Noite de sábado, 08 de maio, Teatro Alterosa, Belo Horizonte. Depois de 10 anos de carreira, quatro álbuns de estúdio e um CD/DVD ao vivo, Jay Vaquer enfim desembarca na capital mineira para uma apresentação.
Durante os dias que antecederam o show, pensei em diversas maneiras de começar essa resenha. Pensei até se eu realmente deveria escrever alguma coisa já que, confesso, eu não sou um profundo conhecedor do trabalho feito pelo filho de Jane Duboc. O pouco que conheço me foi apresentado nos últimos dois anos pelo nosso companheiro de Audiograma Gilmar Souza. Até hoje me lembro que o primeiro contato que tive com Jay Vaquer foi através da música “Longe Aqui” e, apesar de ter realmente gostado da música, fui relapso ao ponto de não procurar todo o material já produzido pelo cantor.
Apesar dessa “falta de conhecimento”, desde o primeiro momento em que fiquei sabendo do show, o interesse em comparecer surgiu. Não sei você que está lendo, mas eu sempre defendi a idéia de que a melhor forma de ser realmente apresentado a um artista é presenciando um de seus shows. Já perdi a conta de quantos shows pude ver sem conhecer muito do artista que estava ali em cima do palco e, na maior parte das vezes, saí do local com a certeza de que valia a pena “correr atrás” e ouvir o que ainda não conhecia. Foi assim com o Móveis Coloniais de Acaju, com a Colbie Caillat, o Live e o Orishas, dentre vários outros nomes. Pensando nisso, resolvi aproveitar a oportunidade única e conferir de perto se, realmente, Jay Vaquer era tudo aquilo que já me parecia ser.
Com um público que deve ter ocupado em torno de 70% da capacidade do local, a longa espera terminou quando os primeiros acordes da música “Mondo Muderno” deram início aquela apresentação que mais me parecia um ensaio especial para fãs especiais. Já daquele ponto em diante, pude perceber que Jay Vaquer faz parte de um seleto grupo de cantores que conseguem ser ainda melhores ao vivo do que já são em estúdio.
Se “Mondo Muderno” já foi mais do que suficiente para “derrubar” a idéia de se assistir ao show sentado nas cadeiras do Teatro, outras músicas como “Você não me conhece”, “Cotidiano de um casal feliz”, “A Falta que A Falta faz” (onde Jay foi agarrado por uma fã), “Por um pouco de paz”, “Quando fui Fred Astaire”, “Pode Agradecer”, “Breve conto de um velho babão” e “Longe Aqui” provocaram os mais distintos sentimentos naqueles que presenciavam aqueles momentos especiais. Foram vários os que cantaram a plenos pulmões, que choraram, que vibraram e, principalmente, não queriam que aquele momento acabasse.
Acompanhado por Kelder Paiva (bateria), Renato Pagliacci (guitarra) e Fernanda Iglesias (baixo), interagindo durante todo o tempo com o público, atendendo aos pedidos dos fãs e cantando algumas músicas a cappella, dentre elas “Estrela de um Céu Nublado”, e mantendo uma simplicidade incrível, Jay conduziu a platéia com maestria, sempre deixando transparente a sua alegria por, enfim, poder apresentar o seu belo trabalho a cidade de Belo Horizonte.
E não foi só ele que saiu feliz. Muitos foram os que saíram realizados do teatro. Alguns por verem o ídolo de perto, outros por terem a chance de ver ao vivo toda a capacidade de composição e interpretação que Jay carrega consigo. De todos, talvez eu tenha sido o único que não estava completamente feliz ao sair do Teatro e, se digo isso, não foi pelo fato de não ter gostado do show, mas sim por não conhecer tão profundamente o trabalho de Jay Vaquer a ponto de descer, me juntar aos fãs e cantar todas as músicas.
Quem sabe no próximo.
E que esse próximo show não demore mais dez anos.
.
Abaixo, veja um vídeo da música “Quando fui Fred Astaire”:
[youtube width=”480″ height=”385″]http://www.youtube.com/watch?v=PM2UiE-7hCo[/youtube]
.
Fotos: Diego Concesso