Após shows arrebatadores do The Who na primeira noite e do Bon Jovi em seu segundo dia, o São Paulo Trip vivia a expectativa daquele que pode ser o último show do Aerosmith no Brasil, ainda que ninguém realmente acredite nisso.
Rodando o mundo com a turnê Aero-Vederci, a banda capitaneada por Steven Tyler tem gerado diversas especulações por conta das declarações confusas de seus integrantes nos últimos anos. Como ninguém sabe quais os próximos capítulos dessa novela, era válido ver o que a banda faria na capital paulista.
No entanto, antes de verem os ídolos subirem ao palco, o público teve pela frente o show do Def Leppard, responsável por abrir os trabalhos do terceiro dia de evento no Allianz Parque.
Carregado de luzes, projeções e muito brilho, a apresentação levou o público de volta aos anos 80 graças aos sucessos “Pour Some Sugar On Me” e “Rock Of Ages”. Com catorze faixas, o setlist da apresentação contou ainda com “Switch 625”, “Hysteria” e “Photograph”, que colocou ponto final no show.
Afinados no palco, os guitarristas Phil Collen e Vivian Campbell ditam o ritmo da apresentação ao lado do baterista Rick Allen, que é um dos pontos altos da banda. Ao vocalista Joe Elliott, coube o papel de maestro regendo seus companheiros e também o público, que certamente ficou feliz com o que viu no palco.
Após passagens por BH e Rio, era hora do público paulista encarar o que pode ser a última passagem dos bad boys de Boston pela cidade.
Com meia hora de atraso – o primeiro registrado no festival até então, o Aerosmith subiu ao palco com “Let The Music Do The Talking”, faixa que também abriu as apresentações anteriores no país. Enquanto a banda teve que lidar com alguns problemas em BH, a apresentação em São Paulo parecia mais encaixada e divertida.
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Após repetir o setlist em Minas e no Rio, a banda promoveu pequenas alterações nas músicas escolhidas, deixando de fora “Falling in Love (Is Hard on the Knees)” e “Eat the Rich”. No lugar, entrou a clássica “Mama Kin” – com direito a fã subindo no palco – e nada mais, o que deixou a apresentação paulista com uma música a menos que o habitual. Apesar das mudanças, faixas como “Love In An Elevator”, “Cryin’”, “Rag Doll”, “Sweet Emotion”, “Dude (Looks Like a Lady)” e a totalmente dispensável “I Don’t Want to Miss a Thing” fizeram a alegria do público.
Assim como nos shows anteriores, o interesse do público variava de acordo com o “alcance” da música. Enquanto “Crazy” levou o público ao êxtase – uma guria ao meu lado tentou seduzir Steven Tyler mostrando os seios, momentos em que os sucessos eram deixados de lado não cativaram a maioria dos presentes. As versões de “Stop Messin’ Around” e “Oh Well” provaram mais uma vez que são o ponto alto do show – musicalmente falando – e mostram que a sintonia entre os caras no palco continua intacta. Pena que o público não respondeu na mesma moeda.
No bis, uma sequência com “Dream On”, “Mother Popcorn” – música de James Brown – e “Walk This Way” colocaram ponto final na passagem de Tyler, Perry, Hamilton, Whitford e Kramer pelo Brasil. Ao fim, após uma chuva de papel picado, uma apresentação de todos os integrantes e, talvez, o único momento em que a banda deixa no ar que aquilo pode ser mesmo uma despedida.
O que se sabe é que ficou um gostinho de quero mais nos fãs e, para esses, só resta agora aguardar os próximos capítulos dessa novela chamada Aerosmith.