A banda independente Der Baum, do ABC Paulista, está prestes a lançar um novo álbum e abriu uma campanha de crowdfunding pela plataforma Catarse para levantar fundos e ajudar no financiamento do projeto. O disco está sendo produzido pelo alemão Fabian Tormin, do estúdio Plätlin Mastering, de Hamburgo, que já trabalhou com a dupla The Kills e conheceu os brasileiros pela internet. “Ele mostrou um interesse genuíno e a parceria deu super certo. Agora, para podermos concluir o trabalho, precisamos finalizar as mixagens e a masterização das nove faixas”, conta Fernanda Gamarano, guitarrista e vocalista da Der Baum. “O valor é em euros e, morando no Brasil, com o real desvalorizado e a economia em uma péssima fase, precisamos de ajuda. Junto com as másters, também teremos clipes de quatro singles, e o valor disso entra junto no projeto”, explica ela.
Com três EPs e um álbum lançados, além de vários clipes incríveis, a Der Baum já tocou pelo Brasil todo e se consolidou como uma das bandas mais interessantes e criativas do país, aliando um som de inspiração anos 1980 muito dançante com pós-punk e alternativo sem parecer datado, sempre original. O single “Sai Daqui” que ganhou clipe com várias participações especiais (incluindo a Nosferótika e a Carol Navarro, do Supercombo), fará parte desse disco novo e vale muito a pena ouvir.
A campanha vai até o dia 31 de outubro e você pode ajudar clicando aqui. As recompensas para quem apoiar o projeto são muito bacanas, incluindo os básicos de sempre (CD, camiseta, adesivo, bottons) a brindes muito menos comuns, como a gravação de um single com produção, captação, mixagem e masterização feita pela Der Baum, um ensaio de fotos feito pela Fernanda, palhetas e baquetas personalizadas e até mesmo delícias veganas da “Fefas Massa”, empresa de comida congelada, marmitinhas e massas frescas da vocalista, que também é chef e foi destaque no programa Panelaço, do João Gordo!
Confira a entrevista exclusiva de Fernanda Gamarano para o Audiograma:
BM – Vocês lançaram um crowdfunding no Catarse para finalizar o segundo álbum, sucessor de Guarujá Nights. Como funciona isso?
FG – Isso mesmo! Funciona assim: o Catarse é um site de financiamento coletivo, onde qualquer pessoa que tem algum projeto musical ou não (porque lá tem muitos projetos de diferentes vertentes) que precisa de ajuda financeira, no nosso caso para o novo álbum, você pode ajudar com qualquer quantia a partir de R$ 10,00, e temos recompensas para cada valor! Assim que alcançar ou quase alcançar nosso objetivo vamos atrás de entregar as recompensas, sendo que cada uma delas tem uma data de entrega limite e é bem massa! Afinal, você não põe dinheiro lá sem ganhar nada! A gente quer que as pessoas tenham algo em troca da ajuda que estão dando, sabe?
BM – Esse novo disco é muito diferente do primeiro? Quais novidades podemos esperar?
FG – Eu acredito que sim! Ele está mais obscuro, eletrônico, mas sem perder a essência oitentista que temos! Mas posso dizer que esse álbum está mais introspectivo, pessoal, do fundo dos nossos corações (risos)! Eu tô gostando muito dele, porque a gente não tá se prendendo a modas, sabe? Estamos fazendo aquilo que gostamos!
BM – E como foi trabalhar com o Fabian Tormin? Por que escolheram ele para masterizar o disco novo?
FG – O Fabian surgiu de um jeito inusitado, ele entrou em contato na época em que estávamos gravando o Guarujá Nights ainda! Através de uma hashtag do Instagram! Ele disse que nos encontrou no insta e que trabalhava com masterização e tudo mais, e que já tinha trabalhado com o The Kills (eu parei de ler nessa hora que ele falou The Kills, quase caí da cadeira e até duvidei). Mas ele é super profissional, e escolhemos trampar com ele por conta de ter um ouvido diferente no som, e ter mais a ver com o nosso som, sabe? Casou bem, o cara é muito profissa, a primeira música já ficou muito foda e vamos até o fim!
BM – O primeiro clipe do primeiro single desse álbum novo é “Sai Daqui”. Por que chamaram a Carol Navarro? E os outros convidados, quem são e por que foram escolhidos? Qual o significado do vídeo?
FG – A Carol a gente gravou essa música com ela! Ela canta partes e tocou o baixo no refrão! Então era muito justo ela aparecer no clipe. Como a música fala de um relacionamento abusivo (de macho abusivo), nada mais justo chamar pessoas que se relacionam com isso. O Gustavo é nosso amigo querido lindo representando os gays no nosso clipe, a Nosferótika é uma digital influencer maravilhosa que ajudou muito a gente na divulgação, e a Caroleta lindona feminista representando muito bem a parte do “Ele Não”! Quem produziu foi a produtora Mondocão Filmes, que é de amigos nossos super profissionais! Adoro trabalhar com eles! A produção foi conjunta com a banda e a edição e captação de imagens por conta deles!
Máscara é o segundo single (e clipe) do novo álbum. Assista!
BM – Por que o nome da banda é em alemão e o que ele significa? Isso também foi um motivo de vocês terem decidido trabalhar com o produtor alemão de Hamburgo?
FG – O significado de Der Baum, literal, é “O Arvore”. Mas pra gente em português é “A Árvore” (risos). Eu e o Ian escolhemos esse nome em alemão para a banda por que não queríamos e não achávamos nomes legais em inglês e português. Como o Ian fala alemão, a gente foi caçando até achar um nome massa! Daí nasceu Der Baum! Na verdade, trabalhar com o Tormin foi coincidência, e a gente queria trabalhar com alguém de outro país para ver a diferença de ouvido também!
BM – O disco novo vai se chamar “DB – 26.04.93”. Por quê? O que significa essa data?
FG – Como nosso disco novo está mais obscuro e com bastante influência do Depeche Mode, ele ia se chamar Cura, mas acabou que tinha uma banda de amigos lançando disco com o mesmo nome, aí pensei melhor, pesquisei, e a capa como representa o Dr. Plague (da época da peste negra, que tinha os doutores praga) vimos que a música “Walking In My Shoes” do Depeche Mode era inspirada também na praga, e vimos a data que o single foi lançado. “D.B.” é abreviação de “Der Baum”, e a data nada mais é que a própria data de lançamento do single do Depeche Mode. Fica aí nossa singela homenagem a essa maravilhosa banda!
BM – O clipe de “French Fries” encerrou o ciclo do Guarujá Nights, certo? Ele é lindo, imagens incríveis do centro de São Paulo, uma baita estética e é muito bem produzido, conta até com imagens de drone. Como fizeram?
FG – Sim, ele encerrou o ciclo festivo do Guarujá Nights (risos). Fizemos em parceria com a Carol Fernandes, que dirigiu o clipe! O drone a gente conseguiu com um colega, o Carlos Bertozo, que fez as honras de deixar o clipe massa com essas cenas! E o carro também foi emprestado, o maravilho Scort XR3 do Vagner Chingotti! Queríamos passar a ideia de fim de rolê em São Paulo. Afinal, quem nunca parou no Estadão para comer aquele lanche pós balada? Foi exatamente no centro da cidade que filmamos! Amamos SP!
BM – Houve alguma alteração na formação da banda nessa nova fase de gravação do segundo álbum?
FG – Na verdade, antes do Guarujá sair já tínhamos trocado de formação, quando a Vanessa Gusmão assumiu o baixo! E estamos com ela desde então.