Entre os dias 03 e 05 de abril de 2020, dezenas de artistas – alguns inéditos e outros nem tanto assim – tocarão no Autódromo de Interlagos, dando forma à um dos maiores festivais da América Latina: o Lollapalooza Brasil.
Criado em 1991 por Perry Farell como uma tour da banda na qual ele era vocalista, o Jane’s Addiction, o festival tomou proporções inimagináveis e acabou sendo apresentado anualmente até o ano de 1997, quando foi cancelado, sendo revivido novamente por Perry em 2003. Desde então, foram realizadas edições do Lollapalooza em diversos países, como Alemanha, França e Argentina, além da tradicional edição estadunidense, que desde 2005 é realizada no Grant Park, em Chicago.
As edições internacionais do Lollapalooza já receberam artistas como The Smashing Pumpkins, Nine Inch Nails, Beastie Boys, Lady Gaga e Migos, enquanto, no Brasil, algumas das apresentações que se destacam são Foo Fighters, Florence + The Machine, Tame Impala e Tribalistas.
O lineup de 2020 por aqui inclui artistas que já passaram pelo Brasil em edições anteriores do festival – como The Strokes e Lana del Rey – e trazem algumas apresentações inéditas, seja no país ou no festival.
Assim sendo, separamos alguns álbuns que são indispensáveis para ouvir antes do Lolla!
Norman Fucking Rockwell!, da Lana del Rey
Coproduzido por Jack Antonoff, vocalista do Bleachers que já produziu discos como Melodrama, da Lorde; Masseducation, da St. Vincent; e Lover, da Taylor Swift; Norman Fucking Rockwell!, o aclamado sexto trabalho da estadunidense Lana del Rey, é o disco que comprova que a cantora é uma das maiores compositoras de sua geração.
Tendo como influencias o rock dos anos 70, o pop e o trip-hop já apresentados por Lana nos trabalhos anteriores, Norman Fucking Rockwell! foi escolhido como Álbum do Ano por diversas publicações especializadas em música (inclusive aqui no Audiograma) e também apareceu em posições de destaque em listas de Discos da Década.
Lana, uma das atrações mais esperadas no festival, é headliner do primeiro dia do Lollapalooza, juntamente com o Guns’n’Roses. Essa é a terceira passagem de Lana del Rey no país, após o show de 2018 no Lollapalooza e a Paradise Tour em 2013, que passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Destaques: “Hope is a dangerous thing for a woman like me to have – but i have it” é uma das melhores composições de Lana, refletindo sobre temas como religião e sua luta de contra o alcoolismo, ao mesmo tempo que homenageia a escritora Sylvia Plath. “The Greatest” segue pelo mesmo caminho, questionando a cultura atual enquanto faz referências à David Bowie (“‘Life on Mars’ ain’t just a song”) e ao rapper Kanye West (“Kanye West is blond and gone”).
Devem aparecer na setlist: A faixa título, “Norman Fucking Rockwell!”, “Venice Bitch”, com um solo de guitarra incansável, e “Doin’ Time”, cover do Sublime.
Father of the Bride, do Vampire Weekend
O novo disco do Vampire Weekend, lançado em 2019 após um intervalo de seis anos desde o lançamento de Modern Vampires of the City, se diferencia dos trabalhos anteriores ao buscar influências no folk, country e na música pop para falar sobre casamentos, juventude, temas existencialistas e renascimento.
O disco conta com participações de Danielle Haim, da banda HAIM, que canta em uma trilogia de músicas; e de Steve Lacy, que faz participações nas músicas “Sunflower” e “FlowerMoon”, além de colaborações não creditadas de Mark Ronson e BloodPop, colaborador de Lady Gaga e Justin Bieber, entre outros.
O Vampire Weekend toca pela primeira vez no Brasil com sua nova formação no dia 5 de abril, que tem como headliners a banda The Strokes e Gwen Stefani, vocalista do No Doubt.
