O Spotify resolveu liberar uma nova ferramenta que promete impulsionar músicas de artistas em meio ao seu gigante catálogo.
De acordo com a plataforma, cada artista poderá indicar qual música gostaria que fosse recomendada para mais pessoas. A partir disso, o algoritmo da plataforma fará a entrega dessa canção para mais usuários.
“Neste novo experimento, artistas e gravadoras podem identificar a música que é uma prioridade para eles, e nosso sistema adicionará esse sinal ao algoritmo que determina sessões de escuta personalizadas. Isso permite que nossos algoritmos contabilizem o que é importante para o artista – talvez uma música pela qual eles estão particularmente animados, um aniversário de álbum que estão celebrando, um momento cultural viral que estão vivenciando ou outros fatores com os quais se importam”, afirma a plataforma em seu blog.
O Spotify afirma que a novidade estará disponível para todos os artistas e não haverá cobrança inicial, como acontece no impulsionamento do Facebook, por exemplo. Apesar disso, a sua utilização está condicionada à cobrança de uma “taxa de royalties de gravação promocional”, que seria descontada dos ganhos obtidos pela canção.
Um outro ponto importante da novidade é que a plataforma afirma que o impulsionamento por longo período estará condicionado ao desempenho da faixa. Com isso, as faixas que receberem um destaque mas não registrarem bom desempenho deixarão de ser entregues pelo recurso.
Spotify e a remuneração dos artistas
A novidade chega após a plataforma lidar com diversas reclamações de artistas relacionados aos pagamentos de royalties. Recentemente, o Spotify recebeu uma petição assinada por mais de 15 mil artistas que exige uma revisão dos valores pagos pela gigante de streaming.
No ano passado, o The Trichordist publicou uma extensa matéria sobre pagamentos onde revela que o Spotify pagou, em 2019, algo em torno de US$0,003 a cada 154 streamings de uma música. Como comparação, o Deezer pagou US$0,006 para cada 98 plays, o Apple Music US$0,007 a cada 78 plays e o TIDAL US$0,01 a cada 47 vezes.
Em contrapartida, a Consequence of Sound revelou no começo deste ano que as três maiores gravadoras – Sony, Universal e Warner – estão atingindo um faturamento de quase US$1 milhão por hora com as plataformas de streaming.