Os meses continuam se arrastando e sendo pouco aproveitados. Até tentei experimentar uma ou outra novidade completamente desconhecida, mas as bandas The Drums e Moto-Boy não cairam como uma luva no meu mês. Parte disso se deve ao fato de que fiquei extremamente chateado com o fim de diversas séries que acompanhei ao longo dos últimos seis e oito anos (Lost e 24 Horas, respectivamente). Nem mesmo o começo explosivo da terceira temporada de True Blood foi o suficiente para diminuir a minha tristeza pelo desfecho da saga de Jack Bauer (se querem saber, a série já estava com um nível muito baixo desde a sexta temporada. O final da oitava foi bem parecido com algo que já havia acontecido no passado, mas a atuação de Kieffer Sutherland impressiona. Depois de todos os eventos acontecidos no decorrer da série é claro que o ex-agente da UCT iria acabar sofrendo sérias sequelas psicológicas e o ator consegue transmitir toda aquela dor interna que arde em cada minuto que Jack respira) e da turminha do Hugo Reyes, do Benjamin Linus, James Ford, Kate Austen, Jack Sheppard, Sayid Jarrah, John Locke e tantos outros que prenderam a minha atenção nos últimos seis anos sem nunca me decepcionar ou causar aquela sensação de tempo perdido. Conheço vários fãs que não são loucos xiitas e tarados (esse tipo de fã nunca admite quando o seu ídolo fez uma cagada) e que compartilham da mesma impressão. Lamento muito que a minha amada ex-namorada tenha demorado tanto tempo para finalmente criar vontade de compartilhar desse amor comigo (e de alguns outros também).
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=MDY42pFwq7c[/youtube]A música tema do seriado True Blood: combinação perfeita com a premissa do seriado.
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Não existe experiência melhor que dividir uma coisa especial com alguém que nos faz sentir especial. Tanto faz se é um episódio novo de sua série favorita, um filme, um livro (ler acompanhado é uma coisa que eu queria ter feito mais vezes) e principalmente um disco: toda forma de cultura se eleva quando compartilhada. Me diga se existe alguma coisa que se compare a ficar deitado no chão ou numa cama ao lado de seu companheiro(a) e viajar ao som de uma boa música? Dependendo do som as coisas até podem esquentar. Uma música como “All i Want Is You” do U2 pode gerar uma mudança brusca de ideias; ouvir “Supermassive Black Hole” do Muse pode fazer todas as roupas serem rasgadas em segundos; relaxar ao som do “Houses of Holy” do Led Zeppelin pode ser melhor que uma viagem própriamente dita. E tudo isso, que já é bom quando estamos sozinhos e confortados apenas por nossas velhas amigas paredes, se tornam muito melhores quando temos alguém respirando do nosso lado. Então o mês foi triste. A experiência de assistir séries é quase que correspondente à de um final de relacionamento. As boas coisas sempre vão prevalecer e por melhor que sejam as novas séries (True Blood é algo intenso e que funciona como uma explosão constante de libido vampiresca; e Dexter é simplesmente a coisa mais irônica e inteligente que o canal Showtime já colocou no mundo. A quarta temporada deixou feridas nos personagens e nos espectadores e a expectativa só cresce para os novos e aguardados episódios), todas elas irão relembrar os velhos tempos passados na companhia de um certo agente de uma organização de segurança dos Estados Unidos ou de um grupo de malucos perdidos numa ilha mais maluca ainda. Obrigado por tudo que passamos nos últimos tempos e por todos os ensinamentos que eu provavelmente não aprendi da forma correta…
[youtube width=”560″ height=”340″]http://www.youtube.com/watch?v=Xsp3_a-PMTw[/youtube]Supermassive Sex Role Game!
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Mas como disse no começo do texto, eu bem que tentei ser aplicado em bandas novas. Não justifica manter uma coluna musical nas páginas laranjas se eu ando incapaz de ouvir e me apaixonar por material novo. Preciso de um tratamento de choque para perder logo essa mania insana de ouvir bandas antigas de maneira excessiva. O The Doors, que sempre foi uma banda que ou eu amava ou odiava, virou companheiro-objeto para acompanhar as jornadas etílicas da carne. Acho que todo idiota quando passa por uma situação complicada na vida resolve apelar para o alcool. Estou encharcando de maneira moderada, mas não posso dizer que estou moderando no Led Zeppelin e no The Doors. Basta ouvir a introdução de “Light my Fire” para entender exatamente o que estou falando.
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=flOvM4Z355A[/youtube]O clássico definitivo do Doors.
