TOP 10: Rahif Souza

O Rahif selecionou os seus dez lançamentos preferidos de 2021 entre álbuns e EPs.

   10) The Asymptotical World EP, de Yves Tumor

Yves Tumor já foi lembrado por veículos especializados lá de fora como um nome que vai ajudar a guiar a música nos próximos anos, e fica impossível não concordar com tal afirmação ouvindo The Asymptotical World EP.

Mais uma vez, Yves não se prende a um estilo, conseguindo proporcionar uma sonoridade única. Mesmo que o EP não seja tão impressionante como seus últimos dois LPs, o trabalho demonstra todo o talento de Tumor em surpreender. Yves é um rockstar, que encanta cada vez mais.

9) Diretoria, de Tasha & Tracie

O segundo EP da carreira das gêmeas Tasha & Tracie, Diretoria, soa cru e direto, e é exatamente isso que faz ele ser um dos melhores trabalhos do ano.

Tasha & Tracie trazem um trabalho autêntico, que confirma a reputação que as rappers alcançaram nos últimos anos. Troca de flows, exploração de diversos estilos de beats e versos pesados fazem parte desse EP, que entrega um resultado excepcional mesmo em 7 músicas.

8) ULTRAPOP, do The Armed

Se o hardcore e o pop resolvessem ter um filho, ele seria ULTRAPOP, quarto disco da banda estadunidense The Armed.

Em meio a acordes malucos e gritos, há espaço pra dança e celebração à vida, em um ambiente sonoro caótico e ao mesmo tempo apaixonante. Os 38 minutos de ULTRAPOP passam voando, e você sempre quer mais.

7) Sometimes I Might Be Introvert, da Little Simz

Se em GREY Area (2019), Little Simz refletia sobre o início da vida adulta, em Sometimes I Might Be Introvert, ela invoca com maestria os sentimentos da maturidade.

Entramos na pele de um introvertido, que enxerga a vida passar e que se move através dessa característica. Tudo isso em meio ao flow incrível de Simz, além das excelentes batidas que parecem vivas ao longo das 19 faixas que compõem o álbum.

6) BAILE, de FBC & VHOOR

Escutar BAILE, disco do rapper FBC em parceria com o produtor VHOOR é como viajar no tempo. Se você não sabe como eram os bailes funk na década de 90, o álbum oferece essa experiência.

BAILE caminha pelo miami bass, ao mesmo tempo em que narram a realidade na periferia de BH, com uma fórmula que parece improvável, mas que soa conquistador na primeira escuta. Um álbum capaz de arrastar uma multidão pros bailes.

5) King's Disease II, do Nas

Como é a vida de um rei do rap? A resposta pode ser encontrada em King's Disease II, álbum do lendário Nas.

Mesmo em seu 13º trabalho de estúdio, o rapper de Nova Iorque provou estar em forma com um disco que soa fresco e que não cai na mesmice. E que, claro, reflete a trajetória de Nas, trazendo as reverências que esse artista sempre mereceu, mas que parece que lhe foi tirada.

4) CALL ME IF YOU GET LOST, do Tyler, The Creator

O homem simplesmente não para! E em 2021, Tyler, The Creator nos trouxe um dos melhores álbuns do ano com o excelente CALL ME IF YOU GET LOST.

Um disco que brinca menos com a questão das personas, algo recorrente na carreira de Tyler – e parte para a nostalgia ao resgatar o espírito das mixtapes dos anos 2000. Entretanto, apesar de ser um trabalho que faz referência ao passado, carrega toda a criatividade de um dos melhores artistas que o hip-hop concebeu na última década.

3) Jubilee, de Japanese Breakfast

A talentosíssima Michelle Zauner, artista que está à frente do Japanese Breakfast, parece finalmente ter alcançado o reconhecimento que sempre mereceu, graças à Jubilee, seu terceiro álbum.

O disco é uma montanha-russa de emoções e musicalidades, indo desde um pop "radialístico" com "Be Sweet" até a grandiosidade de "Paprika", faixa com uma banda orquestral e que faz referência ao clássico de Satoshi Kon. Mas mais do que apenas a sonoridade, o que Michelle diz é o que torna o trabalho especial: uma obra que nos ensina a crescer com nossas experiências, mesmo que de forma dolorosa. Algo extremamente valioso para o período que ainda estamos passando.

2) Esculpido a Machado, do LEALL

Há uns tempos atrás eu vi o rapper LEALL questionando as listas de fim de ano que não colocariam Esculpido a Machado, seu disco de estreia. E o questionamento é válido.

O álbum é mais uma prova de como a cena do grime/drill está consolidada no Brasil, com elementos cada vez mais característicos daqui. Os versos soltados pelo carioca são cheios de verdade, em meio a um trabalho cercado de excelência. Por isso, como o próprio LEALL avisou, não lembrar de Esculpido a Machado no fim de 2021 beira o absurdo pra qualquer um que goste de rap.

1) GLOW ON, do Turnstile

Combine o hardcore da costa leste com uma pitada de R&B, rap, house, indie rock e até mesmo samba. O resultado é o incrível GLOW ON, disco do Turnstile.

Há algo de especial no terceiro álbum de estúdio da banda estadunidense. A mistura de ritmos? A participação de Dev Hynes (Blood Orange)? A melhor produção da carreira do lendário produtor Mike Elizondo? Provavelmente. O fato é que GLOW ON é um álbum marcante não apenas para o ano de 2021, como para o próprio hardcore, se provando um próximo passo para o estilo.