Eu realmente amo o The Doors e sou completamente fascinada pelo Strange Days. Acho que, ao lado do Waiting For The Sun e do registro que leva o nome da banda, ele está entre os melhores da gloriosa e brilhante carreira dos norte-americanos.
Esse foi apenas o segundo trabalho de estúdio do grupo e é formado por algumas faixas que haviam ficado fora de seu primeiro álbum e, ainda que fossem músicas inéditas, haviam sido criadas especialmente para ele.
O primeiro aspecto interessante e cativante do Strange Days que acho digno citar, é a sua capa maravilhosamente “bizarra”, que já chama bastante a atenção logo de cara. Vemos uma imagem estranha e interessante, composta por vários indivíduos que parecem ter saído de um circo. Essa figura, que retrata um grupo de artistas, foi fotografada em Nova Iorque, e registrada por Joel Brodsky. Mas essas pessoas não saíram de um circo… uma delas é um taxista que recebeu cinco dólares por seu “serviço como modelo fotográfico”, enquanto outro sujeito era o assistente do fotógrafo.
Bem, agora deixemos essa icônica capa para trás e adentremos ao conteúdo propriamente dito do Strange Days: particularmente, eu aprecio todas as faixas, da primeira até a última, e acho que o álbum é capaz de compor qualquer lista baseada nos “maiores discos de Rock And Roll de todos os tempos”. Nele estão presentes algumas das melhores letras escritas por Jim Morrison, e como exemplo disso, podemos mencionar a misteriosa “Strange Days” e a profunda, psicodélica e parcialmente melancólica “Unhappy Girl”, cujas mensagens, ao menos para mim, são simplesmente geniais e cheias de espantosas propostas reflexivas.
Nesse álbum se encontram reunidos alguns dos maiores clássicos da carreira do The Doors, que se tornaram verdadeiros “hinos” de toda a história da banda, tal como “People Are Srange”, “When The Music Is Over” e a popular “Love Me Two Times”.
O Strange Days, de maneira geral, é um álbum místico, ritualístico, que se propõe a dialogar com nossas almas e que oferece um poder grandioso de nos elevar para qualquer outro plano além do habitual em que vivemos em nossos cotidianos. Suas músicas são alucinantes, compostas por um trabalho instrumental impecável e criativo, e por algumas das letras mais místicas e poéticas já escritas por Morrison.
Strange Days é um verdadeiro um artefato mágico e poderoso, daquele tipo que somente o The Doors era capaz de produzir. Trata-se de um exemplo prático de “magia do caos”, se assim podemos dizer.
The Doors – Strange Days
Lançamento: 25 setembro de 1967
Gravadora/Selo: Elektra
Gênero: Psychedelic rock / acid rock
Produção: Paul A. Rothchild
Faixas:
01. Strange Days
02. You’re Lost Little Girl
03. Love Me Two Times
04. Unhappy Girl
05. Horse Latitudes
06. Moonlight Drive
07. People Are Strange
08. My Eyes Have Seen You
09. I Can’t See Your Face in My Mind
10. When the Music’s Over