30) Black Panther OST
É bem interessante ver como a trilha de Pantera Negra casa perfeitamente com a produção lançada pela Marvel neste ano e, ao mesmo tempo, vai muito além de um “pano de fundo” para a história do herói de Wakanda. A trilha sonora capitaneada por Kendrick Lamar faz um recorte bem interessante da música negra, mostrando diversas sonoridades, vozes, referências e conceitos que se mesclam de forma interessante, tornando o registro bem plural. E sem deixar de ser político, como “King’s Dead” não nos deixa mentir.
29) KOD, do J. Cole
O menino Jermaine cresceu. Depois de se voltar para sua adolescência e seu lugar no mundo em 2014 Forest Hills Drive, e refletir sobre a mortalidade e paternidade em 4 Your Eyez Only, J. Cole veio jogando bombas e verdades sobre a vida e a realidade do homem negro americano em KOD – e mais uma vez sem features! É um disco daqueles pra ouvir com atenção e sentir o impacto por um bom tempo depois da audição. Afinal, um título que pode ser lido como Kids on Drugs, King Overdose, e Kill Our Demons já te diz logo de cara o quão complexo ele pode ser.
28) K.T.S.E., da Teyana Taylor
Vocais maravilhoso e uma mistura interessante de soul e R&B. É assim que Teyana Taylor chega com o seu aguardado – e curto – novo álbum. K.T.S.E. (Keep That Same Energy) tem oito músicas e apenas vinte e dois minutos, mas é o suficiente para mostrar uma pessoa mais madura, ciente dos desafios de sua jornada enquanto cantora, modelo, mãe, simbolo sexual, esposa e, principalmente, mostrando que nenhum desses rótulos devem ser encarados como obstáculos para a sua vida. Bons momentos estão garantidos com as faixas “Gonna Love Me”, “Hurry” e “Never Would Have Made It”.
27) Taurina, da Anelis Assumpção
Inspirado pelas histórias vividas nos últimos anos, Anelis Assumpção lançou neste ano o seu terceiro trabalho de estúdio. Taurina é provocativo e encantador ao mesmo tempo, prendendo o ouvinte em suas letras e ritmos que acabando fugindo da convencionalidade. Com altas doses de metáforas e ironias, como a incrível “Chá de Jasmim” não nos deixa mentir, o disco é um dos grandes destaques nacionais de 2018.
26) Deus é Mulher, da Elza Soares
Deus é Mulher é provocativo desde o seu título e não poderia ser diferente. Elza Soares flerta com o rock, é feroz e tem em seu discurso um pouco de todos os temas tão debatidos no Brasil nos últimos anos. Intolerância, repressão e a polarização social e política são abordados, mas o foco principal ainda é a mulher, a alma feminina e como ela se faz presente em todos os temas. É um disco inteligente e certeiro, como não poderia deixar de ser.
25) Palo Santo, do Years & Years
Palo Santo fala de sentimentos e experiências humanas que, por mais que digam muito a respeito de seu principal compositor, Olly Alexander, acabam criando também um vínculo e identificação com o ouvinte. Tudo isso embutido em um pop bem produzido, sintetizadores gostosos e bem formatado graças a um time de produtores que conta com Greg Kurstin, Steve Mac e Mark Ralph. O resultado é um disco dinâmico e que não se perde ao longo de suas catorze faixas.
24) Kids See Ghosts, do Kids See Ghosts
Um excelente disco que carrega as marcas distintas de seus dois criadores, Kids See Ghosts é um retrato perfeito de quem Kanye West e Kid Cudi são – tanto em suas figuras públicas quanto como artistas. Com a produção distinta de West e os vocais sombrios e melancólicos de Cudi, os dois rimam sobre suas doenças mentais, medos e incapacidades de conexão com o mundo exterior. Apesar de fazer parte do projeto saído de Wyoming, de Kanye West, a única coisa que pode empalidecer o sucesso deste disco é o timing que o trouxe tão perto de ye. Com temáticas e produções um pouco similares, e com as frequentes aparições de Cudi em ye, em determinados momentos o ouvinte pode ter a sensação de que “hmmm, acho que essa música era do ‘ye’, cortaram e veio parar aqui, hein…”. Mas dada a qualidade de tudo o que foi produzido por lá, isso dificilmente chega a ser um demérito.
