O primeiro semestre de 2016 passou rápido e, da mesma forma que foi feito no ano passado, resolvi parar e separar alguns álbuns lançados até agora que merecem a sua atenção.
Transitando entre vários gêneros, separamos os principais álbuns que chegaram às lojas até o último dia 30 de junho e, a partir daí, me coube a missão de peneirar tudo o que foi ouvido até então e fechar a lista. Tem rock, tem pop, tem rap, tem material nacional… só não tem o novo trabalho do Blink-182, já que o disco foi lançado oficialmente no dia 01 de julho.
Abaixo, você tem um aperitivo do que deve aparecer em nosso #Listão2016 em dezembro. Evitando ~spoilers~ da nossa lista de fim de ano, essa aqui não está em ordem de preferência, certo?
# Radiohead – A Moon Shaped Pool
Se estivesse em uma bifurcação e tivesse que escolher entre repetir o The King of Limbs ou seguir um novo caminho, muitos fãs tentariam a segunda opção. Isso não foi diferente no próprio Radiohead, que lançou de surpresa (ou nem tão surpresa assim) o seu novo álbum, A Moon Shaped Pool. Poucas coisas se assemelham entre o disco de 2016 e o último, lançado por Thom Yorke e companhia em 2011. E isso é muito bom.
Se tem algo em comum nos discos… e em toda discografia da banda, são os motivos de inspiração. Lá estão as dores, as angústias e tudo o que rodeia essa que é uma das grandes bandas que temos o prazer de acompanhar. Entre novidades e canções já conhecidas pelos fãs de anos atrás, o Radiohead entrega faixas como “Glass Eyes”, “Identikit” e “True Love Waits”, capazes de arrancar lágrimas sinceras de quem as ouve.
# Deftones – Gore
Depois de um tempo de espera, o Deftones colocou a disposição de todos nós o seu novo álbum de estúdio. Gore foi lançado oficialmente no último dia 08 de abril e, provavelmente, fará parte de muitas listas de melhores discos de 2016. Um dos pontos altos (e são muitos, vai por mim) do disco é o refrão da faixa que dá nome a ele. Pesado. Intenso. Ou seja, Deftones… como de costume.
# David Bowie – Blackstar
Eu poderia colocar aqui diversos motivos pelos quais você deveria ouvir “Girl Loves Me”, “Lazarus”, “Sue (Or In A Season Of Crime)” ou todo o Blackstar, último álbum lançado por David Bowie. O disco é mais um trabalho interessante de um dos grandes nomes da música e, com sete faixas e pouco mais de quarenta minutos, é uma despedida digna de Bowie, repleta de qualidade e emoção.
# Autoramas – O Futuro dos Autoramas
O Futuro dos Autoramas é o novo álbum da banda capitaneada por Gabriel Thomaz e que agora é um quarteto recheado de gente boa. “Problema Seu”, “Quando A Polícia Chegar”, “Jet To The Jungle” e “O Que Que Você Quer” são algumas das boas faixas do disco, lançado em março e que ganhou resenha por aqui.
# Iggy Pop – Post Pop Depression
Um álbum do Iggy Pop com a colaboração de Josh Homme. Isso já parecia bom demais. Daí o projeto ganhou o Dean Fertita (QOTSA) e o Matt Helders (Arctic Monkeys) e já prometia muito antes de sair. Post Pop Depression foi lançado no dia 18 de março e cumpriu as expectativas criadas logo que “Gardenia” ganhou o mundo. É certamente mais um dos discos que baterão ponto nas listas de melhores álbuns do ano e motivos para isso não faltam. Para comprovar, basta ouvir “Sunday”, “Vulture”, “Paraguay” e “American Valhalla”.
# Mahmundi – Mahmundi
Lançado em maio, o primeiro full álbum da cantora Marcela Vale – mais conhecida como Mahmundi – é recheado de boas músicas e é um daqueles que se tornará obrigatório ao longo do ano. Com 10 faixas e produção de Carlos Eduardo Miranda, lá estão faixas como “Hit”, “Azul” e “Calor do Amor”, que se tornou uma das minhas músicas preferidas do disco… do semestre… do ano.
