Se passaram dois anos desde o primeiro show realizado por Demi Lovato em Belo Horizonte. Nesse tempo, muita coisa aconteceu na carreira de Demetria, na minha vida e, acredito, na sua também.
No mesmo Chevrolet Hall da primeira apresentação, Demi aproveitou o feriado do dia do trabalho no Brasil para fazer o que se sente mais a vontade: Subir no palco. Com um pouquinho de atraso (cerca de 10 minutos), a cantora abriu a noite com “Heart Attack”, seguida de “Remember December”, “The Middle” e “Really Don’t Care”.
Ao contrário dos últimos shows, o som do Chevrolet estava estranho e, principalmente durante a primeira música, pouco se ouvia da voz de Demi. Depois, a situação se inverteu e, nas três músicas seguintes, a banda parecia estar com o “volume reduzido”. Situação que se resolveu após a primeira parada, que Demi utilizou para conversar um pouco com a plateia e fazer juras de amor em português, dizer que estava “feliz de estar aqui” e apontar para todos os cantos da arena dizendo “eu te amo”. Linda.
Lindos também eram os gritos que quase me deixaram surdo e, é preciso dizer, eu estava em um local afastado do público. Fico imaginando quem estava bem no meio dos gritos e minha cabeça já gira como num desenho animado. Realmente, estou ficando velho para shows e essa foi uma das principais constatações da noite de quinta-feira. A outra (e razão principal deste texto) é a Demi, claro.
Com um palco mais “simples” e uma banda mais afinada, Demi parece cada vez mais a vontade no palco e, principalmente, sabe do alcance que tem em relação aos seus fãs. Se mostra uma cantora cada vez mais madura e com uma qualidade vocal ainda melhor. Demi apresenta um mix de estilos, entrega um pop clássico, flerta (ainda mais) com o rock, mostra um lado eletrônico interessante e, acima de tudo, entrega letras que, se não agradam a fãs de compositores clássicos da música mundial, cumprem o seu objetivo e dialogam facilmente com o seu público alvo.
A cantora, que recebeu cerca de 400 fãs durante um meet&greet antes do show, ainda fez a alegria de duas garotas. Raquel e Maria Eduarda viveram um dia mais do que especial depois que Demi ficou sabendo da história das meninas. Para conseguirem o dinheiro dos ingressos, elas foram a luta vendendo cupcakes nas ruas e praças. Conseguiram o objetivo e levaram de brinde um setlist autografado, baquetas, subiram no palco e, para a Raquel, a experiência ainda rendeu a chance de cantar “Let It Go”, música da trilha sonora de Frozen, ao lado de Lovato.
Os fãs são um show a parte. A entrega deles a cada música, a cada grito ou imagem no telão justificam muito dessa reciprocidade existente entre eles e Demi. E foi nesse clima que o show se seguiu até o bis, com “Skyscraper” e “Give Your Heart a Break”.
Com um show melhor que o apresentado em 2012, começo a olhar para a Demi de uma forma diferente. Ainda que, a exemplo de 2012, não tenha me feito sair do Chevrolet Hall cantarolando alguma música, deixa uma impressão ainda melhor. E isso vale. Vale muito.
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Fotos: Vinicius Prado