10) Thank U, Next, da Ariana Grande
Ariana Grande mal havia lançado o sweetener e promovido seus singles quando começou a preparar no estúdio o sucessor Thank U, Next. Dizem os fãs que a vibe Pete Davidson passou tão rapidamente pela vida da cantora que ela se sentiu determinada a dar um novo passo em sua carreira. E que passo! Mais um álbum #1, recordes nas paradas musicais e uma sonoridade chiclete que não sai do Spotify de milhões de pessoas. Os destaques são para a divertida “bloodline”, além de “Break up with your girlfriend, i’m bored” – que traz inclusive um trecho de “It makes me ill”, do álbum No Strings Attached, do N*Sync -, a viciante “7 rings”, “fake smile” e “NASA”. Vale a pena ouvir e assistir aos vídeos dos singles. Ariana é a nova queridinha do pop e não se espante se ela estiver entre as indicadas para o Grammy 2020 e levar mais um prêmio pra casa. [YC]
09) Madame X, da Madonna
Madonna mostra mais uma vez porque é um ponto fora da curva na indústria musical, mergulhando em um mundo latino com a mesma sagacidade do início de sua carreira e sem qualquer preocupação com a opinião alheia. No entanto, o ponto alto de Madame X está em sua forte mensagem política e social, algo que vemos com clareza em faixas como “Dark Ballet”, “God Control” e “I Rise”. Em seu décimo-quarto álbum, Madonna segue sendo ousada e fugindo de qualquer expectativa que possa se criar em cima de seu trabalho. Madame X é mais um registro marcante em uma carreira pontuada por êxitos!
08) Fine Line, do Harry Styles
Após um primeiro álbum com influências óbvias e perfeitamente calculadas de bandas de rock clássico tanto na sonoridade quanto nas letras, Harry Styles usa o seu segundo trabalho – Fine Line – para mostrar suas novas inspirações: rock psicodélico com solos intermináveis de guitarra e um ótimo apelo pop para falar sobre suas expectativas românticas e reflexões sobre como ele está sozinho. “Fine Line”, a faixa título, fecha o álbum com Harry dizendo que “vamos ficar bem”. Talvez a intenção de Styles fosse afirmar ao ouvinte que tudo vai funcionar, mesmo depois do fim de década bagunçada pelo qual o mundo passa, mas depois de tanto falar sobre como se sente sozinho, a frase parece mais uma auto afirmação de que, acima de tudo, ele ficará bem. [GC]
07) IGOR, do Tyler, The Creator
Ao abordar os estágios que compõem o inicio e o fim de um relacionamento, Tyler justifica a alcunha de “criador”, mostrando cada vez mais que o seu repertório é extenso. IGOR vai te instigar e fazer você se interessar por novos detalhes dele a cada ouvida, algo que já faz do disco um dos melhores não apenas de 2019, mas dos últimos anos. [RS]
06) Why Me? Why Not., do Liam Gallagher
Esse disco parece que veio para o Liam Gallagher se vingar, depois de muito ter sido apontado como o elo mais fraco da dupla que era o coração do Oasis, sempre comparado ao irmão Noel. Isso porque, apesar da boa banda Beady Eye que Liam montou após o fim do Oasis, os discos de Noel em carreira solo brilharam mais do que os dele. Mas, agora, com Why Me? Why Not., Liam resgata seu orgulho e oferece aos fãs sedentos por uma reunião da banda um som o mais próximo possível ao que era o Oasis. Muitos elementos de britpop, Beatles, anos 60, orquestrações, guitarras cheias de fuzz, baladas mais românticas, refrões explosivos e grudentos estão presentes nesse segundo disco solo dele. Liam alcançou a glória de novo, brilhou no Glastonbury de 2019 e bateu o recorde de single mais vendido do Reino Unido esse ano com “Shockwave”, canção que abre o disco. Ah, o álbum também ficou em primeiro lugar logo após seu lançamento, recebendo disco de prata já na primeira semana. Liam deve estar feliz. Não deixe de ouvir “Glimmer” e “Halo”. [BM]
05) Abaixo de Zero: Hello Hell, do Black Alien
Ex-Planet Hemp, Black Alien deu uma boa sacudida no hip hop brasileiro com seu primeiro registro solo, Babylon By Gus Vol. 1 – O Ano do Macaco, em 2004. Foi um álbum que marcou demais, divisor de águas e que influencia muita gente até hoje, com letras românticas, zilhões de referências inteligentíssimas e versos que parecem verdadeiras crônicas retratando a vida real de um jeito tão pessoal e malandramente carioca que só ele tem. O segundo, No Princípio Era o Verbo – Babylon by Gus, Vol. II, só veio 11 anos depois, rodeado de expectativas pelo retorno de Gus aos palcos; e o terceiro, para nossa alegria, não demorou tanto assim e chegou agora, com 4 anos de intervalo. Abaixo de Zero: Hello Hell, mantém o forte sotaque e estilo carioca de Black Alien (que ele não perde, mesmo depois de 20 anos morando em São Paulo), com flow e fôlego impressionantes, letras mais ácidas (“País das fake news”, de “Take Ten”) e som de jazz. Continuam as rimas geniais, a autobiografia, a filosofia, contemplação, reflexão e referências. Mas vem também mais maturidade, autoconhecimento, experiência, autocrítica e desabafos sobre a luta contra as drogas, um dia de cada vez, sempre em movimento, caindo e levantando, recomeçando (“Baby, o tempo é rei”, de “Carta Pra Amy”), mas sem ser chato e moralista. Nos volumes I e II, Black Alien observava o mundo à sua volta. Agora, ele observa a si mesmo. Sem participações, sóbrio, mais lúcido do que nunca, sem firulas, se olhando no espelho sem medo, buscando ser sua melhor versão, se cuidar e sobreviver (“Hoje cedo no Muay Thay de manhã. Em outros tempos só Deus sabe onde ia estar de manhã”, de “Take Ten”). Esse disco só veio pra reafirmar o que a gente já sabia: o cara é disparado um dos melhores rappers do mundo. [BM]
04) Help Us Stranger, do The Raconteurs
Foram mais de dez anos de espera para que o mundo tivesse a chance de ouvir um novo álbum do The Raconteurs e a espera foi bem recompensada com o Help Us Stranger. A banda continua exatamente de onde parou no Consolers Of The Lonely (2008), entregando doze faixas super interessantes, cheias de riffs e mostrando que nem sempre é preciso buscar inovação para atrair a atenção das pessoas, mas sim fazer um bom trabalho. [JP]
03) Dogrel, do Fontaines D.C.
Ainda que o streaming tenha tomado conta da minha vida, eu ainda mantenho o hábito de procurar artistas que estão sendo comentados por aí para ouvir. Logo no começo do ano, acabei me deparando com os irlandeses do FONTAINES D.C., uma banda que mescla punk rock, indie rock e post punk. Eles lançaram neste ano o seu primeiro álbum, Dogrel, e o trabalho tava recebendo diversas notas positivas por aí. Ao ouvir o registro de onze faixas, entendi o motivo: falando sobre a sociedade atual, a banda mostra composições de qualidade, além de um conjunto de melodias bem interessantes. Simplesmente incrível! [JP]
02) When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, da Billie Eilish
A cantora americana Billie Eilish lançou seu primeiro álbum e o antipop melancólico e sombrio foi bem recebido pelo público e pela crítica. O álbum de estreia da cantora norte americana é composto por 14 faixas e três delas já haviam sido divulgadas antes: “you should see me in a crown”, “when the party’s over” e “bury a friend”. Com uma sonoridade que remete bem a Lorde e Lana Del Rey, o resultado é incrível e brilhante. Impossível não se viciar e, como vimos durante o ano, é só a primeira amostra de como a Billie pode ir longe! [HF e JP]
01) Norman Fucking Rockwell!, da Lana Del Rey
Valeu a pena esperar quase um ano após o lançamento de “Mariners Apartment Complex”, primeira música a ser disponibilizada de Norman Fucking Rockwell, para ouvir o álbum completo. O trabalho de Lana Del Rey é o mais coeso desde Ultraviolence e não é à toa que atualmente possui avaliação 88 no Metacritic (Metascore). As favoritas dos fãs também são as faixas mais interessantes: “California” e “Love Song”. O incrível cover de “Doin’ Time” também é uma boa candidata a fazer parte da aba downloads do seu app de streams. [YC]
Textos: Bárbara Monteiro, Bárbara Silva, Gabrielle Caroline, Henrique Ferreira, John Pereira, Matheus Gouthier, Rahif Souza e Yuri Carvalho.
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