Bedai reúne todos os elementos para representar a eclética brasilidade musical em suas canções. Nascido e criado em Recife, o cantor, compositor e poeta lança o seu primeiro álbum solo, “Outros Tempos”, no dia 7 de julho.
É na data, chamada por ele de “cabalística”, que subirá ao palco do Solar de Botafogo, no Rio, para apresentar o trabalho, que vai do Manguebeat à chamada nova MPB, produzido pela Plural Musical em parceria com a Warner. “A música surgiu por influência da minha mãe, Miriam, que trabalhava numa loja de vinil do grupo Condil, no bairro de Pina, no Recife. Foi lá que a desde os cinco anos passava as tardes ouvindo LPs e assistindo aos pocket shows de lançamento dos artistas que se apresentariam lá”, relembra ele que, ainda nesta época, foi influenciado pela música black norte-americana.
O Audiograma traz em entrevista exclusiva como foi o preparativo para o lançamento deste EP e os novos passos na carreira de Bedai.
Você está lançando o EP “Outros tempos”. Há quanto tempo está produzindo e quais foram os colaboradores?
Venho trabalhando no EP desde 2016 e finalizei a masterização neste mês por causa de outros projetos. Os colaboradores deste trabalho foram Décio Cruz, Cesar Delano da Warner Chappell, a minha banda e os meus diretores musicais; Rodrigo Pelot e Alexandre Seabra, os convidados Jorge Mautner, Reppolho, Geraldo Carneiro, Afonso Fontes, minha equipe de produção, minha empresária Patricia de Lima e a Plural Musical – minha empresa.
O que podemos esperar na tracklist deste EP?
Hits que vão do rock, reggae ao surf music. Uma fusão musical de ricas melodias, ritmos e sons inspiradas no mar. São letras do cotidiano que abordam o amor, a celebração da vida e a preocupação social do que acontece no dia a dia nos bairros e cidades.
Você apresenta um show de lançamento no Solar de Botafogo. O que podemos esperar na setlist?
O show terá 2 horas de duração com 22 canções, entre inéditas e grandes sucessos como “Desenho de Deus”, “Semente”, “Eu Juro” e “Ana Lua”, conhecidas pelo público. Também prestarei homenagem ao Gilberto Gil na minha composição “O mundo mora ali”. A banda está muito bem estruturada por jovens músicos atuantes de peso da cena nacional.
Você compôs diversos sucessos que caíram no gosto do público. Isso faz com que durante as composições sofra algum tipo de pressão por hits? Como lida com esta questão durante o processo de composição?
Sem nenhum tipo de pressão, acho que o segredo é deixar fluir, ver as verdades que a vida ensina e estar conectado com o universo. As ondas sonoras e pensamentos surgem como fotografias, é como um cinema em minha cabeça. Vivo inspirado e em constante processo de composição.
Você tem 25 anos de carreira. O que observa da mudança musical de quando começou para hoje?
Claro que tudo mudou! Mudou na tecnologia, nas letras, na velocidade da internet, na publicidade dos veículos de comunicação, na forma de fazer e vender musica, de pensar… o mundo muda, os jovens mudam e mudamos com eles. Acredito na boa musica com uma boa administração. Não devemos ter medo do novo e temos que estar sempre transformando e buscando fusões musicais. Tenho 200 canções autorais, sou um compositor nato onde composições fluem sem nenhuma pressão ou estresse. Acredito no universo e sei que tudo tem seu tempo e espaço.
Com quem gostaria de colaborar e por que motivo?
Precisamos melhorar a qualidade da musica brasileira atual, tanto nas letras quanto na qualidade dos arranjos. Estamos em um momento difícil culturalmente onde pouco se constrói, pouco se cria. Gostaria de colaborar mais com a música brasileira, aumentar sua qualidade no Brasil e contribuir internacionalmente, através daquelas que realmente façam a diferença na forma de pensar, agir e evoluir. As músicas de Gilberto Gil são exemplo.
Quais são os demais planos após o lançamento do EP?
Os próximos planos são entrar em turnê nacional de divulgação do EP “Outros Tempos”, que será lançado nas plataformas digitais em breve, lançar o DVD deste trabalho, promover os videoclipes no YouTube e tocar nas rádios de todo o Brasil.