Quais foram os melhores álbuns lançados em outubro?
A nossa lista com alguns dos destaques do décimo mês do ano demorou mais do que deveria, mas finalmente chegou com trinta e três trabalhos nacionais e internacionais que resumem bem como outubro foi interessante musicalmente. Como você já deve estar acostumado, cada álbum escolhido pelo nosso time recebe uma mini-resenha visando explicar os motivos que os credenciam para essa seleção.
Entre os escolhidos, temos os novos trabalhos de Angel Olsen, Cigarettes After Sex, Emicida, Kanye West, Kim Gordon e Nick Cave & The Bad Seeds, além de outras coisas bem legais lançadas ao longo do mês.
Você confere abaixo a nossa lista com os 33 álbuns lançados em outubro que você deveria ouvir. É só dar play e ser feliz, fechado?
# Walk the Sky, do Alter Bridge
Em seu sexto álbum de estúdio, o quarteto norte-americano parece ainda mais distante do hard rock entregue em seu primeiro registro de 2004. Apesar disso, a sonoridade ainda se faz presente ao longo das catorze faixas do trabalho, mantendo a regularidade positiva que se espera do Alter Bridge. No entanto, o maior ponto de destaque acaba sendo a aproximação da banda ao chamado “rock de arena”, algo que fica claro em faixas como “The Bitter End” e, principalmente, “Godspeed”. Ainda que tenha registros melhores na discografia, o Alter Bridge entrega mais um álbum interessante e que agrada aos fãs. [JP]
# All Mirrors, da Angel Olsen
Leia a resenha completa do All Mirrors.
Com o seu novo trabalho, Angel consegue expressar uma nova faceta sem assustar quem já conhece o seu talento; na verdade, ao explorar novos horizontes musicais, ela confirma ser uma das mais talentosas artistas dessa década, colocando mais um álbum impecável na sua discografia. Além disso, ao entregar All Mirrors, Angel Olsen demonstra entender as dores e as complicações das relações da nossa existência. Um disco que sem dúvida merece ser ouvido, e que com certeza irá tocar você. [RS]
# As If It Were Forever, da Anna Wise
As colaborações com Kendrick Lamar e os dois EPs lançados criaram uma expectativa grande em torno da Anna Wise e, finalmente, a cantora lançou o seu primeiro álbum. As If It Were Forever é coeso e condensa bem todas as experiências que a norte-americana teve ao longo da carreira, resultando em um álbum interessante, ainda que irregular. Destaque para as faixas “Juice”, “Nerve” e “Count My Blessings”, que tem participação de Denzel Curry. [JP]
# Metal Galaxy, do BABYMETAL
O BABYMETAL segue no seu processo de dominação mundial. Bem produzido, Metal Galaxy leva o projeto capitaneado por Su-metal (Suzuka Nakamoto) e Moametal (Moa Kikuchi) para um outro nível. A banda segue mesclando o heavy metal com diversos elementos, absorvendo elementos eletrônicos, da música indiana e da música latina. Faixas como “Shanti Shanti Shanti”, “Night Night Burn!”, “Pa Pa Ya!!” e “Distortion” são alguns dos destaques do trabalho mais aventureiro do BABYMETAL até hoje. [JP]
# Juice B Crypts, do Battles
Simples e direto talvez seja a melhor forma de definir o Juice B Crypts, quarto álbum de estúdio do Battles. O agora duo norte-americano te faz mergulhar de cabeça em uma experimentação de sonoridade onde misturam diversos elementos, estilos e conceitos, sem deixar a animação de lado. É um álbum bem cabeça e metodicamente construído, mas bem divertido e que vale o play! [JP]
# Two Hands, do Big Thief
O Bif Thief já era candidato a figurar em várias listas de fim de ano por conta do U.F.O.F., mas a banda resolveu ir além e lançar um segundo registro em 2019. Com dez faixas, Two Hands é honesto e consegue ser ainda mais marcante que o álbum lançado no primeiro semestre. Um trabalho simples, cru, realista, coeso e belo, com destaque para as faixas “Not”, “Forgotten Eyes”, “Wolf” e “The Toy”. Apenas ouça! [JP]
