A espera era grande. A paixão de muitos também. Era o dia que os fãs tanto esperavam e, enquanto o som ambiente nos brindava com sucessos como “Straight Lines”, do Silverchair, percebia-se no público a vontade extrema de sair cantarolando todas as músicas lançadas por John Mayer até hoje.
Alguns anos me separaram do dia em que ouvi “Bigger Than My Body” pela primeira vez até o show da última quinta, em São Paulo e, assim como todos os presentes, a minha expectativa era muito grande e devido aos mais diversos motivos.
Apesar da tal expectativa se fazer presente, era não era tão motivada pelas músicas do mais recente álbum de Mayer, Paradise Valley. Claro que ouvir “Dear Marie” ou “Paper Doll” estavam nos meus planos naquela noite no Anhembi (e nos de qualquer um dos presentes), mas nada era capaz de superar a comoção pessoal que seria para mim ouvir “Neon”, “Gravity” ou a já característica versão de “Free Fallin'”, só para citar algumas.
As 22:02 foi dada a largada com algumas crianças da ONG Meninos do Morumbi, que fizeram uma introdução e tocaram junto de Mayer e sua banda em “No Such Thing”, que abriu os trabalhos. Na sequência, “Wildfire”, “Paper Doll” e “I Don’t Trust Myself (With Loving You)” foram embalando aquela noite agradável de quinta.
Mayer é dono de um estilo quase que único em cima do palco, o que o torna capaz de transitar entre o acústico e os solos extensos de guitarra como poucos. Além de ser um cara carismático a ponto de se sustentar sozinho naquele espaço. O set solo e acústico formado por “Your Body Is a Wonderland”, “Daughters”, “Free Fallin'” e “Stop This Train” não me deixa mentir.
Dalí em diante, a platéia estava entregue. Cada gesto, palavra ou acorde era comemorado como se fosse um gol em final de Copa do Mundo. Sabendo disso, só tente imaginar quando os acordes tocados eram de “Garota de Ipanema”, mesclados com “If I Ever Get Around to Living”. Pois é. Naquela altura, o jogo já devia estar uns dez a zero.
A entrega do público era algo acima do normal. Isso emocionou tanto a mim, que cantava junto como se não houvesse amanhã, quanto ao próprio Mayer que, ao final de “Dear Marie”, se mostrou extremamente feliz por tudo o que estava acontecendo. E nem precisava dizer que voltaria todo ano ou que jamais iria esquecer tudo aquilo. Era visível.
E ainda tinha o bis com “Neon” e “Gravity”. Ainda tinha as duas músicas que eu mais esperava para fechar a noite. Não teve “Bigger Than My Body” como esperava, mas não tenho a mínima coragem de reclamar da falta de uma ou outra música no setlist.
Seria egoísmo demais da minha parte querer ainda mais.
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[youtube]http://youtu.be/78GgsssMO-w[/youtube]
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Setlist:
No Such Thing
Wildfire
Queen of California
Half of My Heart
Paper Doll
I Don’t Trust Myself (With Loving You)
Going Down the Road Feelin’ Bad
Slow Dancing in a Burning Room
Your Body Is a Wonderland
Daughters
Free Fallin’
Stop This Train
Waiting on the World to Change
Dear Marie (2x)
Something Like Olivia
Wheel
Who Says
If I Ever Get Around to Living
Vultures
The Age of Worry
Why Georgia
Neon
Gravity
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Foto: Stephan Solon/XYZ Live
Vídeo: Igor Simas