A guitarrista e violonista americana Kaki King voltou para o Brasil em março para uma série de shows em São Paulo, pelo SESC, que foi um sucesso. Kaki é a simpatia em pessoa e foi um amor com os fãs, além de entregar um espetáculo de altíssimo nível.
O show The Neck Is a Bridge To The Body, que ela está apresentando em todo o mundo, é uma performance que mistura sua virtuosidade no violão elétrico a projeções de vídeo no instrumento, nela mesma e em um telão no fundo do palco que vão criando ambientes e climas, além de contar histórias.
As projeções são feitas ao vivo por Max Reuben Bernstein, engenheiro de vídeo que acompanha Kaki em cima do palco, em um cantinho lateral, super atento e ativo durante todo o espetáculo. Os vídeos são lindos, cheios de cores, texturas e animações que transformam a performance de Kaki, fazendo com que a plateia seja imersa em atmosferas diferentes e prendendo a atenção do expectador para além da habilidade dela no instrumento. Não à toa, esse show com videomapping ao vivo foi produzido em colaboração com o estúdio Glowing Pictures, que também trabalhou com artistas como David Byrne, Brian Eno, Beastie Boys, Animal Collective e TV On The Radio.
Kaki tem 13 anos de carreira e 9 discos autorais lançados, além de ter feito outros trabalhos musicais e trilhas sonoras de filmes, como o Into The Wild, de Sean Penn, junto com o Eddie Vedder (Pearl Jam). Em 2006, a revista Rolling Stone nomeou Kaki como “Guitar God”, sendo a primeira vez que uma mulher ganhava o título. Para quem não conhece, realmente a habilidade de King na guitarra e no violão é impressionante:
Ela usa muito técnicas percussivas, como o “tapping”; e afinações diferentes, além de um dedilhado muito rápido e da mistura de dois ou mais tempos diferentes. Kaki inclusive inventou um aparelho chamado “Passerelle”, tipo de arco ou ponte móvel de metal que transforma a sonoridade de um instrumento de 6 cordas para que soe como um de 12 cordas e que produz uma sonoridade parecida com o koto japonês ou o guzheng chinês. A ferramenta, que é produzida de forma artesanal, foi desenvolvida por ela em parceria com a luthier Rachel Rosenkrantz. GIRL POWER!
Para esse novo espetáculo, King, que sempre foi morena, apareceu com os cabelos platinados, toda vestida de branco, com um violão também todo branco, óculos escuros de armação branca, palco todo branco. Entrou, sentou e não falou uma palavra. As luzes se apagaram e a mágica começou, com ela tocando incrivelmente e as projeções. O ponto alto do show foi uma música em que a própria guitarra falava e contava sua história de vida, com um vídeo hilário passando no telão. Ao final do show, Kaki parou com a interpretação séria, tirou o óculos, abriu um baita sorriso, pegou o microfone e conversou com a plateia cheia de simpatia, arrancando risadas do público e voltando para um bis. Ela também pediu para o pessoal esperar na banquinha de CDs ao final do show, porque queria atender a todos pessoalmente. Tem como não amar?!
Ela já tinha tocado no Brasil em 2011 e 2012, também pelo SESC de São Paulo. Em 2018, os shows aconteceram nos SESCs Ribeirão Preto (16/03) 24 de maio (17 e 18/03, na unidade nova que fica bem no centro de São Paulo, ao lado da Galeria do Rock e do Teatro Municipal) e Jundiaí (20/03). Espero que Kaki volte sempre. É uma querida e o show é inesquecível!
In The Beginning
Thoughts Are Born
Notes and Colors
Oobleck
Anthropomorph
The Surface Changes
Trying to Speak I
Trying to Speak II
Carmine St.
Roaming Guitar
It Runs and Breathes
Battle is a Learning
We Did Not Create The Instrument, The Instrument Created Us
Vídeos: TED e Kaki King