Minha vida mudou drasticamente quando, em uma tarde no ano de 2006, trocava de canal durante um dia movido ao tédio de uma vida sem emoção no alto dos meus 12 anos. Pois bem, durante uma zapeada em alguns canais, parei na MTV (que até então era boa e passava na TV aberta, às vezes no canal 16, às vezes no canal 29, mas não importa).
Fato é que, no momento em que coloquei na MTV, percebi que era uma reprise de uma premiação, 0 Europe Music Awards. Aquela era minha primeira vez assistindo uma premiação. Meu gosto musical dependia somente de trilhas sonoras de Malhação (que até então era boa²), e de rádios populares. Quando anunciaram uma cantora de nome engraçado, não tinha nem ideia de quem era a dita cuja, resolvi ficar no canal aguardando. Fui pega de surpresa quando reconheci o toquinho da intro da música que já havia escutado em alguma troca de cenário/núcleo em Malhação. Eis que no meio de fumaça e algumas caixas de vidro surge a tal Rihanna cantando “S.O.S”. Desculpa, mas foi amor a primeira vista e depois desse dia eu me tornei algo que chamo carinhosamente de “Belieber da Rihanna”, ou seja, o tipo de fã mais chato, só que da Rihanna.
Na época, não havia mulher mais bonita que a Rihanna, meus parentes achavam que eu estava louca, e a Rihanna era o nível de mulher/ser/perfeição/exemplo/modelo que melhor se encaixava na minha vida inteira (12 anos). Não lembro muito bem os argumentos, mas rebatia qualquer um que ousava dizer que a testa dela era enorme. O tempo foi passando, o nível de dinheiro gasto com dona Rihanna também – posters, CDs, DVDs (oficial ou do camelô), revistas, notinha da parte de fofoca do jornal de 25 centavos, copo, mousepad, papel de parede, roupa parecida, cabelo (!!!!!!!!!!) parecido…- até que eu levei um tapa na cara, e ela também.
Em fevereiro de 2009, liguei minha TV para saber o que tinha acontecido no Grammy. Nunca tive TV paga na minha casa, e nesse ano estávamos na época das vacas magras e eu ainda não tinha computador. Durante o anuncio, falaram dos destaques do Grammy e eu ali: parada diante da TV esperando algo sobre a Diva mor Rihanna. O nome da Rihanna foi mencionado junto com a frase “decepção da noite ao lado do seu namorado Chris Brown”. Ouvi ainda sem acreditar sobre a tal agressão que eu duvidaria que o Chris Brown teria feito. Logo ele, o cara que eu sempre gostei, o que fazia ela sorrir… Não acreditei. Nos próximos meses minha vida se resumiu em: Procurar razão pelo feito, procurar fatos (incluindo ler os relatórios de agressão publicados pelo TMZ), encher o raio da paciência de um moleque que se identificava primo da Rihanna no MySpace (???), e odiar o Chris Brown depois que averiguei tudo. Além disso, o sentimento de “QUE QUE ESSA MULHER VAI FAZER AGORA”.
Rihanna ficou um tempo sem dar entrevistas, tempo até demais. O que sabíamos era que ela estava em estúdio para um novo trabalho. Dark Angels?????? Não… Uma das melhores lembranças era entrar no site oficial e assistir uma previa de 30 segundos de tudo que a era representaria. Tudo meio obscuro, preto e branco, nada nítido e uma frase que se repetia inúmeras vezes: THE WAIT IS OVA! A espera acabou, Rihanna voltou, chorem inimigas. Rated R surgiu em novembro de 2009. Rihanna com um moicano loiro, com visual sadomasoquista, e ali, finalmente de volta.
Durante a primeira vez que escutei o Rated R, minha cabeça ficou divida entre “Que que fizeram com a Rihanna?” e “Tá. Qual dessas músicas é uma indireta pro ex-namorado?” Preparados? Sinalizarei as possíveis indiretas com [SHADE] no início, e [/SHADE] pra finalizar. Então vamos lá amiguinhos!
► “Mad House”, a intro do CD, faz uma advertência e deseja boas vindas. Pra quem se assusta fácil: Se afaste. Para os que acham que aguentam: Bem vindo a casa dos loucos, ou falando de uma forma mais legal, bem vindos ao hospício.
► “Wait Your Turn” é o nome da faixa onde foram retirados os 200 THE WAIT IS OVA da prévia do site oficial. Rihanna fala sobre a importância de tentar de novo, afinal o jogo da vida é assim: Espera sua vez e joga até ganhar.
► Durante “Hard”, Rihanna solta algo como “O reinado da Rihanna não vai acabar” além de falar que é durona o que fez com que os fãs espalhados no mundo quase saíssem em bando pra cantar a música que seria um hino até chegar na faixa 10 do CD.
► “Stupid Indireta Love” seria a primeira indireta identificável no CD. Não sei vocês mas fiquei super decepcionada por só começar a ter alguma indireta na quarta faixa. Rihanna canta sobre dar uma chance pra alguém que fez algo errado, mesmo a Katy falando que isso era perda de tempo. Rihanna jurava que era burra mas não era estúpida no amor. E A GENTE ACREDITOU, RISOS. [SHADE]: Depois do caso de agressão, Rihanna voltou com o Chris Brown por um tempinho, mas depois terminaram. Desde então, Rihanna e Katy Perry foram vistas juntas e se declararam melhores amigas pra sempre. [/SHADE]
► “Rockstar 101”, também conhecida pelas inimigas como Flopstar 101, é uma música bem Rihanna. Quer saber o que eu quero dizer com isso? Rihanna se alto afirmando, Rihanna sendo rockstar (sem rock), Rihanna falando “Got my middle finger up I don’t really give a fuck”. Frase que descreve sua personalidade de 2009 até agora. Ah… encontra-se registrado por aí que a música tem uma participação do Slash. Mas não interromperam a música pra colocar um solo dele, então a participação não existiu. PRÓXIMA MÚSICA…
► O primeiro single desse CD foi “Russian Roulette”. Vocais impecáveis de uma Rihanna que não se faz de vítima, mas que esboça um pouquinho de sofrimento. No videoclipe da música da pra ver que Rihanna canta sobre um relacionamento auto destrutivo [SHADE] RISOSSSSS [/SHADE].
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ZQ2nCGawrSY[/youtube]
► No momento peço licença para deixar de lado a pouca veia jornalística que tenho para destacar a melhor musica da carreira da Rihanna. Sim, na minha opinião é a melhor música e se você não concorda está completamente errado. “Fire Bomb” foi um hino single desperdiçado e a própria cantora percebeu isso, anos depois para o nosso desespero. A principal marca de todo Rated R se encontra nessa música: Vocais bem trabalhados, instrumental impecável com muita guitarra, e uma letra sobre um certo relacionamento que tem amor mas mesmo assim tem umas partes destrutivas. [SHADE] AUHAUHAUHAUHAUHAAUHAUHHA [/SHADE].
► “Rude Boy”. Desnecessária. Na verdade é necessária pra saber que o mundo tem mal gosto já que teoricamente, Rude Boy é a única música do Rated R que se tornou verdadeiramente HIT mundial. Tudo que você precisa saber: Rihanna gosta de um cara rude, bruto, indelicado e até violento dependo da tradução. [SHADE] HAHAHAHAHHAAHHA [/SHADE]
► Minha relação com “Photographs” foi de amor atrasado. No ínicio, odiava por completo a música. Ainda mais pela participação do Will.I.Am Will.Eu.Sou competente só com o The Black Eyed Peas and Britney, bitch!. Mas depois de um bom tempo, quase anos, peguei um amor inexplicável. A voz da Rihanna trouxe uma suavidade quase impressionante levando em conta clima/contexto histórico/e músicas até aqui.
► FAIXA 10. “G4L”. G4L é a sigla pra Gangsta 4 Life, algo parecido com o nosso V1d4 L0k4. Mentira, mas talvez seja verdade. Essa música é responsável pela parte Urban que Rihanna sempre carregou. Nem Hard que tem uma parceria com um rapper tem essa parte teoricamente. G4L foi responsável pelo batizado dos fãs da cantora.: “We’re an army/ Better yet, a navy/ Better yet, crazy/ Guns in the air” *fãs da Rihanna cantam com a mão no peito.* Assim surgiu a Rihanna Navy e finalmente eu não era mais uma belieber da Rihanna, agora eu sou marinheira, beijo mãe!
► “Te amo” fez um sucesso absurdo no Brasil quando ainda nem era faixa oficial. Uma demo caiu na internet e os brasileiros amaram dona Rihanna falando Te Amo Te Amo Te Amo e começaram a pedir a música nas rádios por todo o país. Reza a lenda que por causa do sucesso aqui, a demo virou faixa e foi encaixada no Rated R. A música em si é simples: Rihanna é admirada por uma moça. A moça fala “Te Amo” pra Rihanna. Rihanna sai perguntando o que é “Te Amo”. Rihanna deixa a moça na friendzone. SPOILER: A friendzone não ocorre no videoclipe.
► “Cold Case Love” é uma obra-prima e eu fico revoltadíssima com quem não concorda com isso. A produção e letra são de responsabilidade de Justin Timberlake *suspira*. Novamente o destaque com os vocais e instrumental magnifico. A letra? Ah, a letra fala de um relacionamento que tem amor mas novamente, tem a parte destrutiva. “What you did to me was a crime…” [SHADE] Rs [/SHADE]
► “The Last Song” fecha o CD com o que mais se destaca durante todo o Rated R: Guitarra e a voz da Rihanna.
Rated R foi o CD responsável pelas melhores notas em reviews e críticas especializadas. É um dos Cds mais bem produzidos das ultimas cantoras pop que surgiram e talvez um dos que mais tem personalidade. Para os fãs, representou a volta de sua cantora preferida depois de um momento em que a maioria duvidou que ela voltaria. Estamos em 2014, e se procurarem informações, 80% dos fãs da Rihanna citam esse CD quando a cantora se envolve em futuros projetos. Até Rated R, Rihanna era uma cantora na qual todos depositavam uma fé pro futuro. Uma futura estrela pop. A era Rated R foi responsável por consolidar Rihanna como cantora, produtora, ícone da moda, mulher independente e/ou dona do próprio nariz.
E o que essa era fez na minha vida? A era Rated R foi responsável por me colocar na vida adulta, por me mostrar que nem tudo é perfeitinho, que minha cantora preferida tem vida própria, assim como eu. O que ela faz não é receita pra se fazer igual. Me ensinou a ter personalidade própria e questionar tudo o que é me apresentado. Ser fã não significa aceitar o artista e todas as coisas que faz em sua vida pessoal, e sim apoiar a vida profissional, mas sem deixar de dar críticas construtivas. Sou fã da Rihanna, não amiga da Robyn. Acima de tudo, sou viúva do Rated R.