Depois de já ter assistido a quatro shows da Fresno, fui para o quinto – no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo – e um show que poderia ter sido “apenas mais um” foi da nostalgia ao tumulto.
A sensação de um “possível” problema começou quando o público, que por sua vez lotou o ginásio em um show gratuito, não poderia ocupar a quadra e os espaços próximos do palco, somente as arquibancadas. Pra bom entendedor basta, colocar uma galera sentada durante um show de rock nesse nosso país não é algo muito viável de se fazer.
Até então tudo muito tranquilo e a Fresno entrou pontualmente no palco, com um setlist que variou de músicas dos CDs Ciano, Redenção, até o atual Revanche. As lágrimas tomaram conta em “Porto Alegre” e “Não Leve a Mal”. Músicas mais antigas como “Desde Quando Você Se Foi” e “Quebre as Correntes” levaram o público a seguir a voz de Lucas Silveira com um coro memorável.
E foi esse mesmo público, que ao delírio, não ficou sentado e mostrou que a noite do domingo “calmo” no Ibirapuera ainda prometia muita coisa. A banda também sentiu que manter o público distante do palco, não foi uma boa ideia, deixando claro nos comentários do Lucas logo no começo do show que era ruim pra eles estarem longe da vibe do público.
Chegando ao final da apresentação, o público que não se contentou em ficar somente nas arquibancadas, se organizou para invadir a quadra do ginásio e foi antes de “Revanche”, última música, que a multidão passando por cima das barricadas de acrílico, tomou conta do espaço da quadra do Ginásio do Ibirapuera.
Previsível. Era o que dizia Lucas antes de encerrar o show, junto com os pedidos de calma e que a galera não subisse ao palco. Atendendo o vocalista, o público representou e mostrou que estavam ali pra realmente curtir um show como merecia ser feito.
A Fresno deixou o palco e à medida que as pessoas foram deixando o ginásio era visível o estrago no local. Certos ou errados, foram até la para assistir uma banda que eles gostavam. De maneira certa ou errada, cada um viu da forma e com a atitude que achou melhor.