O tempo realmente passa rápido. Hoje faz um ano que eu chorava copiosamente em frente à TV e ao PC por presenciar a morte de um grande ídolo, daquele que talvez tenha sido o nome que mais me fez interessar pela música ou por clipes.
Hoje, um ano depois, resolvi me dar uma segunda chance para tentar expressar tudo àquilo que Michael Joseph Jackson representou pra mim. Não só por causa da data em questão ou por todas as atenções estarem voltadas a ele, mas por sentir que ele é merecedor de toda e qualquer homenagem que seja feita por aí.
Michael Jackson é um dos poucos artistas que passaram por este mundo que dispensa qualquer tipo de apresentação. Ninguém precisa parar e contar a sua história para grande parte das pessoas, porque tudo o que se sabe por aí já é de conhecimento geral, sejam os fatos verdadeiros ou aqueles distorcidos que alguns ainda insistem em alimentar. Ele não precisa de apresentação e te impede – sim, no presente – de ficar “em cima do muro” quando ele é o assunto. A sua trajetória artística e pessoal te obriga a escolher entre o amor e o ódio, tornando impossível não ter uma posição nessa trincheira que se criou ao longo dos anos e, se você ainda se vê sem um lado, certamente o conhece apenas de forma superficial.
Da primeira vez que escrevi sobre Jacko, ainda nos tempos de Portal Music Life, lembrei de uma conversa que tive com a minha mãe e de como eu já ficava vidrado com os clipes, tentava imitar a dança ou queria os cd’s e vinis para ouvir sempre que pudesse. Isso lá em 1992, tinha apenas cinco anos de idade. Hoje me considero fã de algumas bandas e artistas por aí, mas nessa brincadeira toda de acompanhar o meio musical, já são dezoito anos ouvindo, cantando, admirando e tentando imitar as coreografias criadas por Jackson e, até hoje, me faço a mesma pergunta que fazia a minha mãe após ver por algumas vezes o clipe de “Remember The Time”.
Como diabos ele conseguia fazer tudo aquilo?!
Tenho certeza que, se eu tivesse uma única chance na vida, essa seria a pergunta que faria a ele. É a única resposta que precisaria ouvir para uma satisfação pessoal. Afinal, para que eu iria perguntar sobre a mágica existente por trás de todas as produções que, tamanha a importância e a criatividade que carregavam, conseguiam fascinar milhões ao redor do mundo? Mágica é mágica e isso não se explica, apesar do Mister M ou a Jabulani querer nos convencer do contrário.
Lembro-me como se fosse hoje d’eu parado na frente da TV da sala vendo os clipes ou shows e tentando dançar ou, até mesmo, me arriscando a fazer isso na quadra do colégio na frente da escola. Muitos podem ver isso como um “mico”, e sou obrigado a concordar. Mas sabe aquele mico que você nem liga de pagar porque você está feliz com tudo? Lembro-me que dançamos – eu e alguns amigos – e erramos muitas coisas, mas foi engraçado. Muito engraçado. Certamente o Michael teria muito trabalho para coreografar a gente, devido à falta de talento, mas no fim valeu muito pra mim. Coisas de fã. Uma pena – pra mim – que nada disso foi documentado como deveria.
O dia 25 de junho me deixa triste não só pela ocasião de sua morte, mas pelo sentimento de obra incompleta que ficou para todos os fãs. A não realização da turnê This Is It impediu a conclusão de um ciclo e, mais do que ninguém, Michael Jackson merecia um último ato para encerrar toda uma história sinuosa, mas extremamente brilhante.
Tenho a certeza de que Jackson ficará marcado na vida de muitos por toda a vida, seja como amigo ou ídolo, por sua criatividade e determinação, pelo seu jeito ou como se preocupava com o próximo, pelas suas músicas ou clipes, pelas imagens marcantes ou pela sua excentricidade que, muitas vezes, beirava a loucura.
Michael é mágica, persistência, dom. Michael é um gênio por tudo o que fez e por todo o legado artístico que deixou a milhões de pessoas. Gênio.
Já disse a palavra gênio?