A cantora Taryn, dona da famosa voz da canção “Livre Estou”, versão em português do hit “Let it go” do filme Frozen, mostra sua versatilidade musical na segunda edição do Barra Blues Festival, evento que começa hoje e vai até domingo no Rio de Janeiro, no estacionamento do Hilton Barra.
Será dela o show de encerramento do festival que conta com agenda de shows repleta de blues, jazz e rock. Taryn conversou com o Audiograma para contar um pouco sobre sua carreira, o jazz no Brasil e, claro, como rolou o convite para regravar o clássico da Disney.
Como foi o convite para interpretar o clássico “Let it go” no Brasil?
Foi uma tremenda honra receber esse convite da Disney para interpretar a Elsa, protagonista do filme Frozen, essa princesa que já prometia ser um grande sucesso mas superou todas as expectativas. A canção foi um estouro! Eu já trabalhava para Disney desde 2002 como dubladora, cantora e atriz em várias das produções. Eu me senti muito honrada e abençoada por confiarem em mim para interpretar esta canção de tamanha importância.
Apesar de brilhar no mundo da Disney, seu trabalho é totalmente voltado para o blues e o jazz, como tudo aconteceu?
Em meados dos anos 70, meu pai fundou a Rio Jazz Orquestra e já nasci neste ambiente de muito jazz, blues e de todas as vertentes que vieram da música negra, o soul music, o rock clássico e a bossa nova. Eu acredito que o ambiente faça a pessoa e eu não poderia ter nascido em lugar mais inspirador para desenvolver o trabalho que eu desenvolvo hoje. Meu pai me mostrou cada vinil, cada diva do jazz, cada instrumentista, a importância de cada um, e isso ficou dentro de mim. Ele partiu e sigo em frente com esse legado, cantando o blues e o jazz, porque acredito que essa seja a minha verdade. Eu realmente faço os maiores festivais do Brasil dedicados a estes gêneros e acredito muito que para cantar blues é preciso ter tradição.
O que podemos ouvir em seu repertório?
Meu repertório é muito eclético porque o jazz e blues são os pais de tudo que a gente conhece na música popular; do rock, do pop, do hip-hop… Dedico o meu trabalho ao resgate de canções que vem desde arranjos inovadores para canções de raiz do blues dos anos 20, 40, 50 e 60. Faço homenagem também aos Beatles, Led Zeppelin, divas do jazz como Etta James, Aretha Franklin e Janis Joplin.
Quais são os próximos planos para a carreira?
Este ano lanço meu CD “Nuveau Vintage Café”. Fui convidada pelo diretor de novelas Jaime Monjardim para interpretar três canções de 1927, para ilustrar a próxima novela das 18h, que se passa nos anos 20. Na novela, canto dois clássicos do Jazz e Ragtime, além de um blues tradicional interpretado originalmente pela diva precursora do gênero, Bessie Smith. A canção chama-se “St Louis Blues”. Este é o quarto convite que recebo do diretor, com quem já trabalhei em “Maysa”, “Viver a Vida”, e “Amor à Vida”. E, fim do ano, a Disney lança o novo curta-metragem do filme Frozen com três novas canções da minha personagem Elsa.
Se puder escolher três músicas que marcaram a sua vida, quais seriam?
“You’ve Changed”, de Billie Holiday, a mais bela de sua obra, e os clássicos “Black Dog”, do Led Zepellin, e “Oh darling!”, dos Beatles. Também tive a oportunidade de gravar as três.