Em sua primeira entrevista para o Audiograma, no início deste ano, Djonga preparava o seu terceiro álbum de estúdio. Hoje, com Ladrão já lançado, o artista que possui crescente projeção se tornou um clássico instantâneo para nossa música.
O rapper é, sem dúvidas, um dos melhores exemplos da nova safra de artistas brasileiro, que, impulsionados pelas possibilidades do streaming e da experimentação viabilizada pelo formato independente, trouxeram inovação a um mercado até então dominado por fórmulas óbvias.
Na quinta edição do Festival Sarará, sediado em sua cidade natal, Belo Horizonte, Djonga convidou o veterano Mano Brown para o palco. Nos bastidores, mandamos duas perguntas para os artistas e o resultado você confere aqui.
# Qual a diferença entre o Djonga de O Menino que Queria ser Deus e o Djonga de Ladrão?
DJG: Maturidade, né? Eu acho que já é outro processo. Eu sou um cara que, sei lá, cada ano mais velho, a gente muda um pouquinho, sacou?! E eu acho que a maior diferença real mesmo é que a gente vive outro momento no nosso país. ‘’O Menino que Queria ser Deus’’ a gente tava na expectativa do que ia acontecer, é ou não é, Brown?! Quem que ia ganhar eleição, como que iam andar as coisas… O ‘’Ladrão’’ a gente já… A merda já tava feita! sacou? A seriedade é outra, o papo é mais reto, menos festinha, mais pra fazer a gente pensar um pouquinho no que a gente fez.
# Como é ter duas diferentes gerações do rap nacional dividindo o mesmo palco?
MB: Eu sou fã do Djonga, nem vejo essa coisa de geração pra falar a verdade. A gente tá no mesmo “BM”. Eu admiro ele e tô no mesmo “BM” que ele. É possível ser contemporâneo e tal, e se admirar e se respeitar de verdade.
DJG: E eu acho é que o mais louco é que o Brown é um cara que tá no tempo, tá junto com a gente, tá fazendo as coisas no tempo, não ficou pra trás não, sacou? Rimar numa música com ele ou rimar com um cara novo, a responsa é mais sinistra ainda quando é com ele.
Atualmente, Djonga segue pelo Brasil com a turnê de divulgação de seu mais recente álbum. Já Mano Brown dividirá palco com o lendário Bootsy Collins na primeira noite de Rock In Rio e, além dos shows solo, segue em turnê com o Racionais MCs comemorando os trinta anos do grupo.