Provavelmente, a missão mais difícil do ano para quem gosta de música foi responder quais os melhores álbuns de 2019.
Se você tem o costume de acompanhar listas de melhores do ano, deve ter notado que 2019 nos reservou listas das mais variadas possíveis. Cada vez mais, a variedade de álbuns listados mundo afora como os melhores do ano surpreende e, ao mesmo tempo, deixa evidente toda a pluralidade existente na música.
Afinal de contas, o que dizer de um ano que nos apresentou diversos artistas, ficou marcado por retornos e também serviu para reafirmar a importância de nomes que nos rodeiam nesta década? Seja fazendo um rock convencional, nos fazendo chorar ou nos colocando para dançar, 2019 contou com álbuns marcantes ao longo de seus doze meses e, ainda que tenha sido um ano complicado por conta das questões sociais, políticos e econômicos, a música acabou prosperando, seja pelos artistas que visam entretenimento como também por aqueles que abordaram esses conflitos em suas criações.
Várias foram as obras relevantes que passaram pelos nossos ouvidos ao longo do ano e, por isso, a nossa lista com os cem melhores álbuns de 2019 está no ar com aquilo que mais nos agradou. Como de costume, você pode ouvir todos os selecionados no Spotify e, para todos os selecionados, você encontra também uma mini-resenha com alguns dos motivos que levaram cada um deles a entrar nessa lista.
100) Mint, da Alice Merton
Alice Merton trabalhou por três anos em seu álbum de estreia, Mint, que finalmente foi lançado em janeiro de 2019. Antes, quem acompanhava o trabalho da cantora pôde ouvir uma prévia do novo projeto através do EP No Roots, que trazia a faixa carro-chefe de mesmo nome e conquistou a posição #1 na França, entre 2017/2018. Além da fresh “No Roots”, o álbum traz possíveis hits como “Lash Out”, “Learn To Live” e “Why So Serious”. Uma das revelações do ano merece reconhecimento por esse álbum que, com certeza, você vai gostar. [YC]
99) This Land, do Gary Clark Jr.
Político e questionador, This Land mantém a série de bons trabalhos lançados pelo norte-americano Gary Clark Jr. na sua carreira. Em seu terceiro registro de estúdio, o guitarrista aborda questões como o racismo, imigração e toda o contexto político vivido nos Estados Unidos nos últimos anos. Em meio a isso, Gary fala também sobre a busca pelo equilíbrio entre ser um músico de sucesso e ter a sua vida pessoal e familiar. É um bom disco de rock que transita entre o R&B e o blues sem parecer forçado. [JP]
98) Psicodelic, do Coruja Bc1
Muitas coisas aconteceram na vida de Gustavo Vinícius desde o lançamento de No Dia dos Nossos (2017), seu primeiro álbum de estúdio. Coruja BC1 voltou a ser um rapper independente, lidou com depressão e, no meio de todo esse cenário, nasceu Psicodelic. O álbum mostra o quanto o artista pode ser versátil em suas criações, sendo necessariamente um registro de rap, mas também de trap, que flerta com o samba e tudo isso sem perder qualquer pingo de identidade. Com convidados como Djonga (“Gu$tavo$”), Zudizilla (em “Um Acorde”), Késia Estácio (“Camisa 12”) e Diomedes Chinaski (“Ogun”), entre outros, Coruja BC1 crava seu nome no time dos bons representantes do rap nacional e com todos os méritos. [JP]
97) Bright Night Flowers, do Jon Fratelli
Bright Night Flowers é o segundo álbum solo de Jon Fratelli, vocalista do The Fratellis. O trabalho de nove faixas mostra um lado emocional e, em vários momentos, triste do músico escocês, deixando claro o seu crescimento enquanto compositor. É um registro leve, fácil de ouvir, com melodias tranquilas e capazes de embalar um bom dia de trabalho ou aquela viagem pelas estradas da vida. “Evangeline”, “Rolling By” e “Serenade In Vain” são bons destaques para obra e que justificam a sua presença em nossa lista de fim de ano. [JP]
96) Lover, da Taylor Swift
Quem se assustou com a letra de “Me!” (Hey, kids! Spelling is fun), que inclusive foi alterada na versão oficial de Lover, provavelmente não esperava um trabalho tão interessante de Taylor Swift. O álbum já começa com a excelente “I Forgot That You Existed”, seguindo para o potencial hit “Cruel Summer” e chegando em “Lover”, a balada mais gostosa que ela incluiu no disco. Com 18 faixas, é difícil escolher quais seriam as favoritas. Alguns artistas já escolheram as suas, casos de Halsey (“Cornelia Street”), Camila Cabello (“Afterglow”) e Demi Lovato (“Cruel Summer”). Por sua vez, os fãs estão aclamando “The Man” e “Miss Americana & The Heartbreak Prince”. [YC]
95) FEVER DREAM, do Of Monsters and Men
O Of Monsters and Men finalmente saiu de sua zona de conforto em seu terceiro registro de estúdio. FEVER DREAM deixa evidente todo o amadurecimento da banda islandesa capitaneada pela vocalista e guitarrista Nanna Hilmarsdóttir. Apostando em algo mais colorido, o OMAM vai na contramão do esperado e o resultado é bem interessante. Faixas como “Wild Roses” e “Soothsayer” mostram claramente como a banda segue por outros caminhos, usando sintetizadores, mas sem parecer genérico. No entanto, a julgar pelas reviews, o FEVER DREAM vai ser um daqueles álbuns que lidarão com a saga “ame ou odeie”. [JP]
94) Tenho Saudade Mas Já Passou, da Luiza Brina
Tenho Saudade Mas Já Passou foi o nome escolhido pela mineira Luiza Brina para o seu terceiro álbum de estúdio. Produzido por Chico Neves e com direção artística de César Lacerda, o novo trabalho solo da vocalista do Graveola conta com nove faixas, sendo oito inéditas e uma regravação de “Queremos Saber”, composição de Gilberto Gil que foi lançada por Erasmo Carlos em 1976. Alguns dos destaques interessantes do registro ficam por conta de “De Cara”, parceria com Lacerda, e “Acorda para Ver o Sol”, que conta com a participação de Fernanda Takai. [JP]
93) Vagabon, da Vagabon
Após ganhar o mundo com o Infinite Worlds (2017), muito se esperava da camaronesa radicada nos EUA Laetitia Tamko e o seu projeto Vagabon. Totalmente produzido por Tamko, o seu novo registro é daqueles que te ganham por completo ao longo de sua audição. Trocando as guitarras por mais elementos eletrônicos, Vagabon transita entre o indie/bedroom pop e o eletrônico, deixando claro todo o talento da multi-instrumentista e produtora. Com uma voz marcante, o álbum fica na sua cabeça graças a faixas como “Water Me Down”, “Wits About You” e “Every Woman”. [JP]
92) Hibernar Na Casa das Moças Ouvindo Rádio, do Odair José
Em seu 37º álbum de inéditas, Odair José reflete sobre o mundo atual em suas novas músicas, com um rock bem afiado e letras com altas doses de ironia e bom-humor. Tudo isso já começa com o nome do álbum, Hibernar Na Casa Das Moças Ouvindo Rádio, que representa o lugar para onde ele vai em busca de reflexões sobre a vida. O álbum conta com participações de Assucena Assucena e Raquel Virginia, do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira, na faixa “Chumbo Grosso”, e de Toca Ogan e Jorge Du Peixe, ambos da Nação Zumbi, que participam de “Rapaz Caipira” e “Imigrante Mochileiro”, respectivamente. A novidade ainda conta com inserções de Luiz Thunderbird, que serve como narrativa para o conteúdo do álbum. [JP]
91) A Pill For Loneliness, do City and Colour
Se tem uma coisa que o Dallas Green sabe fazer é escrever letras e melodias que casam quase de instantaneamente e isso vai ficando cada vez mais evidente ao longo dos anos. Em seu sexto álbum, A Pill For Loneliness, a mente por trás do City And Colour mescla indie rock com folk de uma maneira bem interessante. Um dos grandes lançamentos do mês, o registro conta com 11 faixas e tem como destaques “Astronault”, “Song Of Unrest” e a bela “The War Years”. [JP]