Depois de criar expectativa com algumas faixas durante as semanas que antecederam o seu lançamento, o NX Zero enfim disponibilizou para os fãs o seu sétimo álbum de estúdio.
Com Norte, o quinteto formado por Di Ferrero (vocal), Gee Rocha (guitarra e vocal), Fi Ricardo (guitarra), Caco Grandino (baixo) e Daniel Weksler (bateria) coloca um ponto final na espera de quase três anos dos fãs por um disco de inéditas. O disco também marca o início de uma nova fase dos paulistas, que assinou com a Deckdisc e, depois de cinco discos com o mesmo produtor, agora trabalha ao lado de Rafael Ramos.
Com doze faixas, o disco abre com “Modo Avião”, uma das faixas divulgadas durante o último mês. De cara, a gente percebe que a banda segue em outra direção sonora. A parte instrumental do disco em nada se assemelha com qualquer trabalho lançado pelo NX no período em que trabalharam com Rick Bonadio.
No entanto, antes que você pense, a banda não pegou os 14 anos de formação e simplesmente jogou no lixo. Ao ouvir a trinca inicial, formada também por “Meu Bem” e “Mandela”, a gente consegue perceber que a banda ainda mantém um pouco daquilo que foi feito entre 2006 e 2009, período em que lançou os álbuns NX Zero (2006), Agora (2008) e Sete Chaves (2009).
Norte é resultado do crescimento musical dos cinco integrantes, de novas influências, vivências e, porque não, de toda a crise de identidade que a banda encarou nos últimos anos, que quase fizeram a banda se dissolver. Com um novo foco interno, nada mais natural do que uma mudança ao seu redor.
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Ainda que continue flertando com o mainstream – e “Meu Bem” é o grande exemplo disso no disco, Norte não entrega tantas faixas radiofônicas como os trabalhos anteriores e, talvez, tenha assustado alguns dos fãs logo em suas primeiras audições. E isso não é ruim, é preciso deixar claro. E esse “susto” causado nos fãs é algo bem relativo também já que, assim como a própria banda, os fãs do NX cresceram, passaram a ouvir outras coisas e podem, sim, querer ouvir outra sonoridade de sua banda preferida. O crescimento musical dos cinco é visível e, pela recepção dos fãs, eles também cresceram e receberam bem o novo trabalho.
A banda carrega agora uma variedade de opções sonoras que não era possível de se ouvir antes. Músicas como “Fração de Segundo”, que tem Lulu Santos, “Pedra Murano” e “Marcas de Expressão” também se destacam no disco, seja pela sonoridade aplicada em cada uma delas como também pelo vocal característico de Di Ferrero, que se encaixou perfeitamente em cada uma das 12 faixas de Norte. No entanto, o grande destaque vocal de Di fica nas faixas “Por Amor”, que aborda um tema interessante para a sociedade atual, e a sensual “Personal Privê”, ainda que ela não tenha uma letra tão legal, principalmente em seu refrão.
No geral, Norte é um daqueles discos capazes de te surpreender. Eu não imaginava – ou esperava, na verdade – que o NX fosse capaz de mostrar essa evolução por agora, algo feito também pela Fresno nos últimos anos. Ainda que me pareça irregular ao longo de sua audição – algumas faixas são muito fortes e outras não causam tanto impacto, a banda entrega um bom disco, mostrando uma nova direção e, deixando claro para quem ainda torce o nariz, que a banda é muito mais do que “Razões e Emoções”.
Vale pela surpresa e vale também pela qualidade.
NX Zero – Norte
Lançamento: 07 de agosto de 2015
Gravadora: Deckdisc
Gênero: Pop/Rock
Produção: Rafael Ramos
Faixas:
1. Modo Avião
2. Meu Bem
3. Mandela
4. Fração de Segundo
5. Por Amor
6. Personal Privê
7. Vibe
8. Pedra Murano
9. Breve Momento
10. Gole de Sorte
11. Milianos
12. Marcas de Expressão