Destaques: A trilogia de músicas em parceria com Danielle Haim é um dos pontos altos do disco, juntamente com “This Life”, que tem um refrão chiclete sampleado da música “Tonight” do rapper iLoveMakonnen.
Devem aparecer na setlist: “Bambina”, uma das músicas mais curtas do disco, deve abrir o show, enquanto “Harmony Hall”, com sua melodia positivista com toques de Grateful Dead, deve aparecer entre as faixas finais.
111, da Pabllo Vittar
Lançado em 1 de novembro de 2019, dia do aniversário de Pabllo Vittar, o EP trilíngue – primeira parte de seu novo disco – contém quatro músicas onde a cantora e seu time de produtores, conhecido por Brabo Music Team, exploram diversos gêneros musicais, indo do bregafunk popular atualmente no país à PC Music popularizada por Charli XCX, com quem canta em “Flash Pose”. Tudo isso sem nunca deixar as músicas nichadas ou acessíveis à apenas uma parte de seu público.
Pabllo faz a sua primeira aparição no festival em seu terceiro dia, domingo, 05 de abril.
Destaques: “Parabéns”, parceria com Marcio Victor do Psirico, é uma das grandes apostas para hit do Carnaval desse ano.
Devem aparecer na setlist: “Amor de Que”, sua atual música de trabalho, é presença indispensável, além das músicas de discos anteriores e as que em breve serão lançadas como parte dois de seu novo disco.
Is This It, do The Strokes
Is This It é o disco mais antigo dessa lista: lançado em 2001 pela banda nova iorquina, ele é considerado um dos clássicos da história moderna da música, e é o responsável por integrantes de bandas como Arctic Monkeys e Kings of Leon terem começado a se dedicar à música (Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys, faz referência à isso na abertura da música “Star Treatment”, do disco Tranquility Base Hotel & Casino).
Cantando sobre a vida e as relações formadas quando se vive em uma metrópole como Nova York em meio à melodias que remetem ao garage rock e ao indie rock, Julian Casablancas e seus companheiros de banda criaram um disco que é relevante mesmo após dezenove anos de lançamento, e, apesar dos lançamentos subsequentes da banda, segue sendo seu melhor trabalho.
Essa é a segunda vez do The Strokes no Lollapalooza e a quarta passagem da banda pelo Brasil. Eles não lançam um trabalho novo desde 2016, quando disponibilizaram o EP Future Present Past.
Destaques: A musicalidade britpop em “Barely Legal”, “Someday”, com sua letra fácil de ser memorizada, e a clássica “Last Nite”, primeiro hit da banda.
Devem aparecer na setlist: Apesar de sua extensa discografia e, portanto, diversas opções de músicas a serem tocadas, “Hard to Explain”, “Someday” e “Last Nite” são músicas que sempre são lembradas nas setlists dos Strokes.
Pop 2, da Charli XCX
A mixtape da inglesa Charli XCX mistura elementos da música pop e do synth ao uso do auto-tune e à participações de peso do cenário alternativo para criar, parafraseando a própria Charli, uma mixtape experimental, sem deixar de ser pop.
Com participações de Kim Petras, Brooke Candy, MØ e Tove Lo, Pop 2 segue sendo lembrado como um de seus melhores trabalhos, sendo escolhido pela Pitchfork para sua lista de melhores discos da década passada.
Charli canta no domingo, último dia do festival, em sua segunda passagem pelo Brasil.
Destaques: “I Got It”, parceira com as rappers Cupcakke e Brooke Candy, além de Pabllo Vittar; e “Backseat”, parceria com Carly Rae Jepsen.
Devem aparecer na setlist: “Track 10″, batizada assim justamente por ser a décima faixa da mixtape, e “I Got It”, que, com sorte, será cantada em parceria com Pabllo Vittar, já que as duas se apresentam no mesmo dia.
Quer mais informações sobre o Lolla? Então fique ligado em nosso especial com tudo o que você precisa saber sobre o festival, que acontece nos dias 03, 04 e 05 de abril, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.