O Teatro Mágico carrega consigo aquela aura de “ame ou odeie” que persegue alguns nomes da música por aqui. Quem é fã de artistas como o Nickelback, Creed, Los Hermanos ou o Restart sabe do que estou falando e, com o passar do tempo, os fãs do TM também passaram a sentir isso na pele.
Cada um na sua linha, claro, mas a relação entre fãs e não fãs acaba sendo exatamente a mesma em ambos os casos. Quem ama, ama demais. Quem odeia, odeia sem sequer cogitar dar uma chance. Cada um na sua, mas preciso dizer isso para tentar explicar que, ainda que não acreditem, existem pessoas que ainda não se decidiram com relação a sua “posição” nessa conversa e, quando o assunto é o Teatro Mágico, eu faço parte deste grupo.
Pela terceira vez em menos de um ano, resolvi ir ver a banda ao vivo. Com um público muito bom a sua espera, a trupe capitaneada por Fernando Anitelli subiu ao palco do Chevrolet Hall para, mais uma vez, apresentar ao público mineiro o show da turnê “A Sociedade do Espetáculo”, que mescla um pouco dos três álbuns lançado pela banda até hoje. Se na primeira tentativa eu saí após a terceira música e, na segunda, a chuva me obrigou a ver o show de longe, essa era a oportunidade perfeita para, enfim, definir qual a minha relação com o Teatro Mágico.
Me lembro de quando a banda surgiu e ganhei de presente o primeiro CD, Entrada para Raros, e via as relações, resenhas e comentários que classificavam o TM como a “salvação da música nacional” e, mesmo gostando do disco, não via a banda dessa forma. o Teatro Mágico pra mim sempre foi uma banda com uma temática diferente mas como outra qualquer e que, assim como todas as existentes no planeta, também era capaz de evoluir e, aí sim, poder receber tais adjetivos.
E, na medida em que o show da última sexta ia se passando, essa sensação foi se tornando mais forte. A banda evoluiu. Vejo as músicas presentes no A Sociedade do Espetáculo como as mais completas das que foram lançadas até hoje, o que deixa claro pra mim essa evolução, mas ainda não vejo a banda como os fãs. TM pra mim não é vida, não é uma obra prima ou a melhor banda de todos os tempos, como os fãs consideram, mas Anitelli sabe fazer (e muito bem, diga-se de passagem) o que se propõe.
Durante pouco mais de 90 minutos, a interação da banda com o público, a presença de palco, os elementos circenses, os bons arranjos e letras acabaram por justificar toda a entrega dos fãs a cada uma das músicas. Por mais que eu não tenha sido contagiado com todo esse clima, acabei por sair do Chevrolet com a sensação de que o TM é realmente bom de se ouvir.
Pode até ser superestimado, mas é bom! E isso já vale.
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Fotos: Polly Rodrigues