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Em julho vou fazer um especial sobre o mês do rock no Cinema de Buteco e é claro que a banda vai aparecer, assim como diversas outras e vários filmes que abordam o tema (na verdade, quando você estiver lendo essa coluna, o especial já vai ter acabado e tudo estará devidamente publicado. Mas finja que não aconteceu ainda, ok?). Continuei a minha coleção de discos do Led e dessa vez levei para casa o já mencionado Houses of Holy e o III. Por enquanto, o HoH é o meu album favorito da banda do baixista John Paul Jones. Parece o mais coeso até o momento, mas sou ouvinte de primeira viagem. Um fato lamentável que eu só fui me interessar em aprofundar meus conhecimentos sobre a maior banda de rock de todos os tempos quando estou prestes a completar 25 anos (faltando dois anos para a idade macabra que culminou com a morte de Jim Morrison, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Kurt Cobain). Não existe nenhuma canção ruim ou mais ou menos no disco. A faixa “No Quarter” é de tirar o folêgo; a sequência inicial é uma covardia para qualquer fã de boa música; e eu sou um entusiasta do reggae do maneiro que a turminha inventou em “D’yer Mak’er” (foda-se se até a Claudia Leitte já regravou a música. Ela pode fazer o que ela quiser, cara! Até mesmo mexer com o legado sagrado do Led. Eu só não iria perdoar se a diva nacional tocasse em alguma perola do Jeff Buckley. Nem a Scarlett Johansson escapou ilesa depois dessa…). Porém algo precisa ser admitido: embora o III não seja o meu favorito, ele tem “Immigrant Song” (impossível ouvir essa música sem lembrar do Shrek) e a insinuante “Since i’ve been Loving You” (que foi ouvida exaustivamente por mais de três horas). Sei que o IV tem “Stairway to Heaven”, “Black Dog” e ULTRA ANIMADA “Rock n’Roll” e todos os outros trabalhos tem canções importantes, mas é o peso das lembranças falando mais alto. Assim como os seriados que fizeram parte da minha vida nos últimos anos, a música tem esse poder inigualável e nos fazer sentir paradoxalmente bem e mal com algumas combinações de acordes. Por isso que eu realmente não confio em pessoas que não tem uma bagagem musical muito interessante ou sequer sabem apreciar o poder de fogo de uma boa música. Independente de ser rock n’ roll ou não, dificilmente irão inventar um acalmante mais eficaz (o sexo seria um excelente concorrente, mas tem gente que também não sabe apreciar isso e acaba indo contra uma música do Garbage chamada “Sex is not the enemy”. Pena.). Espero poder adquirir alguma coisa do The Doors nos próximos meses, nem que seja uma coletânea bobinha (odeio compilações, mas como fugir delas?).
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=dgICVL0J6uA[/youtube]O rei-lagarto e seu hino luxurioso para o coração dos jovens apaixonados e explodindo de tesão.
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No começo do mês começaram os boatos de que o Incubus viria tocar no Brasil no segundo semestre. Me empolguei, claro. Tive que esperar um tempinho e descobrit que eles seriam uma das atrações do festival SWU. Junto do Pixies, Linkin Park e Kings of Leon. A minha alegria inicial de vir aqui contar a história para vocês foi jogada escada abaixo quando os preços do festival foram divulgados: R$ 640 para ficar na área vip em CADA (leia-se C-A-D-A) um dos três dias de evento. Fez as contas? Tenso, né? Preciso voltar a estudar para usufruir da tal carteirinha de estudante…
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=Q-4NVLrMJnA[/youtube]Trilha sonora do mês?
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Não sei quanto a vocês, mas esse papo todo de copa do mundo me entediou. A eliminação do Brasil e Argentina ou o título da Espanha não merecem aparecer aqui. A única coisa legal da Copa foi a invenção de um novo (e irritante) instrumento musical que provavelmente deve aparecer na gravação do próximo disco do Los Hermanos. Quem sabe?
Ah, quase que me esqueço de dizer uma das coisas mais idiotas e que tinham que ter presença certa aqui. Dentre os vários feitos ao longo de junho (como poderão perceber, foi um mês bem proveitoso para minha coleção), finalmente tive uma oportunidade de curtir um nível etílico mais elevado ao som do psicodélico Amnesiac do Radiohead. Você provavelmente já deve ter pensado em fazer sexo ao som do Radiohead (quem sabe não fez?) e tenho certeza que já passou pela sua cabeça como seria experimentar a banda em um outro estado de consciência. Pois bem. Recomendo demais. Espero poder repetir logo a dose e dessa vez, curtir tudo no escuro e sem ter que me preocupar em não ser atropelado na Avenida Amazonas às 2h da matina. No mês que vem, ou quando eu tiver o meu disco do Doors, vou me alongar um pouco mais nesse papo de “viagens sonoras”. Dá para render e tenho certeza que ouvir um bom disco em um quarto escuro, com um volume considerável e os olhos fechados, deve ser uma das experiências mais estimulantes do mundo. Concorre até com assistir um bom striptease amarrado na cama… na boa.
