É impossível começar este texto sem voltar no tempo e lembrar do Lollapalooza Brasil deste ano, no qual eu tive a chance de ver o Far From Alaska ao vivo pela primeira vez.
Ainda que tenha chegado a Interlagos com o show já iniciado, foi muito gratificante ver Emmily Barreto, Cris Botarelli, Rafael Brasil, Edu Filgueira e Lauro Kirsch mostrando o seu som em um dos grandes festivais do Brasil, como falo melhor neste texto publicado aqui no site. No entanto, não ter visto o show completo me deixou com uma dívida a ser paga, a qual eu precisava quitar rapidamente.
Logo que foram confirmados na Festa Play, que aconteceu no último sábado (27), nada parecia importar. Nem mesmo o que tocaria antes ou depois da banda potiguar. Com isso, chegar cedo ao Music Hall acabou sendo uma obrigação, ainda que inconsciente, para este que vos escreve.
Com um certo atraso, se levarmos em conta a programação divulgada previamente pelo evento, a ansiedade presente em mim só aumentava naquele recinto que, apesar de não estar lotado, tinha um número considerável de pessoas esperando pelo Detonautas e se divertindo com o aquecimento do DJ Denys Victoriano. O cenário não parecia favorável, mas quem achou que o quinteto ia se abater, logo se surpreendeu.
Abrindo o show do ‘Thievery”, a banda se mostrou bem confortável e feliz em cima do palco. Isso, aliado a qualidade das músicas executadas, acabou ganhando a galera ao longo da apresentação. Ainda que não tenham se entregado completamente entre as músicas (salvo um pequeno grupo de empolgados – do qual fazia parte – no meio da pista), quem estava no Music Hall soube apreciar o som e, principalmente, entender a proposta do Far From Alaska.
Sem se escorar em covers para tentar ganhar o público, a banda entregou o que tinha de melhor para a noite: As faixas de seu debut, modeHuman, lançado no ano passado e cercado de muitos elogios, figurando inclusive em três das nossas listas de melhores de 2014. Lá estavam “Another Round” e seu refrão dançante, “Deadman”, “Communication”, “About Knives” e “Mama”, entre outras. No entanto, o que acaba chamando mais a atenção é a energia que vem do palco. É difícil não se impressionar com a qualidade e a força do vocal de Emmily Barreto, do mesmo jeito que é impossível não notar como todos os elementos e influências da banda se encaixam a cada música.
Para encerrar o show, “Monochrome” e o seu refrão que nos pergunta quem diabos disse que é fácil ser feliz nessa vida. Nesse caso, posso responder com toda sinceridade que foi fácil ser feliz em um show do Far From Alaska. Foi muito fácil ser feliz!
Fotos: Guilherme Leite