# PANG, da Caroline Polachek
Em seu álbum de estreia solo, a norte-americana Caroline Polachek mostra que está mais do que preparada para trilhar o seu próprio caminho. Conhecida pelos trabalhos no Chairlift, a cantora mantém a sua pegada pop carregada por sintetizadores enquanto fala de amor de uma forma bem íntima e pessoal. Músicas como “Door”, “Parachute” e “Look At Me Now” evidenciam todo o cuidado com a produção de PANG, assinada pela cantora em parceria com Danny L Harle. Caroline combinou todos os bons elementos do Chairlift com a sua carreira solo – quando lançou álbuns usando os nomes Ramona Lisa e CEP – e o resultado é um álbum incrível. [JP]
# Cry, do Cigarettes After Sex
Se você é fã do primeiro álbum do Cigarettes After Sex, vai gostar ainda mais do segundo registro da banda capitaneada por Greg Gonzalez. Bem construído, Cry acentua ainda mais o Dream Pop feito pelo projeto e o resultado acaba sendo bem interessante. Com mais suavidade, as melodias embalam muito bem a voz de Gonzalez e, por mais que a abordagem nas letras seja basicamente a mesma de seu debut, o Cigarettes After Sex cumpre bem aquilo que se propõe a fazer. [JP]
# A Pill For Loneliness, do City and Colour
Se tem uma coisa que o Dallas Green sabe fazer é escrever letras e melodias que casam quase de instantaneamente e isso vai ficando cada vez mais evidente ao longo dos anos. Em seu sexto álbum, A Pill For Loneliness, a mente por trás do City And Colour mescla indie rock com folk de uma maneira bem interessante. Um dos grandes lançamentos do mês, o registro conta com 11 faixas e tem como destaques “Astronault”, “Song Of Unrest” e a bela “The War Years”. [JP]
# uknowhatimsayin?, do Danny Brown
Em seu quinto álbum, Danny Brown entrega aquele que, para muitos, é o seu melhor registro da carreira. Produzido por Q-Tip, uknowhatimsayin? é um trabalho mais focado e direto naquilo que se propõe, colocando o rapper de Detroit em um ponto cada vez mais distante do XXX (2012). Com onze faixas, o registro tem como destaques as faixas “Change Up”, “Theme Song”, “Dirty Laundry” e “Combat”, além de colaborações de Run The Jewels, JPEGMAFIA, Blood Orange e Obongjayar. [JP]
# Vols. 11 & 12, do Desert Sessions
Após uma longa espera, Josh Homme resolveu ressuscitar as adoradas Desert Sessions. Os volumes 11 e 12 chegaram em outubro totalizando oito faixas e uma extensa lista de convidados especiais que vão de Mike Kerr (Royal Blood) ao Billy Gibbons (ZZ Top), passando pelas incríveis Stella Mozgawa (Warpaint) e Carla Azar (Autolux), só para citar alguns. Homme coloca os seus convidados fora de sua zona de conforto e, no fim, tudo transcorre da melhor forma possível. É um registro que cumpre o seu principal objetivo: ser divertido, como uma boa reunião de amigos. [JP]
# Drik Barbosa, da Drik Barbosa
As expectativas geradas com o EP Espelho foram cumpridas com louvor por Drik Barbosa. A rapper lançou o seu primeiro álbum mesclando funk, dancehall, pop, R&B e rap de uma maneira suave e bastante interessante. Tudo isso embala as letras onde Drik versa sobre a luta da mulher negra pelo seu espaço em um Brasil marcado pelo patriarcado e pelo machismo. Com convidados de peso como Luedji Luna, ATTØØXXÁ, Karol Conka, Gloria Groove, Emicida e Rael, o álbum é mais um belo exemplo de como o rap feminino no Brasil está forte, criativo e merece o seu espaço. [JP]
# Giants Of All Sizes, do Elbow
O Elbow lançou um daqueles álbuns que a gente vai ouvir por muito tempo. Em seu oitavo registro de estúdio, a banda britânica busca novos elementos capazes de agregar valor ao seu rock alternativo já tradicional e fazem isso com maestria. No entanto, o destaque acabam sendo as letras, que falam sobre as mazelas atuais do mundo e, ao mesmo tempo, criam uma sensação de empatia e conforto no ouvinte. Ainda que seja menos divertido que anteriormente, o Giants of All Sizes tem músicas capazes de serem escolhidas como as melhores da banda em toda a sua carreira de quase três décadas. [JP]