# Red Hot Chili Peppers – The Getaway
O Red Hot Chili Peppers promove uma verdadeira saga por novos ritmos, influências e sonoridades em seu novo álbum, The Getaway. É um disco que pegou todo mundo de surpresa, mas que mostra a nova direção do quarteto californiano, que já tinha dado as caras nas b-sides do álbum anterior, I’m With You. O álbum ganhou resenha e pode ser lida bem aqui.
# Mayer Hawthorne – Man About You
Em abril, Mayer Hawthorne colocou na rua o seu quarto álbum de estúdio, Man About Town. Com dez faixas, é difícil escolher aquelas que são os destaques do novo trabalho de Mayer. Poderia indicar “Get You Back”, “The Valley”, “Fancy Clothes”, “Book Of Broken Heart” ou então “Love Like That” sem nenhuma culpa. Ou seja, a dica é: Ouça o disco todo.
# Peter Bjorn and John – Breakin’ Point
Em junho, o Peter Bjorn and John liberou o seu o seu novo álbum de estúdio, Breakin’ Point. O novo trabalho do trio sueco já começa com a empolgante “Dominos”. Além dela, “What You Talking About?”, “Do-Si-Do”, “Breakin’ Point” e “Nostalgic Intellect” são boas faixas de um disco capaz de te fazer ficar com vontade de sair mexendo o corpo enquanto escuta.
# Catfish And The Bottlemen – The Ride
O Catfish and The Bottlemen passou pelo temido desafio do segundo álbum. Intitulado The Ride, o sucessor de The Balcony (2014) conta com boas faixas e vem arrancando elogios por aí. Faixas como “Postpone”, “Twice” e “Soundcheck” fizeram do álbum uma das minhas boas companhias de viagens nos últimos meses. Vale a pena ouvir, se você ainda não o fez.
# Rob Zombie – The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration Dispenser
No fim de abril, foi lançado oficialmente o novo álbum de Rob Zombie. Com pouco mais de 30 minutos, The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration Dispenser é rápido e, como diz o próprio Zombie, o monstro musical mais pesado lançado por ele até hoje. Talvez ele tenha exagerado (tenho certeza que sim, afinal é o Zombie), mas o disco é bom e conta com algumas faixas interessantes. Uma delas é “In The Age Of The Consecrated Vampire We All Get High”. Outra é “The Hideous Exhibitions of a Dedicated Gore Whore”. Sim, quase todas as músicas tem nomes nessa linha. Rob Zombie, né?
# Jeff Buckley – You And I
No dia 11 de março, foi lançado um álbum com faixas inéditas e raridades da carreira de Jeff Buckley. Com o nome de You And I, o disco já abre com “Just Like A Woman”, faixa de Bob Dylan, que é capaz de te prender por horas de repeat antes de sequer pensar em ir para a faixa dois. No entanto, vale muito a pena seguir adiante e ouvir as dez músicas do disco. “Grace” e “Night Flight” são capazes de comprovar isso.
# Kendrick Lamar – Untitled Unmastered
Kendrick Lamar pegou todo mundo desprevenido com Untitled Unmastered. Lançado de surpresa em março, o álbum é composto por sobras do To Pimp a Butterfly, álbum que Kendrick lançou no ano passado. É impossível não ficar impressionado com a qualidade de cada uma das oito faixas sem nome que preenchem os pouco mais de trinta minutos de disco. Estão lá os graves marcantes, uma pegada jazz e tudo isso sem perder a identidade já conhecida de Kendrick.
# Band Of Horses – Why Are You Ok
O Band Of Horses lançou em junho o seu novo álbum de estúdio, Why Are You OK. Confesso que foi um disco que não me despertava curiosidade antes de seu lançamento e acabou me conquistando ao longo de suas doze faixas. Músicas como “Solemn Oath”, “Casual Party”, “Throw My Mess” e “In A Drawer”, foram capazes de colocar o disco entre os melhores do ano até agora. Vale o play.
# Selvagens à Procura de Lei – Praieiro
Depois de um tempo, crowdfunding no Catarse e todo o processo de gravação, o Selvagens à Procura de Lei enfim soltou o seu terceiro álbum de estúdio, sucessor do álbum homônimo, lançado em 2013. Com 11 faixas, muito da essência da banda se mantém em Praieiro, principalmente com as boas letras. Como o nome diz, o trabalho tem um clima mais de praia, mais divertido, mas igualmente interessante. Com onze faixas, os destaques ficam por conta de “Tarde Livre”, “Praieiro”, “Guetos Urbanos”, “O Amor é Um Rock 2” e “Sangue Bom”.
