Se você ama a onda nostálgica que estamos vivendo no mundo pop, vai adorar conhecer a Shower Curtain. Nome artístico adotado pela curitibana Victoria Winter, o projeto lançou seu segundo EP homônimo na última sexta-feira (06).
O som da artista passa por nuances do dream pop e por uma estética de DIY (o famoso “faça você mesmo”), o que traz um clima meio glitter, meio grunge neste segundo álbum. Com influência do indie dos anos 2000 e letras de menina sonhadora, ela nos traz faixas sinceras ambientadas no melhor do bedroom pop. A impressão que eu tive ouvindo o álbum é que ela poderia tranquilamente ser uma vizinha talentosa que passa todo o tempo no seu quarto compondo e ouvindo música.
Faça você mesmo, mas conte com outras pessoas
Victoria integrou a turnê da banda de dream pop californiana Winter no Brasil em 2017 – o nome da banda não é mera coincidência. Samira Winter, sua irmã, é front da banda, e co produziu o projeto solo de Victoria junto com Franky Fox (Franky Flowers), que também mixou o EP. Para completar a equipe de sucesso, a masterização foi feita por Timothy Stollenwerk.
A artista é super adepta ao DIY, tanto que executou a maioria dos instrumentos e também produziu as artes do EP. Por isso, você pode se sentir conectado diretamente ao processo criativo da artista e à sua expressão mais íntima. As músicas são cantadas em inglês e seguem o que vem sendo produzido no cenário internacional, mas o sentimento sonhador que elas passam são capazes de serem compreendidos tranquilamente por todos.
Faixas para sonhar
O EP abre com “Should I Call You?”, que fala sobre dúvidas e as expectativas dos seus sentimentos sobre os outros e traz um som mais pesado, o que dialoga com a própria confusão da emoção; “What If” ainda fala sobre dúvidas e especulações sobre o que pode ou não ser melhor, e suas batidas lembram o de um pensamento que pondera, escolhe e decide; “Time to Kill” traz uma pegada de confissão um suspense que se transforma em um refrão esperançoso e alegre, e que mostra os altos e baixos de sentimentos conflituosos e paradoxais. A música mais diferente do EP é “All That You Do”, que encerra o álbum com batidas mais rápidas com toques de guitarra que lembram muito a atmosfera de Joy Division. É impossível ser millenial e ouvir o EP sem sentir um gostinho de final de adolescência na boca.
Shower Curtain é um talento promissor na composição e na música pop e mostra que dá sim pra ser uma artista mulher independente. “Pro novo EP, eu queria demonstrar não só um amadurecimento instrumental mas também nas melodias e harmonias, sem perder a identidade lofi e bedroom que eu carrego faz tempo no meu projeto”, ela conta. Agora é salvar a playlist para ouvir naquele momento gostoso de sonhar acordado. E você, o que achou do EP?