é fã da banda, assim como a canção "Glasgow".
A banda que foi sempre muito próxima de seus fãs, dessa vez conseguiu ficar ainda mais próxima trazendo seus admiradores para participar de parte do processo de criação desse álbum, os envolvendo em grupos de whatsapp e gravação de clipes, o que por experiência própria posso dizer que foi muito legal. [JS]
21) Jubilee, de Japanese Breakfast
A talentosíssima Michelle Zauner, artista que está à frente do Japanese Breakfast, parece finalmente ter alcançado o reconhecimento que sempre mereceu, graças à Jubilee, seu terceiro álbum.
O disco é uma montanha-russa de emoções e musicalidades, indo desde um pop "radialístico" com "Be Sweet" até a grandiosidade de "Paprika", faixa com uma banda orquestral e que faz referência ao clássico de Satoshi Kon. Mas mais do que apenas a sonoridade, o que Michelle diz é o que torna o trabalho especial: uma obra que nos ensina a crescer com nossas experiências, mesmo que de forma dolorosa. Algo extremamente valioso para o período que ainda estamos passando. [RS]