Todo mundo tem um disco que ocupa um lugar especial no coração e muitas mulheres são responsáveis por esses discos memoráveis para cada um de nós.
Independente do ano e do gênero musical, a nossa convidada Clarisse Simão e o John Pereira separaram dez discos incríveis lançados por mulheres igualmente incríveis e que marcaram a história da música.
# The Miseducation of Lauryn Hill, da Lauryn Hill
Lançado em 1998, The Miseducation of Lauryn Hill é considerado por muitos como a obra prima da cantora, atriz e produtora norte-americana. Composto e produzido por Hill, o seu debut solo deu ao mundo uma visão muito importante do universo feminino acerca do amor e da vida, explorando todo o universo lírico de Lauryn em uma história muito bem escrita ao longo de suas catorze faixas.
Citado em diversas listas de melhores álbuns dos anos 90, The Miseducation of Lauryn Hill é daquelas obras capazes de te transportar para outro lugar. É um disco para saborear e aprender com músicas envolventes como “Ex- Factor”, “To Zion”, “Doo Wop (That Thing)”, “When It Hurts So Bad” e “Everything Is Everything”, por exemplo. [JP]
# Com você meu mundo ficaria completo, da Cassia Eller
O disco antecede o Acústico MTV, registro direto ano de 1999 e Cássia Eller já quebrava os padrões de gênero com o cabelo colorido e corte moicano. É tão intenso quanto a própria cantora, foi considerado uma das maiores obras da carreira dela até então, colocando-a no time de grandes vozes nacionais da geração 90. O disco começa com a primeira música de trabalho, “O Segundo Sol”, uma das várias composições do então titã Nando Reis incluídas no álbum (que, além de tudo, é por ele produzido). Cássia não sabia na época, mas esta se tornaria uma das suas músicas mais tocadas, andando lado a lado de “Malandragem”. [CS]
# Jagged Little Pill, da Alanis Morissette
Você pode até tentar, mas é impossível não falar de Alanis Morissette e o seu marcante Jagged Little Pill. É um daqueles discos que moldou uma geração e fez parte da adolescência de muita gente com hits como “You Oughta Know”, “Hand In My Pocket”, “You Learn”, “Head Over Feet” e, claro, “Ironic”.
Produzido pela canadense ao lado de Glen Ballard – produtor e compositor responsável por músicas como “Man In The Mirror” e “Keep the Faith”, do Michael Jackson; Jagged Little Pill consagrou Alanis como uma das principais compositoras dos anos 90 e serviu para quebrar uma barreira e criar um novo cenário para as mulheres na música, abrindo espaço para nomes como Shakira, Meredith Brooks, Pink, Michelle Branch e, até mesmo, Avril Lavigne.
É um disco que fala de si e, ao mesmo tempo, fala de todo mundo. É daqueles que todo mundo deveria ouvir pelo menos uma vez a cada seis meses. [JP]
# Spice, das Spice Girls
A girl band mais influente dos anos 90 não pretendia, mas representava a diversidade das mulheres: a sexy, a ingênua, a clássica, a negra e a forte. Logo no disco de estreia, as britânicas mostram a que vieram. O projeto é centrado na ideia do poder feminino e é “Wannabe” a canção mais emblemática da filosofia Girl Power. Além do ritmo empolgante, trechos que entoam a união e a solidariedade entre amigas e o poder exercido pelas mulheres sobre os homens. <3
Apesar dos comentários negativos de alguns críticos, o álbum foi um sucesso de vendas, entrou nas paradas em 31 países e vendeu mais de seis milhões de cópias em todo o mundo. [CS]
# Ballads of Living and Dying, da Marissa Nadler
Marissa Nadler é uma cantora e compositora norte-americana com uma carreira consolidada. Com sete álbuns de estúdio lançados até hoje, Nadler apareceu para o mundo em 2004 com o sombrio e melancólico Ballads of Living and Dying.
Marissa uniu a sua doce e marcante voz em um folk capaz de te fazer chorar em vários momentos, como nas faixas “Hay Tantos Muertos”, que tem trecho de texto escrito por Pablo Neruda, e “Annabelle Lee”, que é cantada em cima do poema de Edgar Allan Poe de mesmo nome.