# AmarElo, do Emicida
Sabe aquele álbum que extremamente necessário? Foi isso que o Emicida entregou com o seu novo registro de estúdio. AmarElo é um trabalho diferente de tudo o que o rapper já fez até então. Conversa com outros ritmos e apresenta uma leveza em certos momentos que são bem interessantes. Tudo isso de uma forma bem construída e, principalmente, sem perder a sua essência crítica e extremamente importante nos dias atuais. AmarElo é a prova de que Emicida é capaz de passar a sua mensagem, impactar e transformar ao mesmo tempo em que é leve, fala de amor e esperança. Já disse que é um álbum necessário, né? [JP]
# Everything Not Saved Will Be Lost – Part 2, do Foals
O Foals encontrou uma forma interessante de concluir o seu registro mais ambicioso em toda a carreira. Na segunda parte de Everything Not Saved Will Be Lost, a banda britânica capitaneada por Yannis Philippakis pega o trabalho exatamente onde ele parou e mantém o seu padrão ao longo de suas novas faixas. Ainda que seja o melhor registro do Foals até hoje, é difícil não pensar que o ENSWBL poderia ter sido lançado de uma única vez, de uma forma mais coesa e deixando algumas das suas vinte faixas totais de fora. É um bom conjunto e que merece ser ouvido mas, no fim, acaba pecando pelo excesso. [JP]
# YOU, do James Arthur
Vencedor do The X Factor em 2012, James Arthur traz nesse novo trabalho ótimas canções como vem fazendo ao longo de sua trajetória. Porém, dessa vez ele quis “impactar” e já trouxe a participação de Travis Barker, baterista do blink-182, na faixa título “You”. Com uma participação desta logo de cara não tem como um álbum desses dar errado não é mesmo? As canções que seguem mostram todo o talento e potencial vocal do cantor, além de um claro e significativo amadurecimento de James. You é um álbum cheio de possíveis hits, e esperamos que ele emplaque alguma canção desse ótimo álbum nas paradas nos próximos meses – inclusive, arrisco dizer que a faixa título é uma grande candidata para esse feito. Além dela, a briga de “hit a ser emplacado nas paradas” tem mais 4 fortes concorrentes: a baladinha sensível “Quites Miss Home”, “Finilly Fell Good”, “Threehouse” – um feat poderosíssimo com Ty Dolla $ign e Shotty Horroh – e a simpática “Sad Eyes”, faixa no melhor estilo Ed Sheeran. Em uma análise geral, é um bom álbum e, com essas participações de peso, pode trazer bons frutos e novidades para o cantor no próximo ano. [JS]
# ANTI-HERÓI, do Jão
É fácil se identificar com as letras presentes em ANTI-HERÓI, novo álbum de Jão. Todas elas abordam o fim de um relacionamento e toda a dor de isso pode causar. Todo mundo já passou por isso em algum momento da vida ou, fatalmente, vai passar no futuro próximo. Musicalmente, o álbum apresenta uma evolução quando comparado ao anterior, mas nada tão inovador. É um trabalho que acerta em cheio o coração dos fãs e serve para firmar o nome de Jão na cena musical nacional. Não é memorável, mas pode ser uma boa trilha sonora para curtir a sofrência. [JP]
# Surviving, do Jimmy Eat World
Outra ótima banda que andava sumida desde 2016 e resolveu dar as caras para a alegria dos nossos ouvidos! Surviving é um álbum que mantém uma continuidade e mostra a energia do Jimmy Eat World do início ao fim. Já nas duas primeiras faixas, dá pra perceber o cuidado que a banda teve ao construir acordes consistentes e bem trabalhados para as novas músicas. E claro, não tinha como esperar menos de uma banda como o Jimmy Eat World, que entrega um álbum tão gostoso de ouvir e que nos transporta diretamente para nossos velhos tempos de adolescência. Vale destacar que as canções “555”, “All The Way (Stay)” e “Recommit” merecem uma atenção especial. [JS]
# JESUS IS KING, do Kanye West
Leia a resenha completa do Jesus Is King.