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=8uN1Uq5lyv0[/youtube]Sei que toda sensação se amplia quando fechamos os olhos, mas… experimente ouvir o Amnesiac acompanhado apenas da escuridão e de um copo de vinho.
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O meu consolo é que se eu não ando lá tão organizado, pelo menos ando conseguindo cumprir bem os objetivos propostos. Faltando poucos discos do Led para completar minha coleção, dei um gás e agora tenho QUASE tudo do Foo Fighters. Falta apenas a famigerada compilação, o acústico e o In Your Honor (que tá bem caro ainda, diga-se de passagem). Gosto demais da banda do Dave Grohl e com os boatos crescentes de uma apresentação na América do Sul, acabo não conseguindo me conter. Espero que aconteça mesmo, afinal o Foo Fighters é das poucas bandas que eu gosto de verdade e ainda não tive o prazer de ver ao vivo. Vou deixar para comentar sobre a banda em uma eventual próxima postagem. Junho já deu pano demais para a manga, né?
Resolvi escrever a coluna ao som de algumas músicas/bandas que não conhecia ou que não ouvia há muito tempo. Não sei se foi boa ideia, pois não estava com arquivos mp3 e ficar trocando música no youtube é muito 1998… De qualquer forma, essa é a trilha sonora desse post:
(mês que vem vou ver se me organizo e crio um mixtape, sei lá. Pedi para o Xi fazer isso por mim, mas o puto nunca mostrou)
[youtube width=”560″ height=”340″]http://www.youtube.com/watch?v=ewRjZoRtu0Y[/youtube]Não ouvi o tão falado album novo e resolvi matar saudades dessa música, que é FODA.
Paper Planes @ MIA
Laredo @ Band of Horses
Bad Things @ Jace Everett
Supermassive Black Hole @ Muse
Light my Fire @ The Doors
Since i`ve been Loving You @ Led Zeppelin
Mowgli`s Road @ Marina and the Diamonds (não sei se gostei. Acho que não)
Undercover Martyn @ Two Door Cinema Club (boa)
Are you Ready? @ RPA e United States of Sound
A Love Supreme pt1 – Acknowledgement @ John Coltrane
Echo @ Incubus
Ready to Start @ Arcade Fire
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=NvokOD-EnMw[/youtube]Então… eles já tinham “ganhado” o prêmio de melhor música de maio e vencem de novo em junho. Alguem duvida que será o disco do ano?
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Ouvidos:
– Make Yourself @ Incubus
– Morning View @ Incubus
– III @ Led Zeppelin
– Amigo do Tempo @ Mombojó
– This is Happening @ LCD Soundsystem
– There is Nothing Left to Lose @ Foo Fighters
– Absolution @ Muse
– Amnesiac @ Radiohead
– Black Holes and Revelations @ Muse
– Houses of Holy @ Led Zeppelin
– Greatest Hits @ Korn
– Live in London @ Leonard Cohen
– London Calling @ The Clash
– 18 Singles @ U2
– Back to Black @ Amy Winehouse
– The Song Remains the Same @ Led Zeppelin
– No Quarter @ Jimmy Page e Robert Plant
– Only by the Night @ Kings of Leon
– Rage Against the Machine @ Rage Against the Machine
– Grace @ Jeff Buckley
– Lost in the Call @ Moto boy
– The Drums @ The Drums
– Transference @ Spoon
Comprados:
– III @ Led Zeppelin
– Houses of Holy @ Led Zeppelin
– There is Nothing Left to Lose @ Foo Fighters
– One by One @ Foo Fighters
– The Colour and the Shape @ Foo Fighters
– Greatest Hits vol1 @ Korn
– Ten @ Pearl Jam
– Live in London @ Leonard Cohen
– Women + Country @ Jakob Dylan
– You Could Have it So Much Better @ Franz Ferdinand
– London Calling @ The Clash
– Lullabies to Paralyze @ Queens of the Stone Age
– Version 2.0 @ Garbage
– Rage Against the Machine @ Rage Against the Machine