Os 100 melhores álbuns de 2020
Essa deve ter sido a missão mais difícil em um ano recheado de bons lançamentos.
Se você é um daqueles que aguarda ansiosamente pelas listas musicais de final de ano, deve ter percebido que 2020 nos rendeu algumas das seleções mais variadas quando o assunto são os seus álbuns.
É interessante acompanhar como os veículos - sejam eles mídia impressa, online ou canais no YouTube - divergem quanto a posições e escolhas. Isso poderia ser resumido pela frase "questão de opinião", mas ela acaba indo além disso: cada vez mais, temos acesso a trabalhos interessantes. Cada vez mais, novos nomes ganham visibilidade com álbuns e EPs que merecem a nossa atenção. Em um ano caótico e onde se posicionar se tornou ainda mais importante, era natural que essa pluralidade ganhasse ainda mais força. Ao mesmo tempo em que nos deparamos com diversos nomes novos, vimos velhos conhecidos retornando ou dando continuidade de carreiras ainda marcantes. Com isso, foram várias as obras relevantes que foram disponibilizadas nos mais diversos formatos para que a gente pudesse rir, chorar, refletir, se fortalecer ou apenas curtir o momento.
Todo mundo sabe o quanto 2020 não foi um ano fácil. Da mesma forma, não foi fácil votar e chegar a essa seleção com os cem melhores álbuns de 2020. No entanto, dizem por aí que "missão dada é missão cumprida" e, por isso, ela está no ar reunindo um pouco daquilo que mais nos agradou. Como de costume, você pode ouvir todos os selecionados no Spotify e, para cada um deles, você encontra uma mini-resenha com alguns dos motivos que fizeram cada um deles aparecer por aqui.
100) ALICIA, da Alicia Keys
Em seu sétimo álbum de estúdio, Alicia Keys entrega aquele que, provavelmente, é o seu trabalho mais pessoal em toda a carreira.
É até contraditório já que ALICIA conta com convidados especiais em metade das suas músicas, mas isso evidencia a saída de uma "zona de conforto" na qual vimos a estadunidense trabalhar ao longo da carreira. Além disso, Keys abre o coração (perdão pela piada) e se posiciona em um álbum engajado e que reflete um lado que ela resolveu mostrar para o mundo nos últimos anos.
Com boas apostas melódicas, uma voz incrivelmente marcante e todo o dom instrumental que já conhecemos, o resultado só poderia ser um bom álbum e ALICIA é exatamente isso. [JP]
99) Blush, da Maya Hawke
Maya Hawke assumiu o desafio de mostrar que é mais do que a "atriz da Netflix que é filha de atores famosos" e, dessa forma, trilhar o seu próprio caminho desde cedo.
Multitalentosa, a estadunidense mergulhou em outra de suas paixões e o resultado foi o seu álbum de estreia, Blush. Com doze faixas, o registro é uma mescla bem segura de indie-folk com boas composições intimistas e bem pessoais.
Assim sendo, o resultado não poderia ser outro além de canções bem interessantes como "By Myself", "Coverage" e a bela "Cricket". [JP]
98) Viscerals, do Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs
Energético provavelmente seja a melhor palavra que descreve Viscerals, terceiro álbum de estúdio dos britânicos do Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs.
Mesclando urgência, riffs marcantes e um stoner metal, faixas como "New Body", "Rubbernecker" e "Halloween Bolson" mostram uma banda que se mantem relevante e com uma discografia tão interessante e divertida quanto o seu nome. [JP]
97) I Disagree, da Poppy
Em sua escalada musical, Poppy entregou em seu terceiro álbum aquele que é o melhor encontro do Metal com o Pop nos últimos anos.
I Desagree representa o renascimento da cantora, atriz e youtuber estadunidense, que passou por um período conturbado ao lado de seu antigo colaborador, Titanic Sinclair, a quem acusou de abuso psicológico e manipulação. Passando a limpo alguns assuntos, Poppy mergulha de cabeça em uma sonoridade que pode assustar quem a acompanha desde o Poppy.Computer (2017), mas que tem potencial para lhe render novos fãs.
