O cantor e compositor carioca Apollo aparece no cenário musical como uma grande aposta para o indie pop nacional. O EP “Pure Lust”, seu trabalho de estreia, lançado em maio, tem distribuição da Sony Music Brasil nos principais meios de música digital.
O “Pure Lust” de Apollo passou por um processo longo, digno de estórias homéricas. O cantor passava por uma fase de provação, com a voz fraca, como se estivesse perdida. Ao compor “Loan”, última faixa do EP que conta com base de Leo Justi (Heavy Baile, M.I.A, Emicida), Apollo percebeu que cantar sobre sua experiência pessoal lhe dava forças, como uma terapia.
“Ao compor ‘Loan’, considerei a minha música mais honesta, e foi com ela que notei a importância de escrever sobre o que era real pra mim, as minhas dúvidas e no que eu acreditava. Compus 20 músicas e as que senti maior identificação, enviei para o Diogo (Strausz), junto a uma paleta de sonora que me atraía. Depois disso foi produção e estúdio até chegar no resultado final”, explica o artista.
O EP produzido por Diogo Strausz (Alice Caymmi, Castello Branco, Kassin, João Capdeville) traz como marca registrada diversas nuances de músicas feitas para ser livre e dançar. “Crash”, o primeiro single do álbum, traz uma atmosfera minimalista, com referências como Kate Boy, Banks, The Weeknd, Lil Siva e Jay-Z.
O Audiograma fez uma entrevista exclusiva com o cantor, para saber mais detalhes do seu novo projeto.
Quando surgiu a vontade de trabalhar com a música pop no Brasil?
Acho que nuca houve para mim um questionamento sobre o que eu estava fazendo. Não surgiu uma vontade específica de fazer música pop no Brasil. Eu simplesmente fazia música, e o que veio disso foi um processo natural que acabou gerando um som pop, porque acho que essa é a linguagem da qual eu me aproprio, é a maneira que eu me comunico.
Quais são suas influências musicais?
Acho que minhas grandes influências musicais são a Motown e o Eurodance. São os timbres que mais me marcaram e ressonaram no meu trabalho. Talvez por isso eu me aproxime tanto do R&B. Acho que é um estilo que combina bem esses mundos.
“O álbum “Pure Lust” passou por um processo longo, digno de estórias homéricas. O cantor passava por uma fase de provação, com a voz fraca, como se estivesse perdida.” Você poderia contar melhor sobre esse momento de sua carreira que foi essencial para a imprimir sua personalidade no projeto?
Eu estava vindo de um longo processo de aprender a me impor como artista quando trabalhando com outros produtores. É uma questão sutil e difícil, quando trabalhando com outras pessoas, impor o que é a identidade do artista e o que é a liberdade do produtor. Realizei alguns trabalhos que eu não gostei e preferi não lançar, e começar do zero mesmo. Queria descobrir qual era minha questão como liricista. Escrevi muitas músicas, e nesse processo, fiz uma comparação para descobrir o que tinham em comum. Assim cheguei nas composições do EP, uma coletânea das minhas questões há um ano atrás (risos).
Qual foi a música que mais se identificou ao produzir o álbum?
Pure Lust. Porque eu achei que ela ficou exatamente como eu imaginava na minha cabeça e isso é bem raro. Ao mesmo tempo acho que ele existe num universo interessante, não é funk, não é eletrônico, mas ao mesmo tempo é tudo junto.
Como surgiu a ideia/conceito do clipe “Crash“?
Eu queria fazer um clipe que ressonasse uma atmosfera surreal, pesada, mas ao mesmo tempo minimalista. Eu queria levar a pessoa que assiste para outra dimensão, esse planeta deserto aonde as coisas se destroem. Era isso, e aí junto ao diretor, Pablo Monaquezi, a gente foi plano a plano para transformar isso numa narrativa efetiva.
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Pretende realizar turnê do novo álbum?
Estou começando a fazer shows agora. O próximo é dia 07 no MIS, em SP, no festival MVF.