Uma seleção de novos clipes é sempre uma boa pedida, não é mesmo?
Abrindo a nossa listinha, temos a banda paulista Capitão Nemo, que lançou no começo de dezembro um vídeo para “Princípio, Meio e Fim”, faixa que faz parte do mais recente EP do grupo, Ser o Mesmo.
A produção reúne imagens captadas durante turnê realizada pelo grupo em maio pelo nordeste e também de uma apresentação no Sesc. Com auxílio de amigos e diversos profissionais, a produção contou com a direção final de Leonardo Benaci. “A ideia de fazer o clipe surgiu quando fomos para o Nordeste, para nossa primeira turnê, onde ficamos imersos nesse clima de mar, de liberdade e também de fugir de nossos medos, o que tem muito a ver com a letra da música”, afirma o baterista Otávio Bacchin.
Além do Otávio, a Capitão Nemo conta com Bruno Razera (vocal), Denis Floriano (guitarra), Matheus Fagionato (guitarra) e Caio Mendes (baixo) em sua formação.
Cynthia Luz resolveu prestar um tributo para a cantora Cássia Eller. Na última terça-feira (10), foi lançada uma versão intimista para “Malandragem”, como parte do Creator’s Club, projeto da ONErpm.
“Eu tinha, há muito tempo, vontade de fazer um tributo com uma música que fizesse sentido para mim. Desde o início da minha carreira, me associavam às músicas da Cássia Eller, no sentido de impostação e rouquidão na voz. E eu fui cada vez mais me espelhando no trabalho dessas mulheres fortes”, diz Cynthia sobre a regravação. “Eu fico muito grata de cantar uma canção tão importante no cenário da música brasileira e que foi interpretada por uma mulher tão importante. É uma honra”, completa a artista.
Natural de Itajubá (MG), Cynthia Luz acumula mais de 95 milhões de visualizações em seu canal no YouTube, graças a alguns sucessos como “O Que Você Faz”, “Vai Partir” e “Era Uma Vez”, parceria com Zeca Baleiro. A regravação de “Malandragem” conta com arranjos de piano do produtor Rafael Paiola.
Em 2017 o Institution decidiu deixar o inglês de lado e lançou o EP Fragmentos Subversivos, contendo duas faixas cantadas em português. De lá pra cá, o grupo se dedicou à transição, entrou em estúdio e agora se prepara para o lançamento do álbum Ruptura do Visível, previsto pela gravadora Hearts Bleed Blue para o início de 2020.
Nesta quarta-feira (11), a banda divulgou os dois primeiros singles unificados em um único clipe. Dirigido por Murilo Amancio, as faixas “Memória Falha” e “A Queda” são as primeiras amostras do novo trabalho da Institution. A primeira delas é um retrato de algo recorrente no Brasil nestes últimos anos. uma classe média que cresceu vertiginosamente e não se reconhece mais como tal. “É sobre o proletariado oprimido que emergiu economicamente e que passou a se achar superior por ter obtido uma melhora de vida e de bens materiais, negando a si mesmo neste processo, uma vez que nega sua posição social, e negando seu próximo ao se colocar acima dele”, revela o vocalista Hélio Siqueira. Já em “A Queda”, a banda fala sobre as politicas públicas adotadas no país. “Ela fala sobre o modo como a violência é utilizada como ferramenta para a redução da violência social. É um ciclo cuja lógica apenas acentua a ineficácia do Estado, pois as transformações sociais estruturais importantes dão lugar a soluções punitivas e populistas. Vemos isso claramente nos abusos de poder por parte da polícia militar ou quando o governo propõe a liberação de armas para a população”, revela o vocalista.
Produzido por Rodolfo Duarte e Muriel Curi, Ruptura do Visível já está disponível em pré-venda em CD e LP pela HBBStore.com.
Por fim, temos uma das tradicionais bandas do underground carioca: a Unabomber fala sobre o caos social do Rio de Janeiro em “A Celebração da Peleja entre o Molotov e a Máquina”, o grupo canta a relação distópica entre modernidade e natureza cada vez mais atual.
Contrastando imagens de arquivo da internet com momentos da banda ao vivo, o clipe busca demonstrar os atuais conflitos entre o mercado, a produtividade e meio ambiente presentes na letra, criada por Ayam Ubrais Barcos. “É uma poesia política com metáforas. A máquina representa o sistema e o molotov é a consciência, de repente iluminada. O saber que se está dentro desse sistema e como ele funciona. A consciência, antes nas trevas, está incendiada, iluminada”, reflete o compositor.
O clipe conta com a direção de Alan Vieira e “A Celebração da Peleja entre o Molotov e a Máquina” integra o mais recente trabalho da Unabomber, o EP O Mal da Máquina Morre, lançado neste ano.