Para entender tudo isso, basta pegar a melodia de "Fill The Crown" que você vai perceber aonde a Poppy quer chegar. [JP]
96) UR FUN, do Of Montreal
Se tem algo que marcou a carreira do Of Montreal até hoje é a forma prolífica com a qual trabalha. Lançando o seu décimo sexto álbum em 23 anos de carreira, o projeto capitaneado por Kevin Barnes entrega um álbum pronto para te fazer dançar.
Com uma pegada oitentista, UR FUN cumpre aquilo que o seu nome diz: é um trabalho divertido, bem produzido e um dos melhores do Of Montreal nos últimos anos. [JP]
95) Everything Else Has Gone Wrong, do Bombay Bicycle Club
Quase seis anos de espera e o novo álbum do Bombay Bicycle Club não decepcionou.
Em Everything Else Has Gone Wrong, a banda capitaneada por Jack Steadman liberou mais um bom registro de sua discografia. Com um indie-pop cada vez mais refinado, o quarteto londrino entrega um trabalho extremamente qualificado e que aborda temas importantes como a sobrevivência em uma era de ansiedade ou o desenvolvimento da empatia, que chegam de forma direta e tornam o álbum algo de fácil audição. [JP]
94) Never Will, da Ashley McBryde
Em seu quarto álbum de estúdio, o country-rock de Ashley McBryde segue sendo algo interessante de se ouvir. Never Will é um álbum extremamente acessível e a voz marcante de Ashley é o ponto alto ao longo de suas onze faixas.
Ainda que alguns clichês do country se façam presentes, é um registro que se aproxima da maravilha que é o Girl Goin Nowhere (2018), o que nos mostra que McBryde ainda tem muitas coisas guardadas na manga. [JP]
93) Universo Invertido, da Wanessa Camargo
Neste trabalho, Wanessa Camargo decidiu trazer de volta a sonoridade que os fãs amam. O novo álbum traz músicas que lembram sucessos do início de sua carreira ("Nosso som"), músicas que vão fazer você ficar alegre e querer dançar ("Sozinha"), baladas românticas que vão agradar os apaixonados ("Cuida de mim") e faixas que tocam a alma ("Por favor", "Vou lembrar" e "Desiste não").
Todo esse universo musical é a essência da cantora e este novo trabalho é coeso, bem feito e com muita identidade. A sensação ao ouvir o álbum é a de que a Wanessa (re)encontrou a sua verdade e se sentiu pronta para mostrá-la novamente ao público. [YC]
92) Gigaton, do Pearl Jam
Gigaton é simplesmente o melhor álbum do Pearl Jam nos últimos vinte anos.
Saindo da zona de conforto, a banda capitaneada por Eddie Vedder entrega uma mescla interessante de sonoridades, apostando em outros elementos aliados ao seu tradicional grunge. Abordando questões sociais e políticas como nunca, o álbum se torna inspirador, questionador e extremamente necessário ao longo de suas audições.
Graças a faixas como "Who Ever Said", "Dance of the Clairvoyants", "Quick Escape" e "Superblood Wolfmoon", o Pearl Jam está vivo e muito bem, obrigado! [JP]
91) Ordinary Man, do Ozzy Osbourne
Alguém já me disse uma vez que, quando menos esperamos, coisas boas acontecem. Isso se aplica perfeitamente ao Ozzy Osbourne e ao seu novo álbum, Ordinary Man.
Após um ano caótico, acidente, descoberta de mal de parkinson, cancelamento de turnês e um período no hospital, a última coisa que a gente esperava era que ele entregasse um dos seus melhores trabalhos nas últimas três décadas.
Composições fortes, melodias interessantes, convidados inesperados e que, ao mesmo tempo, enriqueceram ainda mais o registro… tudo colaborou para que Ordinary Man se tornasse um êxito. Músicas como a faixa título, "Take What You Want", "Under the Graveyard" e "Straight to Hell" comprovam isso. [JP]