Em pouco tempo de Brasil, a Deezer se tornou um fenômeno entre as plataformas de streaming que estão disponíveis para os brasileiros.
Pensando nisso, o Audiograma resolveu atrapalhar as merecidas férias do Mathieu Le Roux, diretor da Deezer para a América Latina, para entender todo esse sucesso do serviço, satisfazer algumas curiosidades e fazer o que a gente sabe de melhor: Pentelhar o interrogado.
Confira a entrevista abaixo mas, antes, dê play em nossa playlist especial no serviço:
► Em pouco tempo de Brasil, a Deezer se tornou uma das plataformas de streaming musical mais utilizadas no País. Podemos creditar esse sucesso a quais fatores?
Eu acho que é uma combinação de vários fatores que resumem a nossa tentativa de “tropicalizar” nosso serviço, fazendo o maior esforço para proporcionar um catalogo. Umas recomendações editoriais, um atendimento em social media e até os meios de pagamento em adequação com o público brasileiro. Eu acho que todo mundo percebeu que temos equipe aqui dedicada a fazer da Deezer um sucesso no Brasil.
► O que mais me chamou a atenção quando conheci o serviço foi a estratégia de mercado que vocês adotaram. Escolheram alguns países emergentes (como o caso do Brasil) e deixaram de fora, em um primeiro momento, mercados tradicionais como os Estados Unidos. Quais motivos levaram a Deezer a ir na “contramão” da maioria?
Chamamos a nossa estratégia internamente de “futbol”. Quer dizer, o mundo inteiro menos os Estados Unidos. A razão até agora era que nos tínhamos os recursos para atacar apenas os Estados Unidos ou proporcionar o nosso serviço para 183 paises (e bilhoes de usuarios). Mas, já já vai ser resolvido porque o nosso lançamento nos EUA esta para vir.
► Confesso a você que ainda me surpreende essa forte adesão do público brasileiro aos serviços de streaming. Mesmo acompanhando o cenário a alguns anos, não esperava que isso fosse acontecer de forma tão rápida. Você acredita que o streaming é hoje a forma mais eficaz de se combater a pirataria?
Eu acho. E não tanto por questão moral (chamar um adolescente de “pirata” é um elogio, todo mundo quer ser Jack Sparrow aos 15 anos), mas claramente por questão de qualidade da experiência. Com a Deezer, você tem um catalogo gigantesco, oficial (a versão boa, sem vírus), a capacidade de compartilhar na boa e chega de cabo e disco rigido com poeira, esta tudo no cloud. Gostou? Favorita, não gostou mais, tira… Você tem o direito de não ter “uma opinião formada sobre tudo”. Risos.
► Outro ponto legal da Deezer é que o serviço não é somente um streaming. Vocês oferecem serviços auxiliares, aplicativos complementares e, até mesmo, ações de marketing que envolvem a plataforma e são bem interessantes. Recentemente, por exemplo, li matérias a respeito de uma parceria envolvendo o Lille e o Toulouse, times de futebol da França, onde os torcedores dos clubes teriam acesso a uma versão exclusiva do aplicativo voltada para o seu time do coração. Pensando nas novas tecnologias e em projetos como o citado, existe a previsão de ações do tipo para o Brasil? Algum em andamento?
Sim temos vários projetos usando nosso API prontos para sair. Já fizemos um app com a Ubisoft para o lançamento do Just Dance e tem mas chegando pela frente. O fato de ter aberto nosso conteúdo para qualquer tipo de aplicativo autoriza qualquer portador de projeto a incorporar toda musica que ele quer com uma grande facilidade.
► Até onde a infraestrutura do país é um fator que atrapalha na ampliação da Deezer?
Sendo um serviço digital, nós não entregamos nada, então o transporte esta rápido! Obviamente, a qualidade da 3G é um fator importante para a gente, mas com os recursos de “offline” e “smart cache” nossos usuários podem curtir a Deezer ate no meio da Amazônia.
► Vários artistas, inclusive os brasileiros, estão oferecendo seus álbuns para downloads gratuitos. Em alguns casos, mesmo utilizando esta pratica, o retorno acaba sendo pequeno, se analisarmos a quantidade de downloads. Como a Deezer consegue fechar esta equação entre artista, gravadora e os seus interesses?
Eu acho mais uma vez que tudo é uma questão de interface de usuário. Na Deezer, o acesso ao álbum é tão fácil que tem mais escutas. Depois, a Deezer só fala com as gravadoras para garantir que a cadeia de direitos seja respeitada. O artista tem que ter gravadora ou passar através de plataforma digital como OneRPM, CD Baby ou Zimbalan.
► Recentemente, encontrei uma resenha do seu livro, 80 Homens para Mudar o Mundo, no qual você e Sylvain Darnil saíram em busca de pessoas capazes de reinventar os seus negócios e se sobressair no mercado. Podemos dizer que a experiência obtida na produção do livro influenciou a forma com a qual você cuida da Deezer?
Essa aventura me influenciou sobre o fato de que o sentido da vida é de acumular experiências boas, mais do que acumular bens que não vão te seguir no caixão. A Deezer foi pensada com esta mentalidade, de que o acesso a vontade é mas importante que o simples fato de poder comprar um pedaço de plástico. 😉
► O público que se utiliza dos serviços oferecidos pela Deezer pode ser considerado como o público formador de opinião? Como alcançar o grande público que ainda se utiliza dos meios de comunicação de massa para escutar música?
É claro que o nosso público inicial é bem “early adopter” porque, quando lançamos, era uma coisa radicalmente nova e inovadora. Eu acho que, hoje em dia, as redes sociais e a internet facilitam muito o boca a boca e, como compartilhar música é uma coisa mais viral, cada vez mais gente descobre a Deezer. 😉
► Você é francês e se declara sempre como um apaixonado pelo Brasil. Como se deu esse processo de adaptação ao país e a sua cultura? Quais os seus pontos positivos, sobretudo na parte musical?
Conheço o Brasil há 13 anos agora, então eu acho que não sou mais objetivo, mas o melhor lado para mim é a mentalidade brasileira que vê a inovação e coisas novas sempre com um olho muito positivo. E na música, especificamente, a capacidade da cultura local de engolir influencias e misturar tudo para criar não deixa de me surpreender.
► O Brasil é um país onde a cultura regional está presente na vida da população. Como a Deezer trabalha esta particularidade, tendo que atender um publico que é regional mas, ao mesmo tempo, é um público de aldeia global?
Isso não é fácil não, mas tentamos sempre pensar alem do eixo Rio/São Paulo. Nós fomos parceiros do festival RecBeat este ano, por exemplo.
► O que o Mathieu costuma ouvir de interessante? Alguma dica para a gente dar play e ouvir na Deezer?
Haha, só coisa boa. Olhe minha ultima playlist patriota!
► Para fechar, a última pergunta é, na verdade, uma indireta: Quando o Audiograma poderá ter uma rádio no(a) Deezer? rs
HAHA, isso tenho que ver com Yasmin, mas o esquema do rádio esta sendo todo repensado. Vamos se falar! 😉
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