Kanye West resolveu falar sobre crença, esperança no futuro e reflete bem as transformações psicológicas e pessoais vividas pelo rapper nos últimos anos. Podemos dizer que o rapper encontrou em “algo maior” uma força para seguir em frente e, independente da sua religião ou da ausência dela, é algo que precisa ser respeitado. Bem construído e com melodias interessantes, Jesus Is King é um álbum com uma produção impecável e prova o quanto West sabe o que faz quando está nessa posição. [JP]
# No Home Record, da Kim Gordon
Kim Gordon resolveu embarcar em uma carreira solo após quase quatro décadas de serviços (bem) prestados à música. Ao invés de se esconder no passado, a cantora e musicista mergulha em uma obra curta e direta, que questiona abertamente as mazelas da sociedade atual. Irregular, experimental, caótico, perturbador e envolvente são alguns dos adjetivos capazes de descrever o No Home Record e toda a atmosfera criada ao longo de suas nove faixas. Simplesmente apaixonante! [JP]
# Cheap Queen, da King Princess
Fazendo um indie-pop com elementos de soul e R&B, King Princess logo se tornou um nome a ser observado na música graças a singles como “1950” ou “Pussy Is God”. Bem produzido e com um casamento interessante entre melodias e os vocais de Mikaela Straus, Cheap Queen é um álbum que vale a pena ser ouvido, ainda que não cumpra toda a expectativa criada. Faixas como “Prophet”, “Ain’t Together” e “You Destroyed My Heart” deixam evidente o potencial de King Princess e como ela pode chegar longe. [JP]
# ~how i’m feeling~ [EP], do Lauv
Lauv lançou o EP ~how i’m feeling~, que conta com 6 músicas, dentre elas o sucesso “i’m so tired…” com Troye Sivan. Nesse registro, que em breve será um álbum completo e o primeiro do cantor, Lauv mostra um conceito interessante, onde existem várias personalidades diferentes que fazem o cantor ser quem ele é. Para o single “Sims”, o cantor lançou um curta onde explica o conceito do álbum, juntamente com o clipe da música. Lauv ajudou a compor todas as músicas do EP, que contam histórias da sua vida. Com um pop melódico e significativo que grudam na cabeça e uma letra que faz sentido, o jovem cantor vem conquistando cada vez mais espaço no mundo da música e esse EP chegou para mostrar isso. [AM]
# My Name Is Michael Holbrook, do MIKA
Como sempre, o cantor líbano-britânico nos surpreende e nos brinda com seu talento, apresentando um álbum rico em sonoridade e completo em todos os sentidos. Em My Name Is Michael Holbrook, MIKA traz a alta qualidade sonora que só um músico completo como ele pode nos entregar, misturando elementos de pop com música clássica e corais, mostrando toda sua pluralidade e destacando muito bem suas referências culturais, seja por sua nacionalidade ou pelos vários idiomas que fala fluentemente. É um álbum agradável de ouvir e a voz suave do cantor te faz viajar por horas a fio. As canções “Tomorrow” (que já ganhou sua devida versão em italiano “Domani”), o feat com Jack Savoretti intitulado “Ready To Call This Love”, “Dear Jealousy” e o hit “Ice Cream” – single de estréia desse álbum – merecem um destaque especial. [JS]
# COLORADO, do Neil Young & Crazy Horse
Mantendo a média de um álbum por ano nesta década, Neil Young resolveu retomar uma parceria que não lançava material inédito desde 2012. Ao lado do Crazy Horse, o músico norte-americano liberou o seu 39º registro de estúdio e COLORADO cumpre bem aquilo que se propõe. Não é inovador ou criativo, mas é um trabalho sincero e necessário, composto por letras que tratam de temas atuais como o aquecimento global. Tudo isso embalado por um bom rock capaz de satisfazer aos seus fãs. [JP]
# Ghosteen, do Nick Cave & The Bad Seeds
Ainda que Skeleton Tree (2016) tenha sido encarado como um álbum de luto, foi em Ghosteen que Nick Cave mergulhou fundo neste processo por conta da morte de seu filho. O álbum é pesado e devastador como o tema pede mas, ao mesmo tempo, consegue ser reconfortante. Isso talvez seja o mais surpreendente ao longo da audição. Não é surpresa que o Nick Cave & The Bad Seeds tenha lançado um álbum excelente, mas a sua simplicidade é algo tão marcante que, se você tem um coração, é impossível não se apaixonar. [JP]
# Wave, do Patrick Watson
Patrick Watson passou por um período conturbado e isso acabou gerando um álbum denso, melancólico e, ao mesmo tempo, esperançoso. Com dez faixas, Wave reflete os últimos anos do músico e o resultado é bonito, delicado e incrivelmente triste, rendendo momentos maravilhosos como a abertura “Dream for Dreaming”, “Strange Rain” e “Here Comes The River”. É um daqueles álbuns para embalar aquela noite triste e fria na qual você só quer a companhia de uma música boa e reconfortante. [JP]
# Hallucinations [EP], do PVRIS
O PVRIS traz um EP com muito da essência que a banda vem trabalhando ao longo de sua carreira, um som com um ar mais “sombrio” e, ao mesmo tempo, com influências oitentistas que aparecem seja por um acorde ou com a forte presença de sintetizadores nas músicas. Há uma ótima continuidade nesse EP, tanto em relação a interligação de uma música com a outra, quanto ao fato de que as novas canções não destoam dos álbuns anteriores, apresentando assim, uma mudança e um crescimento no som da banda, mas nada que seja drástico ao ponto de prejudicar a sua identidade.
