A história do Editors é vasta, sendo construída desde o começo pelas mãos do vocalista e guitarrista Tom Smith e também pelo baixista Russell Leetch.
Muitas coisas aconteceram ao longo dos quase vinte anos de carreira para a banda britânica de Birmingham: sucesso já no seu primeiro álbum, reconhecimento mundial, aposta em novas sonoridades, mudanças de formação… a banda que conta também com Ed Lay (bateria), Justin Lockey (guitarra) e Elliott Williams (teclados) tem seis álbuns lançados e muita história para contar.
Por isso, aproveitamos o período de isolamento social para bater um papo com o Russell Leetch sobre essa trajetória, música brasileira e também o que o baixista anda ouvindo recentemente.
Confira a conversa completa logo abaixo!
Vocês lançaram no ano passado a sua primeira coletânea, Black Gold. Como foi o processo de escolha das faixas? Foi fácil para a banda resumir mais de quinze anos de carreira em treze faixas?
Acredito que para uma coletânea as músicas se escolhem sozinhas. É uma introdução à banda, então as músicas são os principais singles. Acho que há muitas faces da banda que gostaríamos de mostrar; algumas das minhas músicas favoritas do Editors são bsides, mas eles não são tão relevantes para uma coletânea.
A coletânea conta também com três músicas inéditas, “Black Gold”, “Frankenstein” e ”Upside Down”. Elas foram pensadas exclusivamente para a coletânea ou fazem parte de sessões que deram origem aos álbuns anteriores do Editors?
Sim, essas foram gravadas somente para a coletânea. Tom as escreveu com sua cabeça no modo pop. A maioria dos nossos fãs tem tudo, então é bom adicionar algo novo para eles.
Como foi trabalhar novamente com o Jacknife Lee mais de uma década após o An End Has a Start?
Foi tão incrível quanto há mais de 10 anos. Pensamos que trabalhar com um produtor conhecido para esse projeto seria legal. Nós gostamos de trabalhar com pessoas novas, ou talvez os [produtores] anteriores não aguentam mais trabalhar com a gente, mas, para uma coletânea, nós pensamos em quem fez nossos maiores hits, e foi ele.
Ao longo da carreira, o Editors passou por uma mudança em sua sonoridade e, quando a gente olha para a indústria num todo, é comum encontrar casos onde artistas acabam deixando o que criaram anteriormente de lado. No entanto, vocês parecem olhar com carinho para o início da banda e para tudo o que produziram até então. Como foi essa transição do Editors que gravou o The Back Room para o Editors das faixas inéditas lançadas em Black Gold?
Exatamente. Nós crescemos juntos a partir de 2003. Nós éramos adolescentes quando nos conhecemos, mas agora chegamos aos 40; isso ecoa na nossa música desde o primeiro lançamento até a nova coletânea.
Falando em The Back Room, o álbum completa quinze anos em julho. A banda planeja alguma comemoração especial para a data?
Lembro dessa pergunta quando o aniversário foi de 10 anos. Acho que 25 anos é um teste de tempo bastante sólido, então vamos esperar por esse marco.
No começo dos anos 2000, era fácil imaginar o Editors sendo uma banda ativa e com fãs espalhados pelo mundo quinze anos depois? Pensando nisso, é possível fazer uma projeção para os próximos quinze anos? Talvez com a banda lançando uma segunda coletânea com faixas dos próximos trabalhos…
Isso seria ótimo. Eu sempre imaginei que poderíamos nos dar bem, mas nós fomos mais longe e, com a nossa música, atingimos mais pessoas do que eu poderia imaginar e eu sou tão grato por todos os fãs que nos apoiam.
Vocês já devem ter sido perguntados várias vezes sobre uma aguardada visita ao Brasil, então vou deixar essa questão de lado para perguntar: o que vocês conhecem da música brasileira? Tem algum álbum ou artista que tenham ouvido?
Não, não tenho, mas se os fãs quiserem me recomendar algo no twitter seria ótimo. Eu só conheço os clássicos da Bossa Nova.
Por último, mas não menos importante: qual álbum ou artista indicariam para a gente ouvir além da coletânea Black Gold?
Eu tenho ouvido Superunknown, do Soundgarden, ultimamente. Não sei se é nostalgia, mas é um álbum de rock sólido, com momentos muito bons.