# James Blake – The Colour In Anything
O britânico James Blake resolveu pegar todo mundo de surpresa com um novo álbum. No início de maio, Blake colocou na rua o The Colour In Anything, resultado de quase um ano e meio de trabalho em estúdio ao lado de nomes como Rick Rubin e Justin Vernon. O sucessor de Overgrown (2013) conta com 17 faixas e um dos destaques fica por conta de “I Need A Forest Fire”, que tem a participação de Bon Iver.
# Chance The Rapper – Coloring Book
Coloring Book é o nome da nova mixtape de Chance The Rapper. No trabalho, o rapper norte-americano conta com um time grande de convidados que vão de Kanye West a Justin Bieber, passando por Saba, Future e T-Pain. Quem também faz parte da mixtape é a dupla Lil Wayne e 2 Chainz, que dividem com Chance os vocais da interessante “No Problem”, uma das melhores faixas da mixtape.
# Corinne Bailey Rae – The Heart Speaks in Whispers
The Heart Speaks in Whispers é a volta ao mundo musical de Corinne Bailey Rae e isso não poderia ter acontecido da melhor forma possível. Lançado em maio, o novo álbum da cantora britânica compensa cada ano de espera dos fãs pelo sucessor de The Sea (2010). Entre as boas faixas do disco – que são muitas – está “Do You Ever Think Of Me?” e seus mais de cinco minutos que combinam a bela voz de Corinne com um soul/blues cativante. Ainda vale a pena ouvir “Been To The Moon”, “Green Aphrodisiac” e “Caramel”, para citar algumas.
# Macklemore & Ryan Lewis – This Unruly Mess I’ve Made
A dupla Macklemore e Ryan Lewis liberou em fevereiro o seu segundo álbum. This Unruly Mess I’ve Made tem a difícil missão de repetir o sucesso de The Heist e também de afastar de Macklemore um conceito de apropriação cultural ou do velho dilema de “branco falando de problemas de negros” que é ligado ao rapper desde 2012. Musicalmente, é um disco forte e com boas canções. “Buckshot” é uma delas. A dançante “Downtown” idem. E eu gosto de “Dance Off”, com participação do Idris Elba, ainda que ela não acrescente nada na vida de ninguém. No geral, é mais um bom álbum de Macklemore. Isso não dá pra negar.
# Ben Harper and The Innocent Criminals – Call It What It Is
Eu sou suspeito para falar, mas Ben Harper é um dos caras mais legais da música. Quando se junta ao The Innocent Criminals então, o resultado é quase sempre agradável. Intitulado Call It What It Is, o disco foi lançado em abril e, entre as onze boas faixas do trabalho, está a bela “Dance Like Fire”, que todos deveriam ser obrigados a ouvir pelo menos uma vez na vida.
# Charles Bradley – Changes
Charles Bradley tem uma carreira recente apesar de sua idade. Com 67 anos, o músico lançou o seu primeiro álbum de verdade em 2011 e, em abril desse ano, disponibilizou o seu terceiro disco, Changes. Nele estão todos os elementos de funk e soul que fizeram com que Bradley deixasse de ser um sósia de James Brown nas noites do Brooklyn e se tornasse uma das boas apostas da Daptone Records. É um disco maravilhoso de se ouvir, com uma produção impecável e capaz de te prender ao longo de seus 40 minutos. O destaque, no entanto, fica para a releitura maravilhosa de “Changes”, do Black Sabbath, que dá nome ao trabalho.
# Riviera – Somos Estações (EP)
Uma das nossas apostas no #Listão2015, os mineiros da Riviera soltaram em abril o EP Somos Estações. São seis faixas de uma banda que vem crescendo cada vez mais na cena mineira e que faz por merecer tudo o que vem conquistando até então. Vale a pena ler a nossa resenha do EP enquanto ouve cada faixa do trabalho.
