No distante ano de 2003 conheci uma garota no show que o Silverchair estava fazendo no Mineirinho, em BH. Acabamos nos envolvendo loucamente, apesar da diferença de idade e das poucas coisas na cabeça de cada um.
Por alguma razão inexplicável não foi uma canção do Daniel Johns que marcou esse encontro e sim uma do Oasis. “Slide Away” virou uma canção cheia de significados que me fazia lembrar daquela loirinha todas as vezes em que escutava o Noel Gallagher sussurrando os seus versos delicados – e tão intensos.
A letra da música é meio confusa e isso pode ser um reflexo do que vivemos na época. Num momento acreditamos que tudo está por um fio, “I dream of you – and all the things you say / I Wonder where you are now?” e “I dream of you – we talk of growing old / but you said please don’t”, para chegar num refrão mais otimista, “Now that you’re mine / I’ll find a way of chasing the sun / Let me be the one that shines with you / and we can slide away”.
Talvez a versão acústica com um “i don’t know, i don’t care, all i know is you can take me there” repetido diversas vezes de maneira cada mais sofrida, como um autêntico desabafo, um grito de confiança no outro, na certeza que é naquela pessoa que existe a chance de alcançar algo diferente, tenha cooperado para eleger essa canção como o “tema” principal desse romance adolescente entre uma garota de 14 anos e um garoto de 17.
O lance com a garota não foi para frente por uma série de motivos. O principal deles foi que a gente realmente não tinha muito a ver, inclusive com diferenças religiosas e uma suspeita minha de que eu sofreria diversas tentativas de mudar o meu jeito de ser para me encaixar no padrão. Sou o cara que ajuda as pessoas a mudarem, mas permaneço incapaz de fazer o mesmo por mim. Ou pelo casal, no caso.
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