Vocês estão preparados para ouvir o som de hoje? Já vou avisando que ele vai fazer você dançar pelas ruas da sua cidade.
A dica da Neo-Música de hoje é o Pedro Guinu e, ao mesmo tempo em que ele te coloca para dançar, te faz se apaixonar pelas coisas simples da vida. Sabe quando você coloca uma música para ir para casa e ela se encaixa de uma forma linda no momento, quase como uma trilha sonora?
Foi dessa forma que fui apresentada a “Calado”, a trilha da minha rotina logo pela manhã, no ônibus vazio, pensando na vida e olhando pela janela enquanto uma chuva forte caia lá fora. Quase um roteiro de cinema. É de ser apaixonar, não é? Só faltou entrar o amor da minha vida no ônibus e me olhar como se não quisesse nada, mas precisamos lembrar que a vida não é um filme, não é mesmo?
Outra música muito envolvente do Pedro e que me faz dança na rua – ou melhor, onde for – é “Quero Ver”. Ela tem uma letra que acaba falando muito sobre mim e os meus amores do passado, deixando aquela saudade de algumas pessoas que, mesmo me fazendo triste por terem saído da minha vida, me faz ter saudades dos bons momentos, daquelas risadas fora de sentido, do abraço logo de cara e da sintonia que existia.
Por sua vez, “Cheiro de Lira” é uma daquelas músicas que me faz ter vontade de ficar a noite acordada olhando para o céu e sorrindo de felicidade.
A raiz é MPB com a forte influência do jazz, neosoul e HipHop. Essa é a base do som de Pedro Guinu, um pianista, tecladista, cantor, compositor e produtor musical que lançou em novembro do ano passado o seu álbum de estreia, Guinu.
Mineiro de Teófilo Otoni e radicado na zona norte do Rio, Pedro mostra toda a abrangência do seu trabalho, conquistada ao longo de 20 anos trabalhando com música nas noites do Brasil e do mundo.
Crescendo em um ambiente musical, Pedro acabou muito influenciado pelos seus tios a tocar teclado. Na adolescência, já tocava nos bares da cidade do Vale do Mucuri-MG e, em 2002, se mudou para Belo Horizonte onde se apaixonou pelo jazz e pela música instrumental.
Lançado em novembro de 2017, o primeiro álbum de Pedro Guinu conta com oito faixas inéditas. O seu processo de produção foi um mergulho profundo do músico no seu homestudio, unindo toda a sua influência da música brasileira, afro-norteamericana com a estética das jams sessions e do improviso.
As letras abordam as diversas relações amorosas – o afeto entre pessoas, as paixões que surgem na vida e o desejo da conquista. Musicalmente, Guinu é bastante diverso com referências do soul/funk norte americano como Stevie Wonder e Herbie Hancock, do pop/rock brasileiro como Guilherme Arantes, do instrumental jazz/funk brasileiro da Banda Black Rio, da MPB de Gilberto Gil e Djavan.
A deliciosa sonoridade pop emerge da complexidade harmônica por trás de toda simplicidade e beleza do som, fazendo de Guinu um álbum convidativo e aconchegante. Um alento aos ouvidos mais atentos.
E aí, gostou do som do Pedro? Não deixe de acompanhar o trabalho através de seu site.