# Brian Fallon – Painkillers
O tempo me fez fã do Gaslight Anthem, então seria natural ouvir o debut solo de seu vocalista, Brian Fallon. Lançado em março, Painkillers é uma busca de Fallon por uma América que não existe mais… ou que nunca existiu. É a versão 2016 do sonho americano cantado de forma tão interessante por nomes como Bruce Springsteen, Tom Petty e Roy Orbison ao longo das décadas passadas. Se não tem a mesma força de um Born in the U.S.A. ou Full Moon Fever, Painkillers mostra o quanto Brian reverencia suas referências sem perder a sua essência ou qualidade, ainda que esteja sem as guitarras marcantes do Gaslight Anthem.
# Braza – Braza
O Braza é a forma que três-quartos do Forfun encontraram para seguir o baile, como bem diz a faixa que abre o seu debut. Além de muito do que já conhecemos da banda antiga, o Braza hoje representa uma amplificação de influências que já se faziam presentes no DNA de Nícolas Christ, Danilo Cutrim e Vitor Isensee. Sabe aquele disco viciante? Esse é um deles.
# Miike Snow – iii
Parafraseando uma conhecida frase do cotidiano brasileiro, quem não gosta de Miike Snow bom sujeito não é. Em março, a banda soltou o seu terceiro álbum de estúdio, iii, e lá estão boas músicas como “Lonely Life”, “Heart Is Full” e “Genghis Khan”. No entanto, se tivesse que escolher uma para representar o novo álbum de Miike Snow é “For U” e essa parceria quase que inesperada com a Charli XCX. Boa parte do disco merece destaque, mas essa é certamente uma das melhores faixas de iii. Bom, pelo menos pra mim.
# Metá Metá – M M 3
A voz apaixonante de Juçara Marçal aliada ao trabalho forte do guitarrista Kiko Dinucci e do saxofonista Thiago França rendeu um terceiro fruto. Lançado em maio, M M 3 é o novo trabalho do Metá Metá e, ao longo de suas nove faixas, nota-se uma versatilidade cada vez mais marcante em sua sonoridade. Nada que assuste ou descaracterize o trabalho do trio, que fique claro. Faixas como “Três Amigos”, “Angouleme” e “Angolana” valem o play, assim como a releitura de “Me Perco Nesse Tempo”. Discão!
# Gregory Porter – Take Me to the Alley
A missão de Gregory Porter era difícil, afinal fazer um álbum tão bom quanto Liquid Spirit não seria fácil. No entanto, se o disco anterior colocou Porter na lista de maiores vozes do Jazz dos nossos dias, coube a Take Me To The Alley afastar qualquer dúvida em torno do trabalho do californiano. E isso já fica claro na faixa que abre o disco, “Holding On”. Faixas como “Don’t Lose Your Steam”, “Consequence Of Love” e “In Heaven” são capazes de criar os mais diversos climas para uma boa noite regada a vinho e boa música.
# Wolfmother – Victorious
Parece que Andrew Stockdale enfim colocou o Wolfmother nos trilhos. Em fevereiro, a banda australiana soltou o seu novo álbum de estúdio, Victorious, produzido por Brendan O’Brien. Ao longo de suas dez faixas, o disco confirma a boa forma da banda que divagou bastante em sua sonoridade nos últimos dez anos. Enfim, o debut de 2006 ganhou uma sequência a altura e faixas como “Victorious”, “The Love That You Give” e “City Lights” confirmam isso.
# Zayn – Mind Of Mine
Um ano após anunciar a sua saída do One Direction e de passar um tempo sendo um garoto normal de 22 anos, Zayn Malik enfim deu início a sua carreira solo. Em março, o cantor lançou oficialmente o seu debut solo, Mind of Mine. Lá estão a excelente “Pillowtalk” , “BeFoUr”, “sHe” e “wRoNG”, ambas carregadas com uma forte influência R&B. Se todo garoto normal lançasse discos assim, talvez a cena musical fosse ainda mais legal.
# The Last Shadow Puppets – Everything You’ve Come To Expect
Outro disco que eu demorei para ouvir foi o aguardado (por muitos) segundo álbum do The Last Shadow Puppets, projeto formado por Alex Turner e Miles Kane. Com o nome de Everything You’ve Come To Expect, o disco colocou um ponto final em uma espera de quase seis anos por material inédito do duo, que chegou mais interessante do que nunca com faixas como “Bad Habits”, “Aviation” e “Used To Be My Girl”.