Sabe aquele momento em que você só quer ficar ouvindo músicas tranquilas, se possível apenas com um violão e uma voz capaz de te fazer pensar na vida? Esta edição da #DICA5 foi feita com esse tema como plano de fundo.
Salvo momentos em que Myles Kennedy soltou seus falsetes acompanhado de guitarras e muito barulho com o Alter Bridge ou quando a parte mais elétrica do R.E.M. se fazia presente, boa parte do que tenho ouvido atualmente é baseado nesse formato banco, violão e pensamentos sobre a vida, relacionamentos e tudo aquilo que envolve uma ~boa e velha~ desilusão amorosa feat. pé na bunda.
Quem nunca passou por isso, não é mesmo? Talvez você esteja assim nesse momento… ou acabou de se recuperar disso… ou está do outro lado da moeda e o seu pé está doendo, isso não importa. O que vale é que essa lista pode te fazer bem… pode te fazer chorar… ou concluir que o amor é algo idiota que nasce no coração dos trouxas (olar).
Bom, chega de enrolação e vamos ao que interessa, né? Abaixo, cinco coisas para você ouvir e concluir que, como diria Elton John, sad songs say so much:
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# R.E.M. – Unplugged 1991/2001: The Complete Sessions
Se tem algo que tem representado bem as minhas últimas semanas é o R.E.M. e a voz inconfundível de Michael Stipe. Que banda maravilhosa! Que coisa sensacional é ouvir músicas como “At My Most Beautiful”, “Cuyahoga”, “Love Is All Around” ou “I’ll Take The Rain”. Agora, imagina tudo isso de forma acústica? Pois é isso que integra a primeira dica da lista.
O trio passou duas vezes pela MTV para gravar um acústico. A primeira delas foi em 1991, época em que a banda soltou o ótimo Out Of Time – aquele que tem “Losing My Religion” e “Shinny Happy People”. Dez anos depois, quando lançaram o Reveal, a banda voltou a MTV para mais um acústico. As duas apresentações, na íntegra, estão reunidas no álbum duplo abaixo e, enquanto escrevo isso, toca “Daysleeper” nos fones e os olhos já ameaçam marejar.
# Rubel – Pearl
Rubel apareceu na minha vida graças a lista de descobertas da semana criada pelo Spotify. Na ocasião, “Quando Bate Aquela Saudade” bateu e se instalou na minha cabeça como se tivesse sido escrita por mim em algum momento da vida, principalmente quando fico cantarolando por aí coisas como “Olha bem mulher, eu vou te ser sincero. Eu to com uma vontade danada de te entregar todos beijos que eu não te dei… E eu to com uma saudade apertada de ir dormir bem cansado e de acordar do teu lado pra te dizer… Que eu te amo. Que eu te amo demais”.
A obrigação de pegar o EP Pearl para ouvir era grande. O trabalho é um relato da passagem de Rubel Brisolla por Austin, no Texas. Rubel reuniu alguns amigos que fez na cidade, criou e gravou as sete faixas como uma forma de registrar um pouco daquilo que viveu durante a experiência. Inclusive, o nome do EP é em referência a casa onde Rubel morou em Austin, que se chamava Pearl.
# William Fitzsimmons – The Sparrow and the Crow
William Fitzsimmons é um cara que me lembra diretamente o motivo desta lista. Eu já conhecia o trabalho dele por ter ouvido músicas soltas dos álbuns Goodnight (2006) e o mais recente, Lions (2014). No entanto, voltar a ouvir o trabalho dele depois de um tempo e por indicação de alguém teve um sabor especial. E muito disso se deve ao The Sparrow and the Crow, lançado pelo músico em 2008.
Fitzsimmons tem uma história de vida sensacional e sua ligação com a música é algo especial. Com uma sensibilidade aguçada – devido ao fato de ter sido estimulado a desenvolver o lado sonoro da vida desde novo por ser filho de um casal de cegos, William se tornou multi-instrumentista e aliou o seu conhecimento musical a outra profissão: Ele é terapeuta, com mestrado relacionado à área de doenças mentais e emocionais. Acho que eu não preciso dizer mais nada, né?
# Damien Rice – O
Damien é aquele cara que toca a alma da forma mais humana possível. Muito disso se deve ao fato de que, assim como cada um de nós, cada letra e cada melodia criada pela mente de Damien deixa evidente que ele erra, acerta, sofre, se lembra dos bons momentos e, lá no fundo, sabe perfeitamente o que já fez nessa vida. Damien se inspira em sua própria vida para criar canções capazes de fazer meros mortais como eu e você se debulharem em lágrimas. Esse é Damien Rice… e é difícil não se identificar com ele.
Você pode me perguntar por uma ou outra música. Eu apenas direi para ouvir todas. Para completar o combo, O – lançado em 2003 – ainda tem a voz doce da Lisa Hannigan.
# Max Jury
Max Jury foi uma indicação feita essa semana pelo Tullio Dias. Ele me mandou a faixa “Great American Novel” acompanhada da frase “acho que você vai fazer bom uso”. Sutil como um elefante – e verdadeiro como nunca, a música foi mais uma das que bateu forte no coração. E não foi a única. “Home” e “All I Want” são tão boas quanto.
Ainda sem um álbum completo e apenas com EPs e faixas soltas por aí, vale dar uma olhada para esse cara que bebe muito em fontes como Bob Dylan, Gram Parsons e Paul Simon. Vale a pena dar uma ouvida.
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