Provocar diferentes sensações, despertar sentimentos, saber lidar com as adversidades do dia a dia, reinventar a própria história, e manter o público sempre próximo e fiel. Esses e outros exemplos estão presentes na rotina de uma banda, independente de sua vertente musical. E nesses quesitos o Macaco Bong sabe bem como se virar.
O álbum mais recente do power trio cuiabano de rock instrumental é um deleite aos ouvidos, não apenas dos que já acompanham o trabalho da banda, na estrada há mais de 10 anos, como àqueles que tiveram o privilégio do primeiro contato. Lançado em Novembro, o homônimo Macaco Bong é um trabalho expressivo, sincero e diz a que veio já no primeiro momento.
Diferente de Macumba Afrocimética, trabalho anterior em que trio pareceu buscar novamente o equilíbrio após toda a reformulação, o novo trabalho se comunica diretamente com o ouvinte. Passeando por vários estilos, o disco se mostra uma “colcha de retalhos”, que nos provoca durante todos as 8 faixas. A faixa “Lurdz” chega com o “pé na porta”! A intensidade parece mostrar certa urgência em surpreender, com rifs e solos que remotam ao indie clássico e uma bateria agressiva, porém impecável nas entradas.
Os ruídos quase ensurdecedores e a vontade incontrolável de sair pulando são subitamente interrompidos e substituídos por uma paz inexplicável em “Bejim da Nega Flor”, paz essa que se arrasta até “Chocobong”, faixas que lembram “Sammer Seeds” e “Brocken Chocobread”, do conceitual This is Rolê, álbum lançado em 2012 pela banda, ainda com a formação original.
O restante complementa a avalanche de criatividade e originalidade proposta desde o início. “Baião de Stoner” e “Saci Caraquente” incorporam uma potência dançante ao disco, que logo dá lugar ao heavy metal de “Carne Loca”. As faixas finais só coroam esse trabalho tão intenso. “Distraídos Venceremos” e “Macaco” são, de certa forma, menos marcantes que as anteriores, mas ainda assim, matem o vigor do álbum.
O disco veio para mostrar que o Macaco Bong continua sendo uma das bandas mais produtivas da cena independente nacional. Dotada de uma sonoridade única e um estilo marcante, a banda prova que, mesmo com todas as adversidades, a formação atual segue bem próxima àquela de Artista Igual Pedreiro, Verdão e Verdinho e, principalmente, de This is Rolê.
Macaco Bong – Macaco Bong
Lançamento: 03 de novembro de 2016
Gravadora: Sinewave
Gênero: Instrumental, Stoner, Post-Rock
Produção: Macaco Bong
01. Lurdz
02. Bejim da Nega Flor
03. Chocobong
04. Baião de Stoner
05. Saci Caraquente
06. Carne Loca
07. Distraídos Venceremos
08. Macaco