Por: Clarisse Simão
Banda formada em 2009, no estado do Alabama nos EUA, o Alabama Shakes é um conjunto de southern rock e blues-rock composto pela vocalista e guitarrista Brittany Howard, o guitarrista Heath Fogg, o baixista Zac Cockrell e o baterista Steve Johnson, sem contar o tecladista Ben Tanner que se junta ao grupo durante as apresentações.
Durante a 58ª cerimônia do Grammy, no último dia 14, o Alabama Shakes foi um dos vencedores da noite ao conquistar quatro prêmios: melhor performance de rock, melhor álbum de música alternativa pelo trabalho Sound & Color, melhor canção de rock e melhor atuação de rock por “Don’t Wanna Fight”.
Este, no entanto, está longe de ser o único motivo pelo qual você deve(ria) assistir ao show da banda durante a participação no festival Lollapalooza Brasil 2016. Não estou aqui para falar de qualidades técnicas ou influências musicais e etc. Quando o John Pereira me convidou para escrever aqui, ele sabia que não seria um texto com termos e jargões que quase ninguem entende, mas a resenha simples e sincera de uma fã.
Conheci a banda na segunda edição deste mesmo festival. Cheguei na plateia despretensiosa, sem conhecer praticamente nenhuma música, mas devido à localização próxima a tenda eletrônica, era impossível assistir ao show do Franz Ferdinand e por isso parei ali. Foi uma decisão difícil deixar a banda escocesa de lado e topar assistir à outro, de um conjunto desconhecido vindo lá do Alabama. E foi talvez a melhor coisa que o Lollapalooza me proporcionou.
01) Hold On
Single do álbum estreante Boys & Girls. Além da letra e melodia, a voz de Brittany Howard é um motivo à parte para escutar o disco inteiro, mas especialmente notada nesta canção. Considerada uma das 10 melhores pela revista Paste, remete aos graves de Aretha Franklin, Ella Fitzgerald, Janis Joplin e a brasileira Elza Soares.
[youtube]https://youtu.be/Le-3MIBxQTw[/youtube]
02) You Ain’t Alone
Faixa melancólica do mesmo álbum, “You Ain’t Alone” é a minha favorita dentre as 11. Nela, a referência do Blues é dominante e os versos são envolventes. Quem nunca esteve na mesma situação que a relatada? Conquistou lugar no meu particular ranking de músicas para se ouvir durante um período difícil. Letra forte, apesar da suavidade da melodia.
[youtube]https://youtu.be/K_26jVro3Us[/youtube]
03) Don’t Wanna Fight
Música de trabalho do segundo disco de estúdio da banda, Sound & Color, o single ganhou um gramofone de ouro no Grammy como melhor música e atuação de rock. No mínimo vale o play. Mas se você precisa de mais um motivo, te digo: calce os sapatos bicolores e vá em frente. Uma batida dançante, muito funk e soul no melhor estilo James Brown.
[youtube]https://youtu.be/nin-fiNz50M[/youtube]
04) Hang Loose
Um dos sucessos do álbum Boys & Girls. Se você estiver disposto a ouvir somente uma música, essa seria a minha sugestão. Julgo esta ser a porta de entrada para acompanhar todo o trabalho executado pela banda. Música de trabalho, animadinha e com um ritmo que dá vontade de levantar da cadeira e dançar.
[youtube]https://youtu.be/ROla_B49KbQ[/youtube]
05) The Greatest
Outra faixa do Sound & Color, ela tem uma pegada meio rock ‘n’ roll e meio folk acelerado, me lembrando os primeiros sucessos do The Strokes. Para quem estava sentindo falta de riffs fortes, esta música prova que nas veias do Alabama Shakes também corre o sangue de Chuck Berry. Enquanto nas demais faixas os acordes de guitarra podem passar despercebidos, nesta eles detonam.
[youtube]https://youtu.be/liWVvuwXQ2U[/youtube]
06) Gimme All Your Love
A melhor música do segundo disco, na minha humilde opinião. Groove envolvente, daqueles que a gente escuta e o corpo já começa a embalar de um lado para o outro. Quando ouço esta música, inevitavelmente me dá uma vontade de sair dançando por aí, mas me contenho, pois a sociedade não aceita bem pessoas que começam a dançar sem motivo no meio da rua. O que é uma pena.
[youtube]https://youtu.be/rYMVM1L-fAU[/youtube]
07) Future People
Quando você acha que já sabe o que esperar da banda, eles vão lá e te surpreendem. “Future People” é a prova disso. Ainda que as referências do Blues estejam presentes em todo trabalho da banda, nesta faixa ganha distorções de guitarra, um embalo desconcertante, viajado e, sim, sexy.
[youtube]https://youtu.be/JbR999N5MiA[/youtube]
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