Siouxsie Sioux já se eternizou como um ícone atemporal. Suas contribuições culturais, desde os anos 70, influenciam inúmeras pessoas nos quatro cantos do globo, seja em aspectos ideológicos, visuais ou musicais.
Os inúmeros feitos da vocalista dos Banshees são admiráveis e foram muitos. É válido mencionar alguns deles para, quem sabe assim, tentar justificar sua incomparável grandeza: liderou uma banda composta por homens, num período e contexto nos quais as mulheres ainda não tinham tanto espaço em cima dos palcos – sim, já existiam mulheres nos vocais, mas basta pesquisar e/ou conhecer um pouco sobre a Sioux para saber que ela deu um passo adiante nesse quesito. Foi um ícone da moda, apresentando ao público um visual ilustre, dotado de criatividade, que até hoje inspira muitas pessoas. Certamente foi uma das compositoras mais brilhantes que já conhecemos, pois as letras que escreveu abrangem temas extremamente originais e simplesmente únicos. Já colaborou com músicos grandiosos, tal como Yoko Ono, Angelo Badalamenti, Pam Hogg, Morrissey e outros.
Além disso, sempre se mostrou versátil enquanto compositora e vocalista, uma vez que os álbuns dos Banshees são bastante diversificados entre si no que tange ao aspecto sonoro e lírico e, além disso, ao lado de Budgie, no The Creatures, seguiu um rumo musical deveras peculiar – sem contar sua carreira solo, que também, em essência, se distancia tanto da musicalidade dos Banshees quanto do The Creatures.
Siouxsie Sioux sempre mostrou ser uma mulher forte, disposta para a luta e determinada em sua autoafirmação. Inspirou-se em grandes artistas – tal como David Bowie, Marc Bolan e Jim Morrison, por exemplo. Porém, não se limitou, como infelizmente muitos fazem, em simplesmente copiá-los… não foi o tipo de pessoa que fez “mais do mesmo”… isso seria tragicamente infrutífero para uma mulher tão grandiosa e de espírito tão aventureiro! Aconteceu justamente o contrário, pois ela se permitiu trilhar caminhos avessos aos de seus “ídolos”: atrevo-me a dizer que ela deu um passo a mais do que todos eles e fez algo totalmente diferente deles, pois escreveu sua própria história a partir de sua natureza individual e de sua realidade existencial.
E sabemos, foi assim que nasceu a estrela Siouxsie Sioux… Foi assim que ela brilhou de maneira tão inusitada e encantadora: a estrela exalou seu brilho, sua magia, seu esplendor, justamente através de sua autonomia, isto é, do mundo ÚNICO e INCOMPARÁVEL que ela arquitetou para si e compartilhou conosco. Desse legado, há e sempre haverá muito para desfrutarmos e especularmos!
A Sioux, a partir desse seu mundo fabuloso, nos fornece deslumbres singulares através de sua música (seja em relação aos Banshees, The Creatures ou qualquer outro legado musical). Ela, na verdade, nos estende a mão e oferece a chave para abrir as correntes que nos prendem no fundo da caverna. Ela liberta nosso espírito através de seu talento único. Longe da caverna, nos deparamos com um universo magnífico, totalmente novo e encantador em cada detalhe – pronto: somos livres! Finalmente! Agora podemos voar de encontro ao infinito!
Obrigada, Sioux. Feliz aniversário!
Algumas curiosidades sobre Siouxsie Sioux:
# Filmes favoritos:
- No Templo das Tentações (1983)
- As Três Máscaras de Eva (1957)
- O Homem de Palha (1973)
- 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)
- Onibaba: A Mulher Demônio (1964)
- O Beijo da Despedida (1957)
- Pacto Sinistro (1951)
# Livros favoritos:
- A Montanha Mágica – Thomas Mann
- O Perfume – Patrick Süskind
- O Labirinto – Jorge Luis Borges
- Alice No País das Maravilhas – Lewis Carroll
- Lolita – Vladimir Nabokov