Fallen é relativamente antigo, mas continua presente nos nossos corações.
Tem dias que tudo que a gente quer é um álbum que reflita nossa tristeza. Um disco pra colocar a cabeça na janela do ônibus enquanto passamos por uma paisagem chuvosa. Contudo é um dia de calorão e o ar-condicionado do ônibus está quebrado. Felizmente — com o perdão da antítese —, há uma gama de álbuns notáveis para nos lembrarmos.
O túnel do tempo faz a primeira parada em 2004. A MTV televisionava exaustivamente uma mulher andando na parte externa de um prédio. Talvez ela sobrevivesse graças ao rapaz boa pinta que a ampara, mas ainda assim cai da construção (e meu eu criança ficou chocada com isso). Aposto que foi aí que muita gente ouviu falar de Evanescence pela primeira vez, com o hit atemporal — e muito apreciado em karaokês — “Bring Me To Life”.
Nossa segunda parada nos leva para o ano anterior, 2003, ano de lançamento do álbum de estreia da banda, Fallen. Talvez não fosse exatamente apropriado para crianças, mas certamente é um álbum que marcou a passagem dessa etapa para a adolescência de muitos, a começar pelos outros três singles que abrem o álbum: “Going Under”, “Everybody’s Fool” e “My Immortal”. Músicas que me impactaram na infância pelo teor “pesado”, pela estética visual dos seres em “Going Under”, a conversa no banheiro em “Everybody’s Fool”, o preto-e-branco em “My Immortal”. Coisas que ficaram na minha cabeça por muito tempo e até hoje penso nisso!
Mas Fallen é realmente um bom álbum?
Vez ou outra o álbum volta à minha playlist, independente do momento. Muita coisa mudou nesses 16 anos, porém a introspecção de Amy Lee continua atual e presente. Conversa cada vez mais com o tempo em que transtornos psicológicos são falados abertamente.
As músicas do álbum possuem um tom sufocante, entre o gótico e o metal alternativo. Um som bem característico que rompeu com esses dois gêneros e se tornou pop (de popular mesmo). É incrível relembrar o que o início dos anos 2000 trouxe para o mundo musical. Dentre as faixas que mais gosto do álbum, estão “Tourniquet”, “Imaginary” (que tem um diálogo muito forte entre si e mostram bem a personalidade de Fallen) e “Everybody’s Fool”.
São 11 faixas — e uma bônus — excelentes e bem produzidas, muito apreciadas pelos emos de todo mundo (haha). Vale a pena salvar no Spotify e ter na estante de discos!