É um disco triste, mas incrivelmente belo. E que vale o play imediato. [JP]
# Pearl, da Janis Joplin
Janis Lyn Joplin, Rainha do Rock, protetora do Blues e Soul, ícone dos anos 60/70 e rainha da porra toda maior cantora de todos os tempos. Seria um crime não citar a dona de uma das vozes mais poderosas do rock. Pearl, embora seja incrível, é um álbum com um quê de pesar, já que foi lançado três meses após a morte de Janis. O trabalho foi gravado com a banda de apoio Full Tilt Boogie Band e seria no mínimo injusto deixar de dizer que foram os músicos que melhor a acompanharam. O disco ficou nove – sim, NOVE -, semanas no topo da parada americana e vendeu mais de 4 milhões de cópias, sendo o seu trabalho de maior vendagem. A cantora deixou a vida, mas não sem antes deixar essa pérola, com perdão do trocadilho. [CS]
# CéU, da Céu
Em 2005, o Brasil foi apresentado a uma jovem de nome Maria do Céu Whitaker Poças. Mais conhecida como Céu, a cantora paulistana promoveu uma mistura interessante de MPB, samba, jazz e trip hop em seu álbum de estréia, CéU.
Com músicas envolventes como “Lenda”, “Malemolência”, “Mais Um Lamento” e uma versão especial de “Concrete Jungle”, de Bob Marley, Céu conquistou o seu espaço logo com seu debut, se transformando em uma das referências da nova música popular brasileira. [JP]
# Post, da Bjork
A história da multifacetada cantora islandesa se mistura um pouco com a história da música. Além de colecionar cinco prêmios BRIT Awards, quatro MTV Video Music Awards, um MOJO Awards, três UK Music Video Awards, em 2010 ela recebeu o Polar Music Prize da Royal Swedish Academy of Music em reconhecimento por sua “música profundamente pessoal e letras de músicas, seus arranjos precisos e sua voz única”. Acha que acabou? Não bastasse a contribuição musical, Bjork tbm foi indicada ao Grammy, Oscar e Globo de Ouro pelo filme Dançando no Escuro. Quer dizer, um lacre é um lacre. Só por isso ela já merecia estar aqui, mas tem que escolher um disco não é mesmo? Então o escolhido foi Post.
O álbum de 1995 (e relançado em 2006) cria uma atmosfera que se encaixa perfeitamente para que a voz da cantora surja imponente em todos os espaços. Base para a sequência bem sucedida de obras que resultariam em Homogenic (1997), Vespertine (2001) e Medulla (2004). O disco, assim como a artista, foge do óbvio. Contando com o apoio de colaboradores como Graham Massey, Tricky e Howie B, além de uma presença maior na produção, Björk estabeleceu em Post não apenas as bases para o próprio trabalho, mas o princípio para uma centena de outros artistas. [CS]
# A Mulher do Fim do Mundo, de Elza Soares
Talvez esteja cedo, mas A Mulher do Fim do Mundo já é um daqueles discos clássicos da música nacional. Lançado em 2015, o trabalho mais recente de Elza Soares é um soco no estômago.
Letras fortes, arranjos bem trabalhados e uma boa mescla de gêneros, faz de músicas como “Maria da Vila Matilde” – que fala sobre a violência doméstica, “Luz Vermelha”, “Pra Fuder” obras importantes.
A Mulher do Fim do Mundo é incrível e mostra o quanto Elza Soares ainda tem para nos oferecer. Que timbre. Que mulher! [JP]
# Lemonade, da Beyonce
Queen B não poderia jamais ficar de fora dessa lista. A aclamada cantora pop não só é uma artista completa, como é comprometida nas causas de empoderamento feminino e movimentos negros, como ela faz questão de mostrar na canção “Formation”, single do disco que faz referencias diretas aos assassinatos de civis negros por parte da polícia americana. Lemonade é sucesso e crítica, de posicionamento e, definitivamente, a cantora nos mais altos patamares da música. O lacre, monamus, é universal! [CS]