Ocupar o posto de musa era algo para poucas durante os anos 90 e, se teve uma jovem que fez parte do imaginário adolescente durante aquela maravilhosa década foi Alicia Silverstone.
Nascida em 1976 na cidade de San Francisco, Alicia flertou várias vezes com o cenário musical desde o dia em que nasceu, ainda que nunca tenha se arriscado a cantar ou tocar alguma coisa ao longo dos seus quase 40 anos de vida. Ao nascer, Alicia já tinha uma meia-irmã cantora para chamar de sua, que era a britânica Kezi Silverstone, fruto de um relacionamento anterior de seu pai. Daquele ponto até os seus 17 anos – que é aonde a nossa história começa, Silverstone foi líder de torcida e fez trabalhos como modelo.
Em 1993, a sua ligação com o meio musical se torna mais forte e tudo por culpa de seu primeiro filme, Paixão Sem Limite. Não, ela não fez nada ligado a música no filme, mas acabou chamando a atenção do diretor Marty Callner, que precisava de uma jovem para um clipe.
O vídeo em questão era “Cryin’”, um dos sucessos do Aerosmith, que teve o seu clipe lançado ainda em 1993. No vídeo, Alicia dá vida a uma garota que “liga o foda-se” quando descobre que o namorado – o ator Stephen Dorff – a traiu. A moça resolve sair pelo mundo, apagar a tatuagem feita em homenagem ao cara, coloca um piercing no umbigo, dá uma surra em um cara – ninguém menos que Josh Holloway, o Sawyer de Lost – que tenta roubar a sua bolsa em um bar e até simula uma tentativa de suicídio. Como diria Manu Gavassi nessas horas, um clichê adolescente que acabou se tornando um grande sucesso nas MTVs da vida, inclusive rendendo três VMAs para a banda de Steven Tyler em 1994.
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O que é bom tem que continuar, certo? Pois bem, ainda em 1993, o Aerosmith resolveu manter a parceria com Alicia e com o diretor Marty Callner e lançar um segundo clipe. Contando a história de um cara – o ator Jason London – que tenta se dar bem com Alicia em uma realidade virtual, “Amazing” recriava o sonho de 11 em cada 10 garotos da época: Levar Alicia Silverstone para sair e poder beijá-la, ainda que de forma vitual. São quase sete minutos de clipe que também renderam prêmios para a banda e colocaram Alicia como uma espécie de “AeroGirl”. Na época dos lançamentos, eu tinha entre seis e sete anos, então só fui ter a real noção de tudo isso anos depois. Entretanto, aqueles que hoje estão com seus trinta anos chegam a dizer que ela era mais associada a imagem do Aerosmith nos anos 90 que o próprio Steven Tyler.
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Como o sucesso se repetiu com o segundo vídeo, a célebre frase “em time que está ganhando não se mexe” prevaleceu e, para o novo clipe, lá estavam Marty Callner e Alicia Silverstone. Desta vez, com um ingrediente a mais: Liv Tyler.
Em 1994, a banda colocou em rotação o vídeo de “Crazy” com a dupla – que ainda não tinha 18 anos – mexendo com o imaginário dos adolescentes mundo afora, graças a combinação rock, jovens bonitas, roupas de colegial e provocação extrema. Alicia e Liv fogem da escola em um carro conversível e decidem colocar fogo no mundo, provocando o frentista de um posto de gasolina, o vendedor de uma loja de conveniência, tomam banho em um rio, fazem strip e pole dance…
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Após a trilogia de clipes com o Aerosmith, a atriz foi convidada para o papel de Valerie Malone na série Barrados no Baile (Beverly Hills 90210), mas acabou recusando e o papel ficou com Tiffani-Amber Thiessen. Em 1995, veio um dos maiores sucessos cinematográficos voltado para o público adolescente de todos os tempos: As Patricinhas de Beverly Hills. Com a carreira cinematográfica indo bem (naquela época), Alicia acabou se afastando dos clipes. Mas não dá música.
Em 2002, saiu o filme Quebrando todas as regras (Global Heresy). No filme, um casal falido da aristocracia britânica – vividos por Peter O’Toole e Joan Plowright – resolve alugar o seu castelo para levantar algum dinheiro. Só que eles não sabiam bem o que estavam fazendo e, entre caírem em um golpe de picaretas e virarem empregados do próprio castelo, acabam alugando o lugar para uma banda de rock que precisava ensaiar para uma nova turnê. A banda viu o seu baixista original desaparecer e acaba contratando uma garota que precisa provar que merece continuar na banda. Agora, adivinha quem era a garota? Sim, Alicia Silverstone.
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Após o filme, o lado musical de Alicia acabou não rendendo trabalhos relacionados até 2009. Entretanto, a sua ligação com a música se tornou ainda mais forte em 2005, quando ela se casou com Christopher Jarecki. E qual a relação disso com a história? É que Chris era o vocalista de uma banda relativamente famosa nos Estados Unidos. Com apenas um álbum lançado, a S.T.U.N. – Scream Towards the Uprising of Noncomformity – era uma banda de punk rock com uma pegada socialista e que criticava o imperialismo americano. Chegaram a fazer turnê com o Jane’s Addiction e Marilyn Manson, tocaram no Coachella, mas encerraram as atividades pouco depois do álbum ser lançado, em 2003.
Quinze anos após o lançamento de “Crazy” e no ano em que lançou um livro – The Kind Diet, um guia de alimentação vegetariana, Alicia ressurge congelada em um clipe e não era em uma música do Aerosmith. A faixa em questão era “Her Diamonds”, primeiro single do segundo álbum solo de Rob Thomas, Cradlesong. O vídeo não lembra em nada a trilogia dos anos 90, não tem apelo sexual e o trabalho é bem mais elaborado artisticamente.
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Pensa que acabou? Alicia ainda apareceu em mais um vídeo musical, que é o último até o presente momento. Em 2011, a atriz deu as caras no longa “Fight for Your Right Revisited”, versão extended do clipe de “Make Some Noise”, do Beastie Boys.
O vídeo é uma sequência de “(You Gotta) Fight for Your Right (To Party)”, lançado em 1987. Além de Alicia, nomes como Seth Rogen, Danny McBride, Elijah Wood, Rashida Jones, Will Arnett, Jason Schwartzman, Ted Danson, Amy Poehler, Steve Buscemi, Kirsten Dunst, Orlando Bloom, Will Ferrell, John C. Reilly, Jack Black, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Laura Dern e Milo Ventimiglia aparecem na produção de quase 30 minutos.
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Será que virá algo novo por aí? Aguardamos novas ligações musicais, Alícia. <3