23) God’s Favorite Customer, do Father John Misty
Um ano após Pure Comedy, Father John Misty está de volta com um novo e interessante álbum. God’s Favorite Customer é simples e direto no seu objetivo: falar sobre uma relação a dois, no caso a de Josh Tillman e a sua mulher. Por isso, não tem muitas frases sarcásticas, não tem versos sobre o mundo perdido ou sobre o conservadorismo. O que temos é um cara tentando se fazer compreender, mesmo que para isso ele precise se transformar em uma pessoa vulnerável.
22) Pilgrims, do Stoned Jesus
Os ucranianos do Stoned Jesus lançaram em setembro o seu quinto trabalho de estúdio, o primeiro em três anos. Um dos bons nomes do Stoner Rock, a banda lançou um interessante Pilgrims, registro composto por nove faixas e que conta com aquele som já tradicional da banda. No entanto, o destaque acabam sendo as experimentações que aparecem ao longo das canções, mostrando que a banda está aberta para novidades. Um dos destaques é a boa “Water Me” e seus quase dez minutos de duração.
21) Caution, da Mariah Carey
O décimo quarto álbum de estúdio de Mariah Carey transita entre o passado e o presente de sua carreira sem deixar a peteca cair. Com composições bem sentimentais, Caution mostra a versatilidade de Mariah, mesclando uma sonoridade atual com momentos que transportam o ouvinte para os anos noventa. Além dos singles divulgados, bons destaques do registro ficam por conta de “Giving Me Life” e “Portrait”, canção que fecha o álbum de uma forma bem interessante.
20) The Pains Of Growing, da Alessia Cara
The Pains of Growing foi lançado em novembro e o segundo álbum da canadense Alessia Cara mostra uma sonoridade que intercala blues, R&B e pop, num projeto muito pessoal e intimista. Cara tem uma certa reclamação dessa maturidade que está chegando e é perceptível claramente nas letras deste álbum. “7 Days” é, segundo a jovem, uma conversa com Deus; “Comfortable” é sobre estar confortável em um relacionamento; “Growing Pains” é o reflexo de como doí crescer; e “I Donʼt Want You” fala sobre o fim de um relacionamento.
19) Heaven and Earth, do Kamasi Washington
Quando se fala em Jazz atualmente, é impossível não lembrar de Kamasi Washington e olha que ele lançou neste ano apenas o seu segundo trabalho de estúdio. É difícil não tecer elogios ao Heaven and Earth, trabalho duplo que mostra todo o potencial de Kamasi e do seu trabalho, que consegue ser fiel ao Jazz sem parecer datado. É um álbum extremamente criativo, que carrega pitadas de afrobeat e funk capazes de deixar o trabalho vibrante em um ponto e totalmente intimista e singelo em outro. É uma obra que vai ser lembrada por muito tempo!
18) Forever Neverland, da MØ
Com participações de Charli XCX, Diplo e What So Not, MØ lançou neste ano o seu tão aguardado novo álbum de estúdio e Forever Neverland não decepciona. É um disco que dialoga com os trabalhos anteriores da cantora, tem um olho no futuro e, principalmente, busca trazer mais pessoas para o seu fandom. Com boas composições, batidas interessantes e alguns momentos especiais – caso de “Trying To Be Good”, por exemplo -, o álbum se mostra um grande acerto na carreira da dinamarquesa.
17) High as Hope, do Florence + The Machine
O quarto álbum de estúdio do Florence + The Machine não é para aventureiros. High As Hope praticamente te obriga a conhecer previamente o trabalho feito por Florence Welch e companhia. O conceito de “culto” criado em torno das músicas se torna ainda mais forte e High As Hope não mostra grandes variações na sonoridade da banda e, talvez, esse seja o ponto alto do álbum: ele funciona como fechamento de um ciclo, quase como uma reflexão de Florence sobre tudo o que já lhe aconteceu na vida. Tudo isso com uma carga de drama e melancolia, como já era de se esperar.
16) Dream Wife, do Dream Wife
Lançado em fevereiro, o álbum de estreia do trio britânico Dream Wife parece uma grande mistura de bandas como Sleater-Kinney, Warpaint, Yeah Yeah Yeahs ou Le Tigre. Todas as referências se mostram presentes ao longo das onze faixas do trabalho, que vem carregado de uma energia contagiante do início ao fim. Faixas como “Fire”, “Kids” e “Love Without Reason” são marcantes e mostram todo o potencial da banda formada por Alice Go (guitarra), Bella Podpadec (baixo) e Rakel Mjöll (voz). E ainda tem “Somebody”, cuja sonoridade nos transporta para os bons tempos de The Strokes e seus primeiros álbuns.