Depois de passar a noite anterior curtindo a nostalgia do Simple Plan, a última sexta-feira (09) ainda reservava algo especial para a minha lista de shows.
De passagem n’A Autêntica, os cearenses do Selvagens à Procura de Lei voltavam a Belo Horizonte com a turnê Praieiro, divulgando o trabalho mais recente do quarteto formado por Rafael Martins (voz e guitarra), Gabriel Aragão (voz e guitarra), Caio Evangelista (voz e baixo) e Nicholas Magalhães (voz e bateria).
A noite também era especial para os mineiros da Sound Supernova (foto), que aproveitaram a data para fazer o show de lançamento de seu primeiro álbum, Aurora. Formada em 2014, a Sound Supernova é daquelas bandas que gostam de fazer barulho e colocar a galera para curtir. Inspirados por nomes como Foo Fighters e Pearl Jam, a banda já tinha sido destaque aqui no Audiograma algumas vezes. Além de tocarem em nossa AudioSessions em julho, a banda apareceu entre as dicas musicais de outubro e também em nossa lista com o Rock Independente da capital mineira.
Com o lançamento do Aurora, era obrigatório ver um novo show da banda formada por Thiago Rocha (voz e guitarra), Bruno Diniz (bateria), Hugo Delly (guitarra) e Fabricio Scalioni (baixo). Como já esperava, a banda não decepcionou e tocou quase todas faixas do álbum, incluindo as bem boas “Aurora”, “A Prova de Balas”, “Fora do Caminho” e “Seu Jeito Louco de me Amar”, dedicada pelo vocalista para a sua amada esposa em um dos momentos apaixonados da noite. Outro momento apaixonado da noite também foi protagonizado pela Sound Supernova, mas com a participação especial com os fãs e amigos presentes n’A Autêntica. É bom ver músicos e amigos curtindo o som dos outros no meio independente e isso tem sido algo recorrente em BH, merecendo aplausos.
Com um clima favorável, o (meu) consumo de cervejas acabou sendo motivado pelo som forte da Sound Supernova. Ao longo do setlist de 13 músicas, a banda tomou conta do lugar com propriedade e ainda abriu espaço para as participações do amigo e antigo baixista Michel Silva e de Gabriel “Papito” Oliveira, vocalista da banda Engradado. Antes de sair do palco com o dever cumprido, o quarteto ainda deu duas faixas inéditas de presente: “Um Dia Bonito” e “Paranoia” mostram que a banda segue trabalhando firme e o mais importante, com qualidade.
Com o bom show de abertura, a responsabilidade de manter o nível alto da noite ficou na mão do Selvagens à Procura de Lei. A banda cearense é um dos nomes que mais tenho curtido do rock nacional nos últimos anos e, desde o Lollapalooza em 2014 que estava me devendo um segundo show.
Percorrendo o Brasil com a turnê Praieiro, o quarteto entrou um setlist com muitas músicas de seu novo álbum, mas sem deixar de lado os trabalhos antigos, Selvagens à Procura de Lei (2013) e Aprendendo a Mentir (2011). Tocando coisas como “Mucambo Cafundó”, “Brasileiro”, “Sangue Bom”, “Felina” e “O Amor É Um Rock 2”, a banda fez a galera cantar junto em boa parte do show, mas em uma entrega diferente do que foi visto na apresentação anterior. Ainda bom, mas sem aquele calor de antes.
Nada que tire o brilho da noite, ainda mais quando vem a mente que a banda tocou “Carrossel Em Câmera Lenta” e “Enquanto Eu Passar Na Sua Rua”. No entanto, é interessante perceber como alguns momentos podem nos fazer perder a atenção em um show que foi bom. Talvez o cansaço da noite ou o avançar da hora ajudaram, mas do meio pro fim do show o ritmo das cervejas diminuiu e, já nos momentos finais, a conversa com a Camila – dona da na Lata – acabou sendo mais interessante e divertida.
E antes que alguém pense, isso não é culpa de quem estava no palco. A SPDL continua sendo uma das minhas bandas nacionais preferidas e posso dizer que não darei um novo intervalo de dois anos entre um show e outro como ocorrido. É que essas coisas realmente acontecem.
Foto: Christiane Marques
Ps.: o editor perdeu os seus registros do show (fotos e vídeos) e, por isso, estamos sem material da SPDL. rs