Clipes coreografados são sempre sucesso de audiência. Muitas vezes só as performances já chamam atenção, quando salpicadas de conceito e criatividade, melhor ainda. A Beyoncé descobriu cedo a fórmula e não parou mais; a Sia arrumou uma versão mirim, bailarina, e vem povoando a esfera dos videoclipes com vários do gênero; Lady Gaga, então, nem se fala. Porém, a fórmula é velha e não se atém apenas ao gênero POP. O VH1, por exemplo, já lançou na TV uma lista dos 60 Melhores Clipes Para Imitar as Coreografias, em 2011. É clipe que não acaba mais.
Quanto a esta lista, busquei um fator em comum nos clipes mais relevantes e cheguei a esse conceito maluco: performances merecedoras de aplausos; não apenas dos telespectadores, mas dos próprios envolvidos nas gravações. Existe esse ‘clubinho’ não declarado de produtores de clipes que resolveram manter em seus últimos segundos da película a própria galera se ovacionando. Vai ficar mais claro ao decorrer da lista.
Confira comigo no play:
# “You Are A Tourist”, do Death Cab For Cutie
Death Cab é o tipo de banda que nunca pensei que um dia utilizaria do conceito da performance em seus clipes. Marcada pelas letras introspectivas e quase sempre destinadas a alguém, alternando entre o romântico e o creepy (“I Will Possess Your Heart”, “I Will Follow You Into The Dark”…), a banda abusou da guitarra e da bateria nesta faixa, falando sobre se sentir turista em sua cidade natal e corações inquietos. O clipe em si traz algumas Chacretes dançando em meio a um jogo de luzes hipnotizante, no que incluem as roupas e instrumentos. Sucesso na sala de estar durante o natal.
# “Praise You”, do Fatboy Slim
E a palavra é: Flashmob. Não sei ao certo se já se usava esse termo em 1999. Se não, foram ainda mais pioneiros. Gravação completamente sem autorização, em frente a uma sala de cinema em Westwood, na Califórnia. Era o Flashmob antes de virar modinha em shopping e avenida, nos anos 2000. Ousadia tal que rendeu algumas indicações para melhor vídeo com coreografia e até de direção, mesmo com um orçamento estimado em US$800, direcionados em sua maior parte à alimentação dos envolvidos. Claro que arrancou aplausos da galera esperando na fila.
# “The Hardest Part”, do Coldplay
Como não amar uma bailarina de 84 anos em plena atividade? Lembro que a primeira vez que assisti ficava tentando ter certeza de que não era uma dublê no lugar da (como anunciada) Bárbara. O clipe tem uma fotografia toda baseada nos anos 90, tal como as roupas com ombreiras das apresentadoras, o que dá um toque todo especial.
# “This Too Shall Pass”, do Ok Go
Nem precisava de introdução, certo?! Ok Go sempre inovando nos clipes e tornando impossível de desviar o olho da tela. Ainda que não seja uma performance de dança, o trabalho para gravar esse vídeo (supostamente feito em um take) é digno de aplausos de toda a torcida do flamengo. Sujando as mãos literalmente, tocaram o coração de todo fã saudosista de RÁ-TIM-BUM. Mais um vídeo hipnotizante em que se espera a criatividade dos envolvidos em criar um percurso inovador, usando todo tipo de objeto e eles próprios.
[Em tempo, devo acrescentar que só não é “Here It Goes Again” porque 1) não quero (mentira. Porque é batido mesmo.) e 2) não tem palmas no final. Acontece.]
# “Just Another Girl”, do The Killers
Se na última não tinha dança, esta pelo menos tem uma mina à la Alex [Olivia Wilde em The O.C.] interpretando o Brandon Flowers e soltando a voz. Dublando, pelo menos. Talvez não consiga expressar, para alguém que eventualmente não é fã da banda e dos clipes, o quanto esse clipe é genial. Fizeram uma peça de teatro com uma bricolagem dos clipes, revivendo cenários e esqueletos (!), com direito ao acompanhamento do resto banda. “Just another girl” é o que você não seria em minha vida, Brenda Flowers, SUA LINDA.