Paixões vêm e vão. Ao longo de nossa vida passamos por diversas fases e geralmente, cada uma delas traz os seus ídolos, aqueles por quem se suspira e se faz qualquer loucura. Fui fã da Xuxa quando criança e sonhava em ir ao programa e ser escolhida para subir na nave com ela; alguns anos mais tarde, passava horas copiando os passos de step by step, do New Kids On The Block; depois, na época de Titanic, veio a fase Leonardo de Caprio, e pastas e mais pastas repletas de fotos que, anos depois, foram parar no lixo; hum… teve também a fase Guns n’ Roses e uma noite insone em frente à TV para acompanhar o show da banda no Rock in Rio… e vamos parando por aqui antes que isso fique vergonhoso demais…
Mas uma paixão me acompanha desde sempre e independe de fase, minha ou deles: a paixão pelo U2. Não sei precisar quando ou qual foi a primeira música deles que ouvi. A banda irlandesa fazia parte da trilha sonora da minha casa desde que eu me entendo por gente, já que minha irmã mais velha também é fã; aliás, aqui em casa todo mundo, com exceção do meu pai, gosta da banda. Mas lembro que ainda pequena, sem nem mesmo compreender sobre o que aqueles versos falavam, eu cantava, num inglês que só eu entendia, o refrão de Sunday Bloody Sunday. Mas também vamos combinar, ô refrãozinho pra grudar na cabeça!
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Nunca fui daquelas fãs de comprar revistas com matérias sobre eles, de ter pôsteres espalhados pelo quarto (na verdade, só tenho um pôster e este veio com o Box deluxe que comprei, dos primeiros três CDs remasterizados, no ano passado). Inclusive, esse Box + The Joshua Tree também remasterizado foi o primeiro dinheiro “grande” que eu realmente investi na banda. E vou dizer, valeu cada centavo. O dia em que a encomenda chegou, foi um dos mais felizes da minha vida e tenho certeza que os vizinhos acabaram aprendendo pelo menos uma música, porque eu ouvi, e foi muito, cada um daqueles CDs como continuo fazendo até hoje!
Sabe aquele amigo especial com quem você não conversa sempre, não vê com a freqüência que gostaria, mas sabe que, seja nos momentos bons ou nos ruins, você pode contar com ele? É mais ou menos da mesma maneira que eu vejo o U2. Eu não preciso ouvir algo deles todos os dias, mas existem momentos em que apenas All I want is you, The Fly, 40, One, Stay, Walk On, Bad, Moment of Surrender, In A Little While, Gloria, Out of control, Until The End Of The World – e eu poderia ficar aqui, listando até amanhã -, serão capazes de “falar comigo” e me entender. Loucura? Pode ser, mas eu prefiro chamar de “coisa de fã” e acho que qualquer um que seja fã de algo, seja do U2 ou de qualquer outra banda, seriado, etc… é capaz de entender esse sentimento. Se bem, que acho que a pessoa não precisa nem mesmo ser fã de algo para entender o quanto All I want is you, por exemplo, fala com a gente, basta ter um pouco de sensibilidade.
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Mas engana-se quem pensa que nessa relação tudo são flores. Não é bem assim. Da mesma forma como me recordo de momentos mágicos, há também as frustrações… frustrei-me com Pop. Simplesmente não consigo gostar do álbum. Percebo a grandeza, toda a inovação, o quanto os caras foram audaciosos, mas não gosto e é duro admitir isso; frustrei-me ao estar tão próximo deles no ano passado e, de repente, por forças além das minhas, me ver longe; e estou começando a me sentir frustrada, com medo de que a turnê 360° acabe não passando por terras brasileiras. Mas, como boa brasileira, não desisto nunca e sigo na expectativa até o fim. E se vierem, eu estarei lá, de qualquer jeito. Horas na fila para comprar um ingresso? Vixe… tiro de letra!
Algumas coisas na nossa vida simplesmente não têm explicações. Eu nunca irei conseguir racionalizar porque sou fã do U2 e não do Prodigy, porque torço pro time A e não pro B, porque prefiro verde a azul… apenas é assim. E sentimentos, sejam de que natureza forem, foram feitos para isso mesmo, para serem sentidos e não explicados. Não existem palavras capazes de transmitir a força desses sentimentos; pelo menos não do meu por Bono, The Edge, Larry e Adam, juntos ou separados.
Eu amo o U2, e a banda nunca seria a mesma sem cada um deles. Sem esse jeito “eu quero resolver os problemas do mundo”, do Bono, a introspecção do Larry, o baixo econômico, mas eficiente e inconfundível do Adam e a genialidade e poucas palavras do The Edge. E, por tudo isso, não tem como dissociar o sentimento. As histórias do U2 e dos quatro se confundem, como não poderia deixar de ser, assim como o meu amor e admiração por esta que, pra mim, é sim uma das maiores bandas do planeta. Uma banda que se destaca no estúdio, nos palcos e “fora das quatro linhas”, digamos assim.
Pode ser que o U2 nunca venha a saber da minha existência, que eu nunca consiga realizar o sonho de entrevistá-los. Mas não importa… o importante é que eles fazem parte da minha vida. Independente do que eles venham a fazer musicalmente nos próximos discos, eles já me marcaram; de alguma forma, eles já são parte integrante da trilha sonora da minha vida e eu não podia querer outra trilha.
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É por tudo isso que o dia 10 de maio é especial para mim e esse dia 10 especificamente, mais ainda. Afinal o Bono está completando 50 anos de vida e, cá entre nós, não é todo dia que se chega aos 50 com todo esse pique… Valeu por tudo Bono, pelo o que já foi e pelo o que eu sei que ainda virá pela frente.
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