A organização do Lollapalooza Brasil será denunciada pelo Sated-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo) por recrutar trabalhadores em situação análoga à escravidão.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a denúncia será feita ao Ministério Público do Trabalho e se baseará nas revelações feitas em matéria publicada pelo jornal no último dia 06 de abril, na qual moradores de rua revelam que foram recrutados para montagem dos palcos e estrutura do festival, trabalhando por 12 horas e recebendo R$50.
De acordo com a CLT, o salário pela jornada de um dia de trabalho, de 8 horas, seria de R$38,80. Com o pagamento de horas extras, por 12 horas, o salário ficaria em torno de R$68.
As denúncias relacionadas ao Lollapalooza Brasil não são uma novidade. No ano passado, a produtora T4F também foi acusada de empregar trabalhadores em situações vulneráveis, sem qualquer tipo de contrato e sem fornecer um ambiente de trabalho com banheiros.
Através de nota oficial, a T4F informou que sempre prezou pelo respeito às normas legais aplicáveis para contratação de prestadores de serviços e que as acusações são infundadas.
“Para todos os eventos que produz e promove, a T4F busca contratar prestadores de serviços regulares e especializados, remunerados de acordo com padrões de mercado. A matéria jornalística que trata de possível denúncia pelo Sindicato de Artistas e Técnicos – “SATED” – sobre suposto “recrutamento de pessoas em situação de vulnerabilidade na montagem de palcos” não tem fundamento e nem respaldo probatório. O próprio SATED afirmou na reportagem que sequer fiscalizou previamente as montagens do evento, o que torna a denúncia vazia”, afirmou a produtora.
Realizado no último fim de semana, o Lollapalooza Brasil reuniu 246 mil pessoas no Autódromo de Interlagos. Os ingressos variavam de R$360 a R$3450, dependendo do tipo de entrada escolhida.