50) Jueves, do El Cuarteto de Nos
Capitalismo, desigualdades, inveja, poder e a polarização do mundo são só alguns dos temas abordados pelos uruguaios do El Cuarteto de Nos em seu décimo sexto registro de estúdio. Com nove faixas, Jueves segue firme a cartilha do Cuarteto: misturar rock, pop e elementos latinos para embalar as suas letras irônicas e diretas, formando um bom e divertido rock. Exemplos claros disso já podem ser ouvidos logo de cara com “Mario Neta”e “Punta Cana”, mas Jueves é interessante em todas as suas faixas… nada de novo para o El Cuarteto de Nos. [JP]
49) I Am Easy to Find, do The National
Em seu oitavo álbum de estúdio, o The National segue firme com o propósito de se mostrar diferente do que qualquer rótulo no qual tentam enquadrar o quinteto. I Am Easy to Findserve como uma celebração pelos vinte anos de banda, mas também mostra que os norte-americanos estão prontos para novos passos. Ao lado do produtor Mike Mills, o The National foge de qualquer fórmula, explora novos caminhos e se reinventa enquanto banda, se preocupando apenas com a beleza de suas músicas e entregando algo para se saborear com a devida atenção. [JP]
48) No Geography, do The Chemical Brothers
São trinta anos de carreira e, quando você pensa que o The Chemical Brothers não vai conseguir te surpreender, o duo britânico ri na sua cara e mostra porque é um dos maiores nomes da música eletrônica de todos os tempos. Em No Geography, Tom Rowlands e Ed Simons estão ainda mais afiados e te entregam muito mais do que você espera. É um álbum divertido e, mesmo que não seja o seu melhor trabalho, mostra a relevância e a importância que o The Chemical Brothers tem em uma cena onde cada dia surge um novo nome que julgam ser capaz de reinventar a roda. Pena que poucos são os que conseguem fazer o que Tom e Ed fazem. [JP]
47) When I Have Fears, do The Murder Capital
É post-punk que você quer? O ano de 2019 te oferece mais um excelente álbum do gênero lançado por uma banda de estreia. Os irlandeses do The Murder Capital liberaram em agosto o seu debut e When I Have Fears já chega enfiando o famoso “pé na porta” com uma sonoridade feroz e catártica. É difícil não se lembrar do IDLES ou do FONTAINES D.C.enquanto se ouve as dez músicas do registro, mas isso não é nenhum demérito. Muito pelo contrário. Toda a energia empregada pelo quinteto em faixas como “For Everything”, “Green & Blue”, “Slowdance I” ou “Feeling Fades” fazem do When I Have Fears um álbum marcante por si só. [JP]
46) RAMMSTEIN, do Rammstein
Após dez anos em silêncio, o Rammstein voltou em alto e bom som para provocar e fazer o que sabe de melhor. Carregando o seu nome, o sétimo trabalho de estúdio da banda alemã é simplesmente grandioso. Com letras instigantes e melodias agressivas, o Rammstein está cada vez melhor e isso fica provado por faixas como “DEUTSCHLAND”, “AUSLÄNDER” e “WEIT WEG”. Se o próximo passo da banda for tão bom quanto esse, tenho certeza que os fãs aceitarão esperar mais dez anos. [JP]
45) Ladrão, do Djonga
Em seu terceiro álbum, Djonga fala sobre a importância de valorizar suas raízes, e não se esquecer de onde veio. O álbum não foi feito para agradar os críticos, mas para a conscientização de quem essas mensagens estão direcionadas, o que também eleva seu valor. Sendo assim, o rapper consegue mais uma vez entregar um trabalho de altíssimo nível; LADRÃO transforma um estereótipo em discursos positivos, e confirma o porquê Gustavo pode ser considerado um dos maiores nomes da música nacional na atualidade. [RS]
44) Designer, da Aldous Harding
Em seu terceiro álbum de estúdio, a neozelandesa Aldous Harding é de um talento especial. Com nove faixas, Designer chega para comprovar que todo o sucesso obtido pela cantora com o álbum Party (2017) não foi por acaso. Ainda mais interessante, a novidade é bem detalhista em sua sonoridade, um indie folk gostoso de ouvir e que casa perfeitamente com a voz ora tranquila, ora marcante de Aldous. Vale também destacar as linhas de baixo que marcam o álbum do início ao fim. [JP]
43) Ode to Joy, do Wilco
O Wilco não é mais o mesmo e isso é muito bom. Em seu décimo primeiro registro de estúdio, a banda segue explorando novos caminhos. Ode to Joy conta com uma bela seleção de letras e melodias – a melhor da banda em quase uma década, se transformando em um trabalho que, praticamente, leu a mente dos fãs nos últimos anos. É um álbum capaz de te ganhar ao longo da sua jornada de onze faixas, com destaques para “Quiet Amplifier”, “Everyone Hides” e “We Were Lucky”. [JP]
42) Gold & Grey, do Baroness
Quatro anos após Purple (2015), os norte-americanos do Baroness lançaram em junho o seu quinto registro de estúdio. Gold & Grey contou mais uma vez com a produção de Dave Fridmann e o resultado é, para muitos, nada menos do que o melhor trabalho de estúdio da banda capitaneada pelo vocalista John Dyer Baizley. O trabalho ainda marca a estreia (em estúdio) da guitarrista Gina Gleason, que assumiu o posto em 2017. Acumulando elogios, Gold & Grey mostra uma maturidade e uma evolução musical acima da média e é candidato ao TOP 10 de várias listas de melhores do ano. [JP]
41) Two Hands, do Big Thief
O Bif Thief já era candidato a figurar em várias listas de fim de ano por conta do U.F.O.F., mas a banda resolveu ir além e lançar um segundo registro em 2019. Com dez faixas, Two Hands é honesto e consegue ser ainda mais marcante que o álbum lançado no primeiro semestre. Um trabalho simples, cru, realista, coeso e belo, com destaque para as faixas “Not”, “Forgotten Eyes”, “Wolf” e “The Toy”. Apenas ouça! [JP]
40) Purple Mountains, do Purple Mountains
Mais de uma década após o último álbum do influente Silver Jews, o grande David Bermanvoltava a ativa com um álbum belo e melancólico, daqueles que dialogam internamente com a gente já na primeira audição. Com letras ainda mais afiadas, Berman deixou claro através de faixas como “All My Happiness Is Gone” e “Darkness and Cold” que tinha muito a nos oferecer. Infelizmente, o álbum ganhou uma outra perspectiva pouco mais de um mês após o seu lançamento, já que o músico faleceu na última quarta-feira (07). Contudo, Purple Mountains fica como um belo capítulo final na obra de um cara simplesmente genial. [JP]
39) Strength In Numb333rs, do Fever 333
Uma mistura de rap e hardcore que há tempos não ouvíamos por aí. Isso é o Fever 333, um trio californiano que liberou em janeiro o seu álbum de estreia, Strength In Numb333rs. Produzido por Travis Barker e John Feldmann, o álbum foi lançado pela Roadrunner e conta com músicas interessantes como “Burn It” e “One Of Us”. É como se o Linkin Park e o Rage Against The Machine tivessem tido um filho capaz de fazer muito barulho. [JP]
38) Age of Unreason, do Bad Religion
Aquela máxima do “quanto mais velho melhor” cabe bem no Bad Religion. Com trinta anos de serviços prestados à boa música, a banda norte-americana de punk rock lançou em maio o seu décimo sétimo álbum, Age of Unreason. Com catorze faixas e pouco mais de trinta minutos, a banda não foge da polêmica e fala de temas atuais como as questões políticas ou a falência moral da nossa sociedade com letras afiadas e diretas. “My Sanity”, “Do The Paranoid Style” e “End Of History” são bons exemplos de como o Bad Religion ainda é muito relevante, sobretudo nos dias atuais. [JP]
37) Atlanta Millionaires Club, da Faye Webster
Conheci o trabalho fotográfico da Faye Webster no ano passado e, no começo desse ano, tomei um susto ao ver o seu nome em uma lista de álbuns que seriam lançados. Neste momento fui apresentado ao seu lado musical e, semanas depois, ao ouvir o Atlanta Millionaires Club pude comprovar uma coisa: essa norte-americana de 21 anos é muito mais talentosa do que eu acreditava que ela fosse. Em pouco mais de meia hora, Faye te impressiona com o seu folk-pop aliado a letras introspectivas, que mesclam melancolia com pequenas doses de humor. Uma trilha sonora perfeita curar finais de relacionamentos ou embalar a degustação de um bom vinho. [JP]
36) Any Human Friend, da Marika Hackman
Com quatro faixas iniciais bem marcantes, é difícil não gostar do indie-rock gostoso do novo álbum da Marika Hackman. Intitulado Any Human Friend, o terceiro registro da artista britânica já emula um Blondie com maestria em “The One”, uma das melhores faixas de sua carreira. Entre reflexões sobre a vida, aceitação, sexualidade e um coração partido, Marika constrói um álbum interessante do começo ao fim. Para embalar as letras, uma mistura de pop, rock, folk, sintetizadores e guitarras marcantes que colocam o álbum facilmente entre os melhores do ano. [JP]