O trio tem um estilo muito característico e, nesse EP, eles reforçam ainda mais essa sonoridade e suas claras referências na new wave. Isso pode ser visto inclusive, na faixa título “Hallucinations” e em “Death of Me”. Destaque especial para bela voz da Lynn Gunn e para a canção “Nightmare”. [JS]
# Pony, do Rex Orange County
Uma das atrações do próximo Lollapalooza Brasil, o Rex Orange County lançou neste mês o seu novo álbum. Terceiro álbum do britânico, Pony é um registro interessante e que mostra um indie pop muito bem feito por Alexander O’Connor. Com dez faixas, o registro ainda mantém o lado otimista e feliz apresentado nos álbuns anteriores, mas ganhou uma pitada de realidade e sofrimento, algo natural no processo de amadurecimento de quem completou 21 anos em maio. Destaque para as faixas “10/10”, “Always” e “Pluto Projector”. [JP]
# 2020, do Richard Dawson
Dois anos após Peasant (2017), o britânico Richard Dawson está de volta com um novo álbum de estúdio. Mesclando folk, psicodelia, art-rock com melodias mais pop, o músico entrega um registro rico em sonoridade enquanto fala sobre a vida moderna. Deixando o experimentalismo um pouco de lado, 2020 acaba se tornando o trabalho mais fácil de se digerir de Dawson até hoje. E isso não é demérito algum, é só uma forma de mostrar que um álbum pode ser mais simples e, ainda assim, grandioso. [JP]
# Kind, do Stereophonics
O velho e bom Stereophonics está de volta! E que bom, porque já estávamos com saudades de ouvir a voz de Kelly Jones e os belos acordes da banda depois de tanto tempo. Kind abre com a ótima canção “I Just Wanted The Goods”, resgatando a ótima sonoridade daquele Stereophonics lá de 2001, criando um cheirinho de nostalgia misturado com uma vibe mais atual e madura da banda. No álbum, percebe-se algumas boas influências de country e, claro, a interpretação sempre muito intensa de Jones é um show a parte. Apesar disso, o álbum perde um pouco da sua energia nas canções seguintes, e para quem não conhece o histórico da banda pode soar um tanto quanto cansativo. Mesmo assim, ainda vale a pena dar uma atenção especial para as canções “Bust This Town” e “Don’t Let The Devil Take Another Day”. [JS]
# Easter is Cancelled, do The Darkness
Em seu sexto registro de estúdio, o The Darkness segue entregando aquilo que todo mundo espera da banda: um hard rock com boas doses de metal farofa visando entreter e divertir o ouvinte. Easter is Cancelled não é aquele álbum de onde você espera muitas coisas, mas ele cumpre bem o seu papel. “Rock and Roll Deserves to Die”, “Choke On It” e “Live Till I Die” são bons exemplos disso. [JP]
# Vagabon, da Vagabon
Após ganhar o mundo com o Infinite Worlds (2017), muito se esperava da camaronesa radicada nos EUA Laetitia Tamko e o seu projeto Vagabon. Totalmente produzido por Tamko, o seu novo registro é daqueles que te ganham por completo ao longo de sua audição. Trocando as guitarras por mais elementos eletrônicos, Vagabon transita entre o indie/bedroom pop e o eletrônico, deixando claro todo o talento da multi-instrumentista e produtora. Com uma voz marcante, o álbum fica na sua cabeça graças a faixas como “Water Me Down”, “Wits About You” e “Every Woman”. [JP]
# Ode to Joy, do Wilco
O Wilco não é mais o mesmo e isso é muito bom. Em seu décimo primeiro registro de estúdio, a banda segue explorando novos caminhos. Ode to Joy conta com uma bela seleção de letras e melodias – a melhor da banda em quase uma década, se transformando em um trabalho que, praticamente, leu a mente dos fãs nos últimos anos. É um álbum capaz de te ganhar ao longo da sua jornada de onze faixas, com destaques para “Quiet Amplifier”, “Everyone Hides” e “We Were Lucky”. [JP]
Quer saber como foram os outros meses do ano? Não deixe de ver a nossa lista com os nossos álbuns preferidos de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro, além de dar uma olhadinha em nossa lista especial com os 60 melhores álbuns do primeiro semestre. Agora, se você quer se programar para os próximos meses, veja a nossa lista com os principais lançamentos previstos para o segundo semestre de 2019 no mundo da música.
Textos: Amanda Magalhães, John Pereira, Jullie Suarez e Rahif Souza.