Uma das bandas marcantes da música nacional colocará um ponto final em sua carreira: o Skank chega ao fim.
De acordo com o vocalista e guitarrista Samuel Rosa, a banda fará uma parada “sem previsão de volta” após uma turnê comemorativa de trinta anos de carreira que também servirá como a sua despedida.
Em conversa com a coluna da Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, Samuel afirmou que o principal motivo para que a decisão fosse tomada é a vontade de buscar novas formas de fazer música. “Ainda tenho pretensão de voltar a tocar com o Skank. Vislumbro isso lá na frente. Só que de uma outra forma, em outra circunstância, em algum projeto pontual”, afirmou o vocalista. “Nesse momento, para mim, a melhor forma de me surpreender e de surpreender as pessoas é fora do Skank”, completou Samuel.
Na ativa desde o início dos anos 90, os mineiros do Skank se tornaram um dos grandes nomes da música nacional e emplacaram diversos sucessos ao longo dessas três décadas. Formada por Samuel, Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria), o fim das atividades partiu de seu vocalista, que planeja lançar o seu primeiro trabalho solo em 2021. O vocalista não é o único que já sabe qual será o seu próximo passo na carreira: Henrique e Lelo já contam com um projeto que promete ser o carro-chefe da dupla daqui para frente. Ao lado do DJ e produtor Anderson Noise, eles formaram o Nie Myer, projeto que mescla jazz, bossa, eletrônica e pop. O grupo nasceu em 2016 e deve lançar o seu primeiro álbum em breve.
Para Samuel, fazer parte de um projeto como o Skank após três décadas acabou se tornando extremamente cômodo. “O Skank já não oferece mais riscos. É muito cômodo. Você repete muitas vezes com medo do novo, mas você não percebe que é nesse amparo que você está se sufocando”, afirmou. “Nesse sentido, várias bandas já morreram, mas nem sabem disso e continuam existindo”, diz ele.
Após ser questionado pelo repórter da coluna, o músico recomendou o mesmo para outros nomes da música nacional. “Eu poderia ser linchado pelo outros integrantes, mas se o Dinho [Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial] e o Rogério [Flausino, vocalista do Jota Quest] estivessem na minha frente, eu sugeriria também para eles um voo solitário”, revelou.
Ao longo da conversa, o músico também revelou a sua apresentação mais marcante e revelou que a turnê 30 Anos contará com uma grande coletânea que terá os 30 maiores sucessos da banda e uma faixa inédita, que promete ser a última por um longo tempo.