Uma paixão em comum reuniu três garotos desprovidos de qualquer talento. Essa mesma paixão os fez crescer, e tornou Alexandre, Diogo e Leonardo músicos brilhantes. Digo, uma paixão não, na verdade duas: A musica, e o trio canadense Rush.
Além de serem músicos muitos competentes, são meu amigos de longa data. Eu tive a oportunidade de vê-los tocando diversas vezes. Cada show com uma energia diferente, com uma nova surpresa, seja tocando os clássicos dos Rush, ou incorporando canções próprias.
Apos o lançamento de seu primeiro álbum, Ciclo em 2013, a banda já aquece os motores e entra em estúdio a todo vapor. E dá detalhes de á quantas andas a gravação de seu segundo álbum de estúdio.
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Originalmente formada em Santo André, como surgiu a banda?
A banda surgiu por volta de 2006 e era apenas uma brincadeira entre o Alexandre e o Diogo, ainda na 7ª série, eles eram da mesma sala e ficavam desenhando bandas até que resolveram montar a própria, engraçado é que na época o único que sabia tocar alguma coisa era o Alexandre, que toca violão desde os 7 anos de idade. Eu conheço o Alexandre desde os meus quatro ou cinco anos, e crescemos juntos, ele não sabia que eu estava aprendendo violão por conta própria, e quando descobriu logo me chamou pra banda, de começo eu seria o guitarra base, mas eu me interessei mesmo pelo baixo. Foi uma época de muito aprendizado pra mim, e eu e o Alexandre aprendemos muito juntos.
Qual foi a sensação de lançar o álbum “Ciclo” em 2013?
Quando você tem uma banda e começa a fazer as suas próprias músicas, você espera uma boa aceitação, você espera uma procura por sua música, e isso era o que esperávamos quando lançamos de forma digital o Ciclo, mas ao mesmo tempo você também não sabe o que esperar… Arrisco dizer que o Ciclo foi algo mais experimental para nós; três garotos em seus 17 e 18 anos gravando pela primeira vez, entrando em contato com um mundo completamente novo e por conta própria, tenho muito orgulho de ter apresentado esse álbum para muitas pessoas conhecerem a banda e ver que não somos apenas uma banda cover medíocre do Rush, mas por outro lado confesso que tem muitas coisas ali que quando ouço hoje eu não sei teria coragem de colocar novamente num álbum da Chorus, uma delas por exemplo, é a minha voz, eu não cantaria daquela forma novamente.
É muito difícil “incorporar” Geddy Lee e tocar os grandes sucessos de Rush?
É algo que requer muito ensaio, e não é fácil. A primeira coisa que eu tenho em mente é, nunca tentar soar como ele e sempre cantar Rush com a minha própria voz. E isso acaba que sendo muito bom para mim, porque eu também me encontro como vocalista e acabo conhecendo os meus limites. A outra função sim é bem complicada, tocar as linhas de baixo dele já é muito difícil, agora cantar ao mesmo em que as toca acaba se tornando uma tarefa que requer muito controle. E mais uma vez, por outro lado se torna algo muito importante para mim como compositor/baixista e vocalista, muito das coisas que eu aprendo tocando Rush eu aplico na Chorus, não é muito difícil de perceber.
Além de Rush, quais são as principais influencias atualmente no som de vocês?
Do Ciclo para cá muita coisa mudou, estamos ouvindo muitas coisas que vão além do Rock, então as influências estão cada vez mais ecléticas, eu por exemplo, tenho ouvido muita musica eletrônica ambiente, Telefon From Tel Aviv, por exemplo, muitas coisas do Jazz contemporâneo estão na minha playlist. E eu tenho uma mania de ouvir algo novo pelo menos duas ou três vezes por semana, então acabo descobrindo coisas novas, sempre! O Alexandre eu sei que ele tem ouvido muito MPB, e tem também um repertório bem eclético, o Diogo também ouve bastante Jazz, Fusion, e ritmos diferenciados. Nunca sentamos um dia e falamos vamos fazer essa música soar como tal banda, passamos longe disso, as influências acabam aparecendo de forma inconsciente, então você vai ouvir algumas influências em nossas canções, mas no contexto acaba ficando tão original. Um exemplo é a canção “Querido Alguém” que estará em nosso próximo álbum. Ela tem uma longa sessão instrumental que foi escrita por mim e pelo Alexandre, logo após a gente ter assistido um show do Steven Wilson, “Get All You Deserve”. Sentamos de forma descompromissada e escrevemos a canção, e gravamos logo em seguida para não esquecê-la. E quando ouvimos tivemos que mudar algumas pequenas coisas, porque a influência era muito grande!
Quais são os planos futuros da banda? Vem trabalho novo por aí?
Sim! Em muito breve, iremos lançar nosso segundo álbum de estúdio, Viagem Imóvel. Estamos muito empolgados com os resultados que estamos alcançando.
Como está o processo de produção e criação do novo álbum da banda?
Estamos nos momentos iniciais, finalizamos as primeiras guias, e ainda precisamos finalizar algumas músicas. O processo de composição está muito mais relaxado e mais colaborativo, enquanto que no Ciclo as letras ficaram por minha conta e uma boa parte da música também, no Viagem Imóvel todos estamos participando e compondo juntos as letras e as músicas, posso te dizer que a banda está funcionando como uma unidade.
Após o lançamento de “Viagem Móvel” a banda tem em mente uma turnê?
Por enquanto não, alguns shows esporádicos apenas. Mas ainda há muita coisa a ser feita e decidida.
Atualmente, existe alguma produtora ou gravadora por trás da banda?
Sim, no inicio do ano conseguimos um contrato para gravarmos nosso segundo álbum, e o clima dentro da banda está muito positivo em relação a isso. Muita novidade ainda está por vir.
Agora, para fechar, eu gostaria que vocês mandassem um recado para o pessoal que acredita no trabalho de vocês:
Acho que posso usar um dos versos da canção 2112 do Rush: “Listen to my music and hear what it can do, there’s something here as strong as life, I know that will reach you”.
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