Gabrre, cantor e compositor gaúcho de 22 anos, lançou o seu álbum de estreia.
tocar em flores pelado já está disponível nas plataformas digitais via Honey Bomb Records e conta com dez faixas que retratam a vida de um jovem contemporâneo. Os temas são embalados por sua fusão interessante de violões, pianos, reverb e percussões pulsantes.
Faixas como “mula sem cabeça”, “de noite eh dia de sair”, “elephants”, “defender” e “boris” são alguns dos destaques do registro. “No disco, se desenrola uma breve narração dos meus anos como jovem no extremo sul do país. Noites de festas em casas aleatórias, passeios diurnos em todos os lagos possíveis, amor e carinho pelos meus animais, amigos e família e lamentos otimistas são alguns dos temas da obra”, explica.
A carreira musical de Gabrre começou aos 16, quando lançou o seu primeiro EP como baterista da banda Urso Polar, um projeto de indie rock gaúcho. No ano passado, já com 21 anos, estreou como artista solo ao lançar o single “…e parabéns”, selecionado pela Natura Musical e Honey Bomb Records para a coletânea Sons que Vem da Serra.
Ela acabou dando início ao processo de produção de novas músicas que resultaram em tocar em flores pelado.
Abaixo, leia o faixa a faixa do álbum escrito por Gabrre:
A faixa que abre é verão de novo. “Essa eu fiz em 2018, em uma tarde quente no primeiro dia do verão, de saco cheio dos ciclos infinitos de tédio em Gramado, pensando no dia em que partiria para algo novo e mais interessante”, explica ele que em breve se muda para Portugal. “Penso também nas pessoas que continuam por aqui, assistindo a mais um verão que se passa e o eterno status quo da serra. Por outro lado, estar em Gramado faz com que a dor da mesmice seja aliviada, pelo menos no verão”.
Em seguida, Gemutlichkeit. Instrumental mais suave, “seus timbres saturados remontam uma live session em uma fábrica abandonada de Berlim na década de 90”. Terceiro single apresentado do disco, de noite eh dia de sair ganhou clipe. “Foi a primeira faixa que trabalhei pensando especificamente no seu formato: melodia, arranjo e estrutura pop de rádio. A letra é sobre sair e encontrar as mesmas pessoas, nos mesmos lugares, fazendo as mesmas coisas, geralmente banais e autodestrutivas”.
mula sem cabeça foi o segundo single revelado para o público e o primeiro a ganhar videoclipe, cuja canção o artista define como “idealizações adolescentes in a nutshell”. E a instrumentação ele encara como “um aceno debochado aos grandes jargões do pop”. O amor ao próprio quarto, onde os adolescentes constroem seus próprios universos, é traduzido em no meu quarto. “A maior parte das vezes, enjoado das mesmas pessoas e das mesmas coisas, saia de casa já almejando o momento da volta”, conta.
elephants retrata as dores de um relacionamento instável. “É uma música esquecida da Urso Polar, minha antiga banda de adolescência. Às vezes, quando brigamos, não queremos acertar as coisas, apenas deitar e abraçar calados”. Inspirado na simplicidade do olhar do seu gato, boris fala como se comportar diante das adversidades, apesar de raramente Gabrre seguir seus próprios conselhos. “Olhar nos olhos do meu gato sempre me faz olhar para dentro de mim, e a simplicidade que neles encontro, em mim sinto falta”. A faixa é a destaque do lançamento e ganhou clipe – assista aqui.
sapinhos fala sobre superar desilusões amorosas. “Condensei todos os sentimentos ruins de anos de decepções, majoritariamente amorosas e criei o cenário mais frustrante possível para, finalmente, externalizar tudo isso e seguir em frente”. Já defender foi o primeiro single apresentado para o público e fala sobre lealdade. “Defender é uma declaração para todas as pessoas que você mais ama, jurando que você as defenderá a todo custo, independentemente de suas inseguranças”.
Encerrando o álbum, faz bem, faixa na qual o artista reúne todas as características sonoras apresentadas na obra. “Estar perdido na vida e atolado de incertezas, a única coisa que me deixa seguro é pensar que nada disso importa porque eu tenho pessoas que estarão sempre ao meu lado”.