No apagar das luzes de 2016, em meio a retrospectivas, Trumps, falecimentos e todos dizendo “Nossa esse ano foi foda”, chegava nas melhores lojas (de streaming) do ramo o primeiro disco homônimo da banda Carranca! Conhecia? Eu também não.
A banda é formada por McMãe (vocais), Rodrigo Costa (ex-vocalista e baixista do Forfun), Vidaut Campos (Baterista e que já atuou nas bandas Supergroove e Maldita) e César Barbosa (guitarra), integrantes que já participaram de outros projetos ou vinham atuando há algum tempo em paralelo com os outros trabalhos.
Com o time formado e focado, a banda entregou neste álbum de estréia 13 faixas norteadas pelo rock alternativo e, constantemente, variando e passando pelo reggae, pop-rock, funk, pop-punk, metal e por aí vai. E não há dúvida nenhuma que essas variações e experimentações vem da bagagem que os integrantes carregam, afinal eles estão na estrada já não é de hoje.
E o álbum? É bom?
Sim, muito bom mesmo, justamente pelas experimentações de ritmos que dão as faixas, e ao trabalho em geral, uma identidade bem original, com músicas muito pouco óbvias. Riffs rápidos e agressivos, passagens com os instrumentos dedilhados, percussão nordestina, cadência do reggae, pedaleiras duplas, tudo isso vai se mesclando e alternando ao longo do disco, que flui tranquilamente do início ao fim.
Exemplos ótimos dessa diversidade são as faixas “Cabocla Janaína”, com uma assinatura tupiniquim bem característica; “Ubersmensch”, que apresenta peso e cadência; e ainda a variante “A Marcha”, música que se transforma dentro de si. Todas com uma excelente qualidade instrumental.
Outro destaque válido e merecido são para as letras. As composições possuem temáticas variadas, sacadas inteligentes e ainda contam com sentenças em outras línguas, sejam elas para contextualizar a mensagem ou só para dar estilo nas músicas. Os versos são entoados pelos vocais compartilhados de Rodrigo e MC Mãe, que não são um primor técnico, mas soam honestos e agradáveis.
Não deixe de escutar a faixa de abertura “Showdown”, que inicia o trabalho de forma primorosa; a empolgante “Jongo”, a já citada “Cabloca Janaína” e as questionadoras “Vício por vício” e “Revés”.
A somatória das diversas influências e vivência dos músicos faz com que Carranca seja um álbum honesto, bastante diverso e com muito identidade!
E aí, você já